Lopo de Almeida

nobre português

Lopo de Almeida (1416 - 1486) foi 1.º conde de Abrantes, agraciado com o título no dia 13 de Junho de 1476, em Miranda do Douro,[1] pelo rei D. Afonso V pelos serviços prestados ao reino e ao monarca.

Lopo de Almeida
Conde de Abrantes
Conde de Abrantes
Período 14761486
Sucessor(a) João de Almeida
Nascimento 1416
Morte 1486
Sepultado em Abrantes
Cônjuge Brites da Silva, filha de Pedro Gonçalves Malafaia
Descendência
  • João de Almeida
  • Pedro de Almeida
  • Fernando de Almeida
  • Diogo Fernandes de Almeida
  • Jorge de Almeida
  • Francisco de Almeida
  • Afonso de Almeida
  • Duarte de Almeida
  • Isabel da Silva
  • Catarina da Silva
  • Branca Gil de Almeida
  • Briolanja de Almeida
Casa Almeida
Pai Diogo Fernandes de Almeida
Mãe Teresa Afonso Nogueira

Biografia

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Fidalgo da corte portuguesa durante os reinados de D. Afonso V e D. João II, foi cavaleiro, diplomata, Vedor da Fazenda (pelo menos desde 1445), membro do Conselho Real (desde 1462), homem de negócios, benemérito.[2] Para além de Alcaide-Mor e do título de Conde de Abrantes, foi Alcaide-Mor de Punhete e da Amêndoa, do Castelo de Torres Novas, Senhor do Sardoal e de Mação. Foi, ainda, Mordomo-mor, Contador-mor, Chanceler-mor, Escrivão da Puridade e Governador das terras da rainha Dona Joana, segunda esposa de D. Afonso V, conhecida como A Excelente Senhora.[3]

Lopo de Almeida era neto de Fernão Álvares de Almeida, cavaleiro de Avis, vedor da Fazenda, Conselheiro Real, aio dos Infantes D. Pedro e D. Duarte, filhos de D. João I. Fernão Álvares de Almeida terá tido vários filhos, entre eles Diogo Fernandes de Almeida, pai de D. Lopo. Diogo Fernandes foi rico-homem, participando na conquista de Ceuta ao lado de D. João I e ali armado cavaleiro. D. Duarte, tornado rei, fá-lo Alcaide-mor de Abrantes e Senhor do Sardoal. Foi, ainda, Reposteiro-mor e membro do Conselho Real. Diogo Fernandes de Almeida terá casado várias vezes, sendo a identidade da mãe de D. Lopo alvo de controvérsia.[3]

Durante a sua vida, D. Lopo de Almeida prestou variados serviços ao país e à coroa. Em 1451, acompanhou a Infanta D. Leonor, irmã mais velha de D. Afonso V, a Roma, onde esta desposou o Imperador do Sacro Império, Frederico III. De forma a manter o monarca português informado sobre a viagem, D. Lopo escreveu um conjunto de cartas que enviaria ao rei, com a periodicidade de uma por mês. Este belíssimo conjunto epistolário permaneceu inédito três séculos, sendo primeiramente publicado em 1739.[4]

Casamento e posteridade

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D. Lopo casou com Brites (Beatriz) da Silva, em 1442, dama da Rainha Dona Leonor de Aragão, mulher do rei D. Duarte, e donzela da casa do rei. Era filha de Pedro Gonçalves Malafaia, rico homem, vedor da Fazenda do rei D. João I e embaixador em Castela.[5] Deste casamento nasceu uma ilustre geração:

  1. D. João de Almeida (1443-1512), 2.º conde de Abrantes.
  2. D. Pedro da Silva (m.1512), Comendador-mor da Ordem de Avis.[6] [7]
  3. D. Fernando de Almeida (Lisboa 1467?- 1500), Bispo de Ceuta, Núncio Apostólico de Alexandre VI, foi um dos três deputados que em Tours anularam o casamento do rei Luís XII de França e de Joana de Valois para que o rei pudesse casar com a duquesa Ana da Bretanha. Teria talvez sucumbido ao veneno de César Bórgia, duque de Valentinois.
  4. D. Diogo Fernandes de Almeida (m.1508), foi 6º prior do Crato, monteiro­-mor de D. João II e alcaide-mor de Torres Novas.
  5. D. Jorge de Almeida (1458-25 de julho de 1543, aos 85 anos), Bispo de Coimbra, 2º conde de Arganil. Baptizou o Infante D. Henrique, futuro rei de Portugal, e teve muitos votos para ser papa, mas então era preciso ser cardeal. Foi o primeiro Inquisidor do Santo Ofício.
  6. D. Francisco de Almeida, 1.º vice-rei das Índias entre 1505-1509.
  7. D. Afonso de Almeida, morre em 1482, aos 17 anos.
  8. D. Duarte de Almeida
  9. D. Isabel da Silva, 1.ª Condessa de Penela.
  10. D. Catarina da Silva, subprioresa no Mosteiro de Jesus de Aveiro.
  11. D. Branca Gil de Almeida
  12. D. Briolanja de Almeida (ca 1430 - ca 1480), filha natural, casada com Pedro Botelho, vedor da fazenda (interino, sendo substituído a 8.5.1475).

Referências

  1. PINA, Rui de - Crónica do Senhor Rey D. Affonso V, cap. CXCIII, p. 566
  2. ALMEIDA, Andreia da Silva - D. Lopo de Almeida. Memórias do Primeiro Conde de Abrantes. Abrantes, Câmara Municipal de Abrantes, 2010.
  3. a b IDEM, ibidem.
  4. ALMEIDA, Lopo de - Cartas de Itália. Lisboa: Imprensa Nacional, 1935.
  5. ALMEIDA, Andreia da Silva, op. cit., p. 23.
  6. Ferreira, Leandro; Aguiar, Miguel (1 de janeiro de 2019). «A aristocracia e o poder: parentesco e reprodução social na nobreza medieval portuguesa (1385-1521)». Incipit 7 - Workshop de Estudos Medievais: 86, 88 ('o escudo .. de Pedro da Silva, filho de Lopo de Almeida e Beatriz da Silva aliava as armas paternas e maternas'). Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  7. «Livro do Armeiro-Mor - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. p. 128 (imagem) Armas de Dom Pedro da Silva. Consultado em 13 de dezembro de 2022 

Bibliografia

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  • ALMEIDA, Andreia da Silva (2010). D. Lopo de Almeida. Memórias do 1.º Conde de Abrantes. [S.l.]: Câmara Municipal de Abrantes. ISBN 9789729133435 

Ligações externas

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