Lúcio Cornifício
Lúcio Cornifício (em latim: Lucius Cornificius) foi um político da gente Cornifícia da República Romana nomeado cônsul em 35 a.C. com Sexto Pompeu. Por seu pronome, provavelmente era filho do Lúcio Cornifício que foi o acusador de Tito Ânio Papiano Milão.
Lúcio Cornifício | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 35 a.C. |
Carreira
editarCornifício foi tribuno da plebe em 43 a.C.[1] e foi o responsável pela acusação de Marco Júnio Bruto no tribunal que julgou os assassinos de Júlio César, um marco na aplicação da Lex Pedia. Em 38 a.C., Otaviano lhe entregou o comando da frota que enfrentou Sexto Pompeu durante a Revolta Siciliana e Cornifício se destacou por suas habilidades militares nas batalhas travadas nas costas da Sicília, chegando inclusive a capturar o nau capitânea de Demócares, o almirante da frota pompeiana.
Dois anos depois, assumiu o comando de parte de um exército que desembarcou na Sicília e conseguiu enfrentar com sucesso a difícil missão de levar suas tropas, compostas por três legiões, sãs e salvas de Tauromênio até Milas, onde estava o exército de Marco Vipsânio Agripa depois de romper um cerco de tropas pompeianas. Pelos serviços prestados, foi nomeado cônsul em 35 a.C. com Sexto Pompeu.[2] Seguindo o costume da época, abdicou na metade do mandato e assumiu o governo da África, provavelmente como procônsul,[3] cargo que ocupou até 32 a.C., quando, já de volta a Roma, celebrou um triunfo em 3 de dezembro.[4]
Conta-se que Cornifício se considerava no direito, por ter salvo a vida de seus soldados na Sicília, de se locomover até sua casa em Roma montado num elefante cada vez que jantava fora. Como outros generais de Augusto, foi compelido a investir parte de seu patrimônio para embelezar a cidade e construiu o Templo de Diana, no monte Aventino.[5][6][7][8][9]
A ele é atribuída a obra "Rhetorica ad Herennium",[10] mas é possível também que ela tenha sido obra de Quinto Cornifício, o Jovem, ou outro membro da família.
Ver também
editarCônsul da República Romana | ||
Precedido por: Lúcio Nônio Asprenas (suf.) com Quinto Márcio Crispo (suf.) |
Lúcio Cornifício 35 a.C. com Sexto Pompeu |
Sucedido por: Marco Antônio II |
Referências
- ↑ Broughton, p. 339
- ↑ Broughton, p. 404
- ↑ Broughton, p. 411
- ↑ Broughton, p. 418
- ↑ Plutarco; Vidas Paralelas, Brutus 27
- ↑ Apiano, De bellis civilibus V 80, 86, 111-115
- ↑ Dião Cássio, História Romana, XLIX 5-7, 18
- ↑ Veleio Patérculo, História Romana II 79
- ↑ Suetônio, As Vidas dos Doze Césares, Augusto 29
- ↑ Quintiliano, Institutio oratoria III 1 § 21, IX 3 §§ 89, 98
Bibliografia
editar- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association
- (em alemão) Friedrich Münzer: Cornificius 5). In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. IV,1, Stuttgart 1900, Col. 1623–1624.
- Este artigo contém texto do artigo «Lucius Cornificius» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).