Herói (revista)
Revista Herói foi uma revista brasileira, criada em 1994 e lançada em dezembro do mesmo ano nas bancas pela Acme Editora (que seria a Conrad Editora mais tarde) em parceira com a Nova Sampa.[1] A edição de estreia trazia na capa o desenho animado Os Cavaleiros do Zodíaco, que havia estreado em setembro de 1994 na extinta TV Manchete e começava a fazer grande sucesso junto ao público infanto-juvenil.
A publicação cobria séries de TV, desenhos animados, quadrinhos, cinema, games e outros assuntos correlatos. As matérias apresentavam ao leitor as novidades dessas áreas, relembravam atrações antigas, revelavam bastidores e curiosidades sobre todos esses temas.
Ao tratar desses assuntos de forma praticamente inédita num veículo de comunicação de massa, trazendo como carro-chefe a cobertura do universo da cultura pop — e navegando no sucesso de Cavaleiros do Zodíaco —, a Herói rapidamente se tornou num fenômeno editorial. A publicação da Acme chegou às bancas com o chamado "formatinho", do mesmo tamanho das revistas da Turma da Mônica e dos quadrinhos da Editora Abril da época, justamente para agradar aos jovens leitores - em sua maioria crianças - que também eram fãs da animação japonesa que fazia sucesso na TV Manchete. Assim, a edição número 1 teve tiragem de 100 mil exemplares, que se esgotaram rapidamente. Houve mais duas reimpressões desta primeira edição e as vendagens também foram altas. As edições subsequentes, já no ano de 1995, também contaram com tiragens e vendagens altas. A edição nº 36 cobrindo exclusivamente a mania Os Cavaleiros do Zodíaco chegou com tiragem de 400 mil exemplares.[2]
Com o grande sucesso em bancas, os editores da revista decidiram, ainda no início de 1995, transformá-la em bissemanal, ou seja, lançando duas edições por semana da publicação.
A popularidade alcançada pela revista gerou a criação de outras publicações. Ainda em 1995, a revista passou a se chamar Herói Gold, com mais páginas e o mesmo preço de R$ 1,95. Outros títulos vieram como a Herói Super, Herói Games, Herói Giga, Herói Mini, Herói Kids, entre outras. No ano 2000 foi lançado o site www.heroi.com.br.
Antecedentes e histórico
editarEntre 1992 e 1993, a Editora Azul publicou uma revista spin-off da Revista Set chamada Set Terror & Ficção, editada por Carlos Eduardo Miranda e tendo como redatores os jornalistas André Forastieri e Rogério de Campos. Forastieri e Campos tinham passagens pela Folha de S. Paulo e também trabalharam juntos na revista Bizz, da Editora Azul (braço jovem da Editora Abril). Em 1993, os dois jornalistas deixaram a Azul para fundar a editora Acme. Ali, eles criaram a revista General, dedicada à cultura pop e voltada para o público jovem-adulto. Mais tarde, com o sucesso dos Cavaleiros do Zodíaco, foram aconselhados por Mauro Martinez dos Prazeres (um dos donos da Devir) e pelo editor Franco de Rosa a fazerem um teste com o anime, que estava fazendo grande sucesso junto às crianças. Forastieri já tinha a intenção de produzir uma publicação aos moldes da Set Terror & Ficção e percebeu que essa seria sua chance. Forastieri e Campos estavam produzindo três outras revistas naquele momento: uma sobre cinema, outra sobre quadrinhos e a terceira sobre RPG (Role Playing Game). Quem tocava a feitura dessas publicações era o jornalista Odair Braz Junior (estagiário à época e que virou o primeiro editor da publicação) e, com a ideia de criar uma revista para o público infanto-juvenil, adaptou-se o material dessas outras revistas para o que seria a Herói número 1. Produzida rapidamente com textos de Forastieri, de Odair e do colaborador Alexandre Nagado (roteirista de histórias em quadrinhos baseadas nas séries Maskman, Flashman e Street Fighter), surgia assim a revista Herói. Com o sucesso da série de anime Os Cavaleiros do Zodiaco e demais produções japonesas,[3] Nagado se tornou um colaborador frequente e o jornalista Marcelo Del Greco (editor da linha de mangás da Editora JBC)[4] também se tornou um colaborador para escrever sobre Cavaleiros do Zodíaco.[5] Mais tarde, Del Greco foi contratado para fazer parte da redação da Herói. Com o tempo, a revista seria publicada apenas pela Conrad Editora (nome adotado pela Acme).[6]
A revista circulou, com várias pausas, intervalos e mudanças de nome (como Herói Gold, Herói 2000 e Herói.com.br), por 12 anos, incluindo aí o website, que teve boa audiência durante vários anos. A última tentativa de colocar a Herói novamente nas bancas aconteceu em 2006, já editora Futuro Comunicação, uma dissidência da Conrad, porém com numeração reiniciada.[7] Esta edição trouxe Lost na capa, série de grande sucesso na época. Mas as vendas não foram boas e não houve sequência.
No início de 2016, a editora Tambor Digital, de André Forastieri, lançou o livro Herói: A História da Revista que Mudou uma Geração. Com 192 páginas, a obra escrita por Forastieri e Arianne Brogini (editora da Herói entre 2000 e 2002) traz depoimentos dos muitos profissionais que trabalharam na revista ao longo dos anos.
Referências
- ↑ Pedro Hunter (29 de novembro de 2000). «Quadrinhos japoneses invadem as bancas tupiniquins». Omelete
- ↑ «Zeus é japonês». Veja. 19 de julho de 1995
- ↑ Nagado, Alexandre (2008). «Minha Ligação Com o Lado Pop do Japão». Almanaque do Centenário da Imigração Japonesa. [S.l.]: Editora Escala
- ↑ Samir Naliato (29 de maio de 2012). «Cassius Medauar é o novo gerente de conteúdo da Editora JBC». Universo HQ
- ↑ Marcelo Del Greco (20 de novembro de 2003). «Saraba, Kenshin!». Universo HQ
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