Lúcio Semprônio Atratino (cônsul em 34 a.C.)
Lúcio Semprônio Atratino (m. 7 d.C.; em latim: Lucius Sempronius Atratinus) foi um político da gente Semprônia da República Romana nomeado cônsul sufecto em 34 a.C., servindo com Lúcio Escribônio Libão. É famoso principalmente por ter sido mencionado no discurso "Pro Caelio", proferido por Cícero em defesa de Marco Célio Rufo.
Lúcio Semprônio Atratino | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 34 a.C. |
Morte | 7 |
Carreira
editarProvavelmente nascido num ramo patrício da antiga gente Semprônia, Atratino foi provavelmente adotado por Lúcio Calpúrnio Béstia, mas não assumiu o nomen gentile de seu pai adotivo[1]. Em 56 a.C., Atratino iniciou o processo contra Marco Célio Rufo, que havia tentado antes, sem sucesso, processar o pai adotivo de Atratino por suborno. Célio também havia se desentendido com sua amante, Clódia, ela pediu que Atratino o acusasse de tentativa de envenenamento e de tentar assassinar um embaixador[2]. Célio contratou Cícero para defendê-lo e ele conseguiu sua absolvição. Em seu discurso "Pro Caelio", Cícero alegou que Atratino estava sendo manipulado por Clódia, que queria se vingar de Célio pelo fim do relacionamento[3].
Em 40 a.C., Atratino foi nomeado pretor sufecto, uma vez que todos os pretores eleitos foram desnomeados depois do Tratado de Brundísio entre Otaviano, Marco Antônio e Lépido, o chamado Segundo Triunvirato. No final do ano, ele e seu colega, Marco Valério Messala Corvino, convocaram o Senado para apresentarem Herodes, o Grande, que havia recebido dos romanos do título de rei da Judeia[4]. Neste mesmo ano, Atratino foi eleito para o papel de áugure, um dos sacerdotes da Roma Antiga, uma posição que ele manteve até sua morte, em 7 d.C.[5].
Um aliado de Marco Antônio, Atratino foi um de seus legados, servindo como governador propretorial da Acaia em 39 a.C.[6]. Em 36 a.C., recebeu o comando de uma parte da frota que Antônio havia enviado para ajudar Otaviano a vencer Sexto Pompeu durante a Revolta Siciliana[7]. Em 34 a.C., foi nomeado cônsul sufecto em 1 de janeiro, depois de Marco Antônio ter ocupado a posição por meras 24 horas. O próprio Atratino ficou na posição até 1 de julho e, como era o costume, renunciou[8]. Em algum momento antes da Batalha de Ácio (31 a.C.), Atratino abandonou a facção de Antônio e passou a apoiar Otaviano[9]. Como recompensa, foi governador proconsular da África por volta de 23 a.C. e celebrou um triunfo por suas ações durante seu mandato em 21 a.C.[10].
A irmã de Atratino, Semprônia, casou-se com Lúcio Gélio Publícola, cônsul em 36 a.C.[11]. Seu túmulo, muito mal preservado, está localizado em Gaeta, na Itália.
Ver também
editarCônsul da República Romana | ||
Precedido por: Públio Cornélio Dolabela (suf.) com Tito Peduceu (suf.) |
Marco Antônio II 34 a.C. com Lúcio Escribônio Libão |
Sucedido por: Otaviano II |
Referências
Bibliografia
editar- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association
- Syme, Ronald, The Roman Revolution (1939)
- Holmes, T. Rice, The Roman Republic and the Founder of the Empire, Vol. II (1923)
- Anthon, Charles & Smith, William, A New Classical Dictionary of Greek and Roman Biography, Mythology and Geography (1860).
- (em alemão) Friedrich Münzer: Sempronius 26). In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. II A,2, Stuttgart 1923, Col. 1366–1368.
- (em alemão) Jens Bartels: Sempronius [I 8]. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 11, Metzler, Stuttgart 2001, ISBN 3-476-01481-9, Pg. 386.