História comunitária
A história comunitária se refere a prática de pesquisa e escrita da história em bairros, vilas e cidades, com enfoque em aspectos da vivência daquela comunidade específica. A histórica comunitária surgiu na década de 1970 na Inglaterra, e desde sua criação, tem se mantido um fenômeno quase exclusivo da Grã-Bretanha e mais recentemente, da Austrália.
História
editarA história comunitária traça suas origens no contexto universitário britânico das décadas de 1960 e 1970, a partir da ideia de "história vista de baixo", conceito que se tornou famoso na língua inglesa através da obra de historiadores como Edward Thompson.[1] Com base nesta visão sobre a história, a historiografia britânica passou a produzir trabalhos focados nas histórias da população comum, tentando desconstruir aquilo que se chama da história dos grandes homens, focada unicamente nas classes políticas dominantes de um país.[1]
Esta nova tendência nas produções acadêmicas levou a perspectiva de que a vida cotidiana de um trabalhador doméstico ou operário deve ser tão ou mais estudada pelos historiadores quanto as ações políticas e a vida pessoal dos líderes das nações.[1] Através desta perspectiva de história social que nasceria o termo de "história comunitária", nos anos 1980.[1]
Conceito
editarA pesquisa em história comunitária consiste sobretudo no levantamento de documentos e dados sobre os prédios, indivíduos e diferentes comunidades dentro de um contexto geográfico muito específico, como cidades e subúrbios específicos ou regiões de um país.[1] Em períodos mais recentes, os esforços relacionados à história comunitária incluem a produção, armazenamento e divulgação de entrevistas de história oral com membros proeminentes da comunidade, a promoção de eventos relacionados à memória de um determinado local, curadoria de museus municipais, criação de currículos específicos que falem sobre a história local para determinadas escolas, entre outros.[1]
Na Austrália, os registros são normalmente armazenados em bibliotecas estaduais, bibliotecas municipais, sociedades históricas e escritórios de registro públicos.[2] Por exemplo, a Biblioteca Estadual de Victoria possui extensos registros de história local para Melbourne e outros lugares em Victoria.[2] Muitas outras bibliotecas de Melbourne têm coleções de história comunitária, junto com o Cartório Público de Victoria e a Royal Historical Society of Victoria.[3] Em Nova Gales do Sul, a Royal Australian Historical Society estudou a história do local como parte de sua missão desde sua fundação em 1901.[3] Ela possui registros de história local junto com a Biblioteca Estadual de Nova Gales do Sul e outras bibliotecas e arquivos estaduais e locais.[4]
Referências
- ↑ a b c d e f Twells 2008.
- ↑ a b Graeme 2000, p. 27-28.
- ↑ a b Graeme 2000, p. 29.
- ↑ Graeme 2000, p. 30.
Bibliografia
editarLivros
editar- Grame, Davison (2000). The use and abuse of Australian history. St. Leonards, N.S.W.: Allen & Unwin. ISBN 1864487208. OCLC 44895086
Páginas da web
editar- Twells, Alisson (2008). «Community history». Making History. Consultado em 17 de setembro de 2018