Guerra Federal
A Guerra Federal (também conhecida como Guerra Longa, ou Guerra dos Cinco Anos[3]) foi o confronto militar entre tendências conservadoras e liberais na Venezuela do século XIX. É considerado o confronto bélico mais longo e mais sangrento para Venezuela depois de sua independência. Os conservadores, a oligarquia surgida da guerra independentista, opuseram-se a modificar a ordem social estabelecida desde a colônia, imperturbável depois da guerra de independência da Venezuela, incluindo entre outras coisas o sistema eleitoral. Por outro lado, os liberais, proclamavam os ideais de liberdade e igualdade.
Guerra Federal | |||
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Batalha de Maiquetía, 2 de setembro de 1859. | |||
Local | Venezuela | ||
Casus belli | Tomada de Coro | ||
Desfecho | Tratado de Coche | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
Se estima que entre 20.000[1] e 100.000[2] militares foram mortos no total, dos que 30.000 a 50.000 foram em combate.[2] |
Durante a guerra, os liberais eram conhecidos com o nome de federalistas, já que o federalismo e a autonomia das províncias eram suas reivindicações principais.
O conflito
editarA Tomada de Coro em 20 de fevereiro de 1859 foi o fato que deu início à Guerra Federal. O comandante Tirso Salaverría ocupou o quartel de Coro, apoderando-se de uns 900 fuzis. No dia seguinte lançou o Grito da Federação. Depois, em março Ezequiel Zamora desembarcou em Coro junto aos demais líderes federais (exceto Juan Crisóstomo Falcón), que tinham sido exilados nas Antilhas.[4]
O primeiro importante confronto foi a Batalha de Santa Inés, em 10 de dezembro de 1859, com uma vitória dos federais capitaneados por Ezequiel Zamora. Esta vitória permitiu a Zamora assentar o domínio federal nas planícies venezuelanas e preparar o avanço dos liberais para o centro do país.
No marco desta ofensiva liberal, as tropas de Zamora cercaram San Carlos em janeiro de 1860.[5] O cerco prolongou-se durante uma semana, supondo a morte do próprio Ezequiel Zamora e um elevado custo militar para os federais. Depois da morte de Zamora, Juan Crisóstomo Falcón iniciou o avanço para a cidade de Valencia com a intenção de tomá-la. No entanto as tropas rebeldes estavam muito debilitadas depois do cerco de San Carlos, ao mesmo tempo que os conservadores começavam a receber reforços, pelo que Falcón teve que evitar em várias ocasiões o combate com as tropas governamentais e se desviar de Apure.
Finalmente, em fevereiro de 1860, aconteceu um confronto conhecido como a batalha de Coplé, resultando uma vitória conservadora que o general governamental León de Febres Cordero não soube aproveitar. Os federais puderam retirar-se em boa ordem sem ter sofrido grandes danos. Depois desta derrota Falcón dividiu seu exército para executar várias guerrilhas nas diferentes partes do país enquanto ele marchava para a Colômbia e depois a outros países do Caribe para conseguir apoios e reforços. No entanto estas guerrilhas não foram efetivas e se encontraram em muitas ocasiões a mercê das perseguições do exército conservador em ação contra os federalistas venezuelanos da Província de Portuguesa.
Apesar de tudo, em pouco tempo o exército federal começa a aumentar e a fortalecer graças aos reforços e apetrechos conseguidos por Falcón. Este volta a ingressar na Venezuela em julho de 1861 desdobrando uma intensa atividade militar. Em dezembro, aconteceram mal-sucedidas negociações de paz. Finalmente, o desgaste civil e econômico junto aos avanços finais dos federalistas obrigaram a procurar uma solução negociada, cuja mais consagrada foi o Tratado de Coche, em abril de 1863.
Consequências
editarFoi o conflito mais sangrento da Venezuela; morreram mais de 100 000 pessoas numa nação com menos de 50 anos de independência que não chegava a milhões de pessoas.
O custo maior destes cinco anos de guerra civil recaiu sobre a população. Teve 175 000 mortos, em sua maioria camponeses, pois já que tratava-se de uma sociedade rural; 9,5 % de uma população total de quase 1 800 000 pessoas.
Referências
editar- ↑ Nineteenth Century Death Tolls. Fuente: Singer, Joel David & Melvin Small (1972). The Wages of War. 1816-1965: a statistical handbook. Nueva York: John Wiley & Sons Inc.
- ↑ a b Nineteenth Century Death Tolls. Fuente: Sheina, Robert L. (2003). Latin America's Wars: The Age of the Caudillo, 1791-1899. Tomo I. Brassey's, Incorporated, pp. 249. ISBN Incorporated.
- ↑ «La Guerra Federal (1859-1863)». RENa. Consultado em 1 de março de 2019. Arquivado do original em 30 de abril de 2015
- ↑ «29 de abril: 144 años del fallecimiento de Juan Crisóstomo Falcón» (html). PSUV (em espanhol).
Posteriormente, comenzó a preparar una invasión que se hizo efectiva en marzo de 1859 por la Vela de Coro, pero en ésta no venía él por medida de seguridad. Una vez que recibe noticias de los triunfos que se están obteniendo en la Guerra Federal, y por temor a quedar desplazado por Zamora, decide venirse para Venezuela, y el 24 de julio desembarcó en Palma Sola, cerca de El Palito, y asume como Comandante General de los Ejércitos de la Federación. Al morir Zamora en San Carlos, el 10 de enero de 1860, Falcón asumió la jefatura política y militar de la Revolución Federal.
- ↑ «20 de febrero: 154 años del inicio de la Guerra Federal» (html). PSUV.
El 10 de diciembre de 1859, se desarrolla la batalla de Santa Inés, en la cual derrota al ejército centralista; siendo considerada esta acción como fundamental en el proceso de la Guerra Federal y testimonio de las excepcionales cualidades de Zamora como conductor de tropas. Después de Santa Inés, Zamora se dirige hacia el centro del país a través de Barinas y Portuguesa, pero antes de aproximarse a Caracas, resuelve tomar la ciudad de San Carlos.
Bibliografia
editar- Brito Figueroa, Federico. Tiempo de Ezequiel Zamora. [S.l.: s.n.]
- Diccionario de Historia de Venezuela. [S.l.: s.n.]
Ligações externas
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