Heteroflexibilidade
A heteroflexibilidade é uma forma de orientação sexual ou comportamento sexual situacional que se caracteriza por atividades homossexuais limitadas em uma orientação fundamentalmente heterossexual, que se considera igual ou distinta da bissexualidade.[1] Tem sido caracterizada como "predominantemente heterossexual".[2] É frequentemente associada à bi-curiosidade, que descreve um amplo processo contínuo da orientação sexual entre a heterossexualidade e a bissexualidade,[3] ou classificada como uma sexualidade fluida.[4][5] A heteroflexibilidade pode distinguir-se como o "desejo de experimentar... com homoerotismo e excitação somente, não mais que isso" e se refere ao termo bi-curioso; podendo ser um estilo de vida.
Nos Estados Unidos e Canadá estudos mostram que de três a quatro por cento dos homens jovens, já utilizam a identificação "predominantemente heterossexual" para sua autodeclaração de sentimentos sexuais, desejos e comportamentos, demonstram interesse pela heteroflexibilidade, apesar de não se sentirem necessariamente atraídos pela bissexualidade plena.[6]
O professor Ritch Savi-Williams afirma que a sua investigação atual revela que o grupo que teve mais rápido crescimento enquanto "identidade sexual" são os homens que se identificam como "predominantemente heterossexuais", crescimento muito maior quando em comparação com identidades como "gays" ou "bissexuais".[7] O professor Roma Castro afirma que a heteroflexibilidade pode ter uma forma temporária, como é muito comum na adolescência dos homens, ou ser um estilo de vida mais duradouro, e quando é um estilo de vida sexual mais permanente, as práticas caracterizam a identidade sexual heteroflexível, ou heterogoy.[8]
Com diferença de "bissexual até a tampa", "bissexual que topa tudo" e pejorativos similares, a heteroflexibilidade tipicamente se considera que tenha uma conotação positiva e muitas vezes o termo heteroflexível é um rótulo auto-aplicado, muito embora o seu uso ainda esteja na pop cultura sendo atestada como pejorativo.[9]
Ver também
editarReferências
- ↑ Sá-Teixeira, Nuno (7 de junho de 2019). «Categorização, cognição e o estilo de vida g0y». Estudos Interdisciplinares em Psicologia (em espanhol). 10 (1): 131–152. ISSN 2236-6407. doi:10.5433/2236-6407.2019v10n1p131
- ↑ Thompson, Elisabeth Morgan; Morgan, Elizabeth M. (2008). «"Mostly straight" young women: Variations in sexual behavior and identity development.». Developmental Psychology (em inglês). 44 (1): 15–21. ISSN 1939-0599. doi:10.1037/0012-1649.44.1.15
- ↑ Frank, Katherine (agosto de 2008). «`Not Gay, but Not Homophobic': Male Sexuality and Homophobia in the `Lifestyle'». Sexualities (em inglês). 11 (4): 435–454. ISSN 1363-4607. doi:10.1177/1363460708091743
- ↑ Junior, Dilton Ribeiro Couto; Brito, Leandro Teofilo de (15 de janeiro de 2018). «"Vocês conhecem algumx 'heterossexual flexível'?": masculinidades performativas em debate». ETD - Educação Temática Digital (1): 81–97. ISSN 1676-2592. doi:10.20396/etd.v20i1.8647597. Consultado em 17 de setembro de 2024
- ↑ «Plural, flexível e reflexiva: discutindo novas configurações de identidade sexual» (PDF). VII Congresso Português de Sociologia. 2012
- ↑ Savin-Williams, Ritch C.; Kara (1 de fevereiro de 2012). «Prevalence and Stability of Self-Reported Sexual Orientation Identity During Young Adulthood». Archives of Sexual Behavior (em inglês). 41 (1): 103–110. ISSN 0004-0002. doi:10.1007/s10508-012-9913-y
- ↑ «Gay? Whatever, Dude». The New York Times. 4 de junho de 2010. Consultado em 30 de janeiro de 2011
- ↑ ROMA de CASTRO, P. (2016). «OS MODELOS ESCALARES SÃO SUFICIENTES?». XII Conages. Consultado em 19 de outubro de 2016
- ↑ Zaylía, J.L. (2009). «Toward a Newer Theory of Sexuality: Terms, Titles, and the Bitter Taste of Bisexuality». Journal of Bisexuality. 9 (2): 109–123. doi:10.1080/15299710902881467