Cerco de Tomar
O Cerco de Tomar deu-se em 1190 entre o Califado Almóada e a Ordem dos Templários, que defendeu a cidade e castelo de Tomar do assédio muçulmano.
Cerco de Tomar 1190 | |||
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Reconquista | |||
O castelo de Tomar | |||
Data | 13 de Julho - 18–19 Julho 1190[1][2] | ||
Local | Tomar | ||
Desfecho | Vitória portuguesa | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Contexto
editarO mestre dos Templários em Portugal era a esta data o formidável D. Gualdim Pais, que passara cinco anos na Terra Santa e pouco depois do ter regressado a Portugal iniciou em pessoa a construção do castelo de Tomar.[4] Tomar foi fundada a 1 de março de 1160 para ser a sede da Ordem em Portugal.[4][5] D. Gualdim trouxe técnicas novas e foi dada especial atenção ao traçado e construção de Tomar, pois foi o primeiro castelo templário concebido de raiz como sede da Ordem em Portugal.[4] Apresentava uma série de inovações de design militar, como uma torre de menagem, um alambor e era um claro afastamento do típico castelo ibérico. Apresentava elementos muçulmanos como uma praça, almedina e alcáçova.[4]
Depois de ter o rei D. Sancho capturado a grande cidade muçulmana de Silves, no sudoeste da Península Ibérica, o califa almóada Yaqub Almançor decidiu levar a cabo uma série de campanhas militares contra Portugal. Foi assinada uma trégua com o rei Afonso VIII de Castela, deixando al-Mansur livre para avançar pelo Alentejo. Silves foi sitiada, Alcácer do Sal, Palmela, Almada, Abrantes foram capturadas e, avançando para norte do rio Tejo, Torres Novas foi capturada.[6] O califa então dividiu as suas forças e sitiou tanto Tomar como Santarém ao mesmo tempo. Alguns almóadas marcharam para norte e alcançaram as muralhas de Coimbra, destruindo Leiria pelo caminho.[7]
O cerco
editarTomar era então um dos castelos mais fortes de Portugal.[7]
D. Gualdim Pais levou a cabo uma surtida de 300 cavaleiros contra o exército almóada.[3] Os almóadas conseguiram capturar o portão principal da cidade, mas foram rechaçado após combates tão sangrentos que o portão passou a ser conhecido como "Porta do Sangue".[8] Alguns dos Templários realizaram um ataque ao acampamento almóada através de um túnel subterrâneo secreto.[6]
Entretanto, por mero acaso, vários navios cruzados ingleses e franceses fizeram escala em Silves e Lisboa. O rei D. Sancho encontrava-se em Lisboa e com o apoio dos ingleses franceses, rejeitou as propostas de paz que Yaqub lhe dirigira, que envolviam entregar Silves e marchou a socorrer Santarém. Enfrentando uma resistência mais forte do que antecipara, o califa mandou todas as suas tropas bater em retirada. Os muçulmanos só conseguiram devastar os subúrbios não fortificados de Tomar.[7]
Consequências
editarOs Templários quebraram o ímpeto da ofensiva almóada.[9] A valorosa defesa de Tomar confirmou a importância militar dos Templários como parte indispensável da defesa de Portugal.[1] A acção relativamente curta foi contada nos anais dos Templários como uma grande vitória.[2] Posteriormente, a Ordem voltou a juntar-se mais activamente aos esforços portugueses na reconquista do território aos muçulmanos.[2]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ a b Geordie Torr: The Templars: The Legend and Legacy of the Warriors of God, Arcturus Publishing, 2020.
- ↑ a b c Kurt Villads Jensen: Crusading at the Edges of Europe: Denmark and Portugal c.1000 – c.1250 Routledge, 2016.
- ↑ a b Hamilton White: The Tomar Hoard, Dolman Scott Publishing,2021, p. 23.
- ↑ a b c d Diana Jean Muir: TEMPLARS Who were they? Where did they go?, vol 2, Lulu Publishing, 2019, pp. 169-170.
- ↑ Gordon Napier: [The Pocket A-Z of the Knights Templar: A Guide to Their History and Legacy], The History Press, 2014.
- ↑ a b José Armando Vizela Cardoso: Templários Em Tomar, Edições Vieira da Silva, 2020, p. 59.
- ↑ a b c H. V. Livermore: A History of Portugal, Cambridge University Press, 1947, p. 97.
- ↑ Estevão de Sousa: A Expansão de Portugal no Mundo e as Ordens Religiosas, Clube de Autores, 2020, p. 30.
- ↑ Michael Haag: Templars History and Myth: From Solomon's Temple to the Freemasons, 2010, p. 315.