Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

A Escola de Engenharia é uma das unidades de ensino mais antigas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo sido fundada em 10 de agosto de 1896.

Prédio histórico da Engenharia

História

editar

A Escola de Engenharia da UFRGS foi idealizada por cinco engenheiros militares: João Simplício Alves de Carvalho, João Vespúcio de Abreu e Silva, Juvenal Miller, Lino Carneiro da Fontoura e Gregório de Paiva Meira, todos engenheiros militares e professores da Escola Militar do Rio Grande do Sul, mais o engenheiro civil Álvaro Nunes Pereira. Foram prontamente apoiados pelo presidente da província, Júlio de Castilhos, devoto do positivismo e do lema "saber fazer".[1] Foi a segunda instituição de ensino superior da cidade, pois já existia a Escola de Farmácia, que deu origem à atual Faculdade de Medicina e Faculdade de Farmácia. Ana de Ávila Chagas, baronesa de Candiota, doou o patrimônio inicial necessário para a fundação da escola e a contratação de 50 professores estrangeiros, principalmente alemães.[2]

A Escola iniciou nos seus primeiros anos, um forte movimento de expansão de cursos técnicos e preparatórios que terá imediato impacto sobre suas atividades.[3] Em 1900, foi criado um curso preparatório para candidatos à Escola e a outras faculdades, curso que depois deu origem ao Colégio Júlio de Castilhos, oferecendo cursos primário e ginasial, com três e seis anos, respectivamente, e incluía em seu currículo artes manuais e instrução militar.[3]

Em 1906, era criado o Instituto Técnico Profissional – nomeado inicialmente Escola Benjamin Constant, mais tarde Instituto Parobé, em 1917, destinado à formação de meninos de famílias pobres com ensino de construções mecânicas, marcenaria e carpintaria, artes gráficas e artes do edifício.[3]

Em 1908, criava-se o Instituto de Eletrotécnica, em 1922 chamado de Instituto José Montaury, que ministrava um curso de engenheiro mecânico-eletricista e um curso técnico de montadores mecânicos-eletricistas.[3] No mesmo ano foi instalado o Instituto Astronômico e Meteorológico, voltado ao estudo do clima e estabeleceria uma vasta rede de estações meteorológicas.[3]

Recursos públicos em abundância financiaram a construção de instalações e a expansão da Escola.[3] Uma taxa equivalente a 2% da arrecadação do estado seria criada ainda em 1908, durante o governo Carlos Barbosa.[3] Já no ano seguinte, a Assembleia legislativa elevaria essa taxa a 4%, garantindo importantes recursos para a Escola.[3]

A antiga edificação passou por um longo processo de restauro para abrigar a direção da Escola de Engenharia e faz parte do conjunto de Prédios Históricos da UFRGS.

Foi denominada Universidade Técnica do Rio Grande do Sul a partir de 1931. Já em 1934, passou a integrar a recém criada Universidade de Porto Alegre, juntamente com as demais escolas superiores da capital.[4]

Atualidade

editar

Anualmente mais de 850 novos alunos ingressam em seus 13 cursos de graduação, sendo os de Engenharia de Controle e Automação e Engenharia de Energia um dos mais recentes. No total, são mais de 8000 alunos de graduação.[5] Possui ainda 13 programas de pós-graduação, entre stricto sensu (mais de 1700 alunos), lato sensu e mestrado profissional.[6]

A Escola de Engenharia possui nove departamentos: Engenharia Civil, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Minas, Metalurgia, Engenharia Química, Engenharia de Produção e Transportes, e Sistemas Elétricos de Automação e Energia.[7] Ao todo são 59 laboratórios e aproximadamente 220 professores, dos quais mais de 90% são doutores e/ou pós-doutores.[5]

Em 2017, a Escola de Engenharia lançou o Fundo Centenário, uma associação sem fins lucrativos cujo objetivo é ser "uma fonte de recursos perpétua, dedicada a apoiar projetos de ensino, pesquisa, extensão e inovação" e se propõe a construir um fundo de investimento através de doações.[8][9]

Referências

  1. Ricardo Stefanelli (editor) e Angela Caporal (coordenadora de produção do artigo publicado em Zero Hora em 10 de agosto de 1996)
  2. CUNHA, Luiz Antônio. “A universidade temporã: o ensino superior da Colônia à era Vargas”. São Paulo, Editora da UNESP, 2007, parcialmente disponível em https://books.google.co.jp/books?id=Y9AjCgAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false
  3. a b c d e f g h Heinz, Flavio M. «Positivistas e republicanos: os professores da Escola de Engenharia de Porto Alegre entre a atividade política e a administração pública (1896-1930)». Revista Brasileira de História. 29 (58): 263–289. doi:10.1590/S0102-01882009000200002 – via SciELO 
  4. «Escola de Engenharia inicia comemoração de seus 120 anos». UFRGS. 11 de agosto de 2016. Consultado em 21 de setembro de 2023 
  5. a b [1]
  6. [2]
  7. «Departamentos - Escola de Engenharia» 
  8. «Quem Somos». FC-Novembro. Consultado em 25 de abril de 2021 
  9. Oliveira, Bruna (16 de março de 2021). «Alunos e ex-alunos lançam fundo de investimento para financiar inovação na Ufrgs». Jornal do Comércio. Consultado em 25 de abril de 2021 

Bibliografia

editar

Ligações externas

editar
  Este artigo sobre educação ou sobre um educador é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.