Campo Bom

Município brasileiro localizado no estado do Rio Grande do Sul

Campo Bom é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Pertence à Região Metropolitana de Porto Alegre à Microrregião Porto Alegre e também ao chamado Vale do Rio dos Sinos.

Campo Bom
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Campo Bom
Bandeira
Brasão de armas de Campo Bom
Brasão de armas
Hino
Gentílico campo-bonense
Localização
Localização de Campo Bom no Rio Grande do Sul
Localização de Campo Bom no Rio Grande do Sul
Localização de Campo Bom no Rio Grande do Sul
Campo Bom está localizado em: Brasil
Campo Bom
Localização de Campo Bom no Brasil
Mapa
Mapa de Campo Bom
Coordenadas 29° 40′ 44″ S, 51° 03′ 10″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Região metropolitana Porto Alegre
Municípios limítrofes Sapiranga, Dois Irmãos e Novo Hamburgo
Distância até a capital 57 km
História
Fundação 31 de janeiro de 1959 (65 anos)
Administração
Prefeito(a) Luciano Liborio Baptista Orsi (PDT, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 60,579 km²
População total (2021) [2] 69 981 hab.
 • Posição RS: 32º BR: 476º
Densidade 1 155,2 hab./km²
Clima subtropical
Altitude 29 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 93700-000
Indicadores
IDH (2010) [3] 0,745 alto
 • Posição RS: 129º BR: 648º
Gini (2010) 0.43
 • Posição RS: 119º BR: 795º
PIB (2020) [4] R$ 3 086 839,08 mil
 • Posição RS: 30º BR: 361º
PIB per capita (2020) R$ 44 441,81

Com apenas 60 km² de área, Campo Bom não possui uma extensão territorial expressiva, mas o potencial empreendedor da cidade é notável. É por isso que o município é conhecido como "O pequeno gigante do Vale". Embora deva seu desenvolvimento ao setor calçadista, sendo a primeira cidade do Brasil a exportar calçados[5], a cidade apresenta uma economia diversificada. As indústrias metalúrgica, química e oleira representam variedade produtiva, além da automotiva e da vidraceira, que são mais recentes. Também é o município onde foi promovida a 1ª feira nacional do calçado, em 1960, e que deu origem a Fenac, em Novo Hamburgo.

Em 2009 Campo Bom foi a cidade pioneira no Brasil a oferecer serviço gratuito de Internet sem fio para 100% da população, através do W-CampoBom. Em 2010 conquistou o título de terceira melhor cidade do Rio Grande do Sul em desenvolvimento social, a qualidade de vida, a educação e o lazer na cidade são referenciais no estado.

Histórico

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A colonização da cidade começou em 1825, com a vinda dos imigrantes alemães. Os lotes foram distribuídos ao longo da Avenida Brasil. Eram de maioria protestantes de denominação luterana. Em 1829 construíram o primeiro templo evangélico do sul do Brasil, provavelmente uma casa de culto em enxaimel, que seria mais tarde substituída pelo prédio até hoje existente (1851)[6].

Inicialmente, a agricultura de subsistência era a única atividade econômica. Com o empobrecimento rápido do solo, começam a aparecer as atafonas e moinhos, como o Moinho Deuner, situado no bairro Rio Branco e atualmente em ruínas (houve um projeto de transformação deste moinho num museu e espaço cultural nos anos 80, mas foi abortado pelas administrações posteriores). O aparecimento da indústria calçadista, e também das olarias e casas de comércio, foram responsáveis pelo impulsionamento da economia do local.

A vila de Campo Bom foi elevada a distrito de São Leopoldo em 1927. A localidade se desenvolveu e conseguiu a emancipação em 31 de janeiro de 1959.

A origem do nome do município veio dos tropeiros que conduziam o gado dos Campos de Cima da Serra para São Leopoldo e Porto Alegre, passando pela localidade. Os tropeiros descansavam à sombra de árvores enquanto o gado pastava nos campos.[7]

Geografia

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Localizada na encosta inferior do nordeste do estado, na latitude 29º40'44" sul e a na longitude 51º03'10" oeste, Campo Bom está a uma altitude de 29 metros acima do nível do mar. Sua população em 2010 era de 60 081 habitantes. Está a 56,8 quilômetros do centro da capital Porto Alegre, por via asfáltica. A estação do Metrô mais próxima é a Estação Novo Hamburgo do Trensurb. Esta liga as cidades do Vale do Sinos a Porto Alegre e está a 25,9 quilômetros do centro de Campo Bom. A cidade também está a apenas 53,9 quilômetros do Aeroporto Internacional Salgado Filho, principal aeroporto do Sul do País e entrada dos países do Mercosul. É um município que conta com as águas do rio dos Sinos e registra as temperaturas mais altas do estado do Rio Grande do Sul no verão, e até mesmo algumas vezes durante o ano.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), relativos ao ano de 1985 e aos períodos de 1988 a 1998, 2000 e a partir de 2002, a menor temperatura registrada em Campo Bom foi de −1,8 °C nos dias 14 de julho de 2000, 25 de julho de 2009 e 8 de junho de 2012, e a maior atingiu 41,9 °C em 16 de novembro de 1985. O maior acumulado de precipitação em 24 horas alcançou 209 mm em 16 de junho de 2023, superando o recorde anterior de 154 mm em 23 de abril de 2011.[8]

Dados climatológicos para Campo Bom
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 41,6 41,4 41,2 37,2 35,4 32,9 33,6 36,1 39,5 39,8 41,9 41 41,9
Temperatura máxima média (°C) 32,2 31,6 30,6 27,2 23,1 20,9 20,5 22,7 23,5 26,8 29,4 31,6 26,7
Temperatura média compensada (°C) 24,9 24,3 23,3 20,1 16,1 14,3 13,5 15,2 16,7 19,7 22 24 19,5
Temperatura mínima média (°C) 19,4 19,4 18,5 15,4 11,7 10 9 10,2 11,8 14,5 16,2 18,1 14,5
Temperatura mínima recorde (°C) 10,6 9,4 7,7 5,2 0,9 −1,8 −1,8 −0,8 1,2 5,1 6,8 8,2 −1,8
Precipitação (mm) 139,5 130,7 113,7 121,5 110,7 132,6 149,4 131,9 168 154,2 115,5 114,5 1 582,2
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 10 10 9 9 8 9 10 9 10 10 8 9 111
Umidade relativa compensada (%) 75 78,2 79,5 82,3 84 84,9 82,9 80,8 79,9 77,2 73,4 72,9 79,3
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[9] recordes de temperatura:
01/01/1985 a 31/12/1985, 01/01/1988 a 31/12/1998, 01/01/2000 a 31/12/2000 e 01/01/2002-presente)[10][11][8]

Economia

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Inicialmente, a agricultura de subsistência era a única atividade econômica. Com o empobrecimento rápido do solo, começaram a aparecer as atafonas e moinhos, como o Moinho Deuner, situado no bairro Rio Branco e, atualmente, em ruínas. Houve um projeto de transformação deste moinho num museu e espaço cultural nos anos 1980, mas foi abortado pelas administrações posteriores.

O aparecimento da indústria calçadista, e também das olarias e casas de comércio, foram responsáveis pelo impulsionamento da economia do local. Na década de 70 impulsionados pela exportação calçadista, o município recebeu vários imigrantes de todo o estado mas principalmente da região Centro Oriental Rio-Grandense e da Região das Minas de Carvão.

Em Campo Bom também se encontra o Feevale Techpark[12], anteriormente chamado de VALETEC, um parque tecnológico da Universidade Feevale, com capacidade de abrigar mais de 120 empresas intensivas em conhecimento, centros de pesquisa, organizações voltadas para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico e prestadores de serviços avançados. Situa-se junto do Câmpus III[13] da universidade.

Localizam-se na cidade algumas grandes empresas, dentre elas a Arezzo&Co, Schutz, GetNet, a Ticket Log, pertencente ao grupo Edenred Brasil, a FCC, a Box Print, e uma planta de indústria da Verallia, somando dezenas de bilhões de reais em faturamento anual.[14]

Esporte

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Sede do Clube XV de Novembro.
 
Trecho da ciclovia de Campo Bom.
 
Vista da cidade.

O time de futebol da cidade, chamado Clube 15 de Novembro, tem destaque regional. O prédio-sede deste clube caracteriza-se pelas influências germânicas. Atualmente, o 15 de Novembro também conta com departamentos de diversos esportes: tênis, tiro, bolão, arqueirismo, handebol e xadrez, além do departamento de Piscinas.

Turismo

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Um dos principais atrativos da cidade é o Largo Irmãos Vetter, que conta com uma torre-mirante e chafarizes com iluminação artística. Ao longo da Avenida Brasil estão distribuídas várias lanchonetes e restaurantes, lugares de encontro dos campo-bonenses.

Foi o primeiro município da América Latina a implantar uma ciclovia, em 1977, e que atualmente conta com mais de 22 quilômetros de extensão, 9 deles sendo iluminados.[15] A ciclovia é muito utilizada para prática de corrida e caminhada dos campo bonenses.

Cultura

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A cultura da comunidade está ligada na colonização alemã, o gosto pelo canto, danças e tradições trazidos da pátria longínqua, fez com que nascesse as sociedades Concórdia (Atual 15 de Novembro), o Clube recreativo e cultural Oriente e a Sociedade e canto Progresso. Na década de 1970, com o crescimento das indústrias de calçado, houve um grande movimento de migração de outros municípios, trazendo descendentes de outras etnias, perdendo-se um pouco as características da influência alemã.

O apego às tradições gaúchas também se fazem presentes através dos rodeios campeiros realizados pelos CTGs Campo Verde, M'Bororé, Palanques da Tradição e Guapos do Itapuí.

A cidade conta com um teatro e duas salas de cinema com moderna infraestrutura, no Centro de Educação Integrada de Campo Bom (C.E.I), onde também está localizada a estação rodoviária. Uma das salas de cinema leva o nome da atriz Bárbara Paz, que é natural de Campo Bom. No bairro Cohab Sul há ainda uma rua com o nome do pai de Bárbara Paz, a Rua Oripe Paz.

A maioria da população da cidade é formada por descendentes de alemães e italianos, mas existe também uma minoria descendentes de portugueses, espanhóis e poloneses.

Idiomas

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Ao lado da língua nacional, o idioma alemão do município é considerado um patrimônio cultural imaterial que é protegido oficialmente pelo IPHAN desde 2008. Mesmo assim, seguindo o padrão regional e nacional de desaparecimento de línguas minoritárias (tanto alóctones como autóctones), espera-se (em 2010) uma extinção completa do falar minoritário germânico na região de Campo Bom.

Religião

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Devido à colonização alemã, inicialmente a religião predominante era a Evangélica, mas atualmente, a católica é a predominante. Isto ocorreu com a mescla de etnia e, consequentemente, o aumento da população. O município apresenta como principais segmentos religiosos: Igreja Católica, Igreja Evangélica Trindade (Confissão Luterana do Brasil), Igreja Luterana da Paz, Igreja Presbiteriana Reformada, Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Apostólica Ágape, Ministério Vida e Paz, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Salão Reino das Testemunhas de Jeová. O município conta ainda com a Casa Espírita e Seicho-no-ie.

A cidade também conta com a primeira Igreja Evangélica Luterana (IECLB) do sul do Brasil.

Filhos notórios

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Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  2. «ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL E UNIDADES DA FEDERAÇÃO COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2021» (PDF). IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  3. «Ranking». IBGE. 2010. Consultado em 12 de maio de 2023 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 a 2020». IBGE. 2020. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «65 anos: Campo Bom investe em melhorias na educação, saúde e segurança». GaúchaZH. 9 de fevereiro de 2024. Consultado em 9 de junho de 2024 
  6. Portal Brasil. s.d. Consultado em 09 de outubro de 2023.
  7. História de Campo Bom. 2022. Consultado em 09 de outubro de 2023.
  8. a b INMET. «Banco de dados meteorológicos». Consultado em 21 de junho de 2023 
  9. INMET. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Consultado em 18 de maio de 2018 
  10. INMET. «Estação: CAMPO BOM (A884)». Consultado em 17 de julho de 2020 
  11. INMET. «Gráficos diários de estações automáticas». Consultado em 17 de julho de 2020 
  12. «Feevale Techpark Campo Bom». Feevale Techpark. Consultado em 9 de junho de 2024 
  13. «Câmpus III». Universidade Feevale. Consultado em 9 de junho de 2024 
  14. «Ranking das 100 Maiores Empresas em Campo Bom, RS por faturamento». Econodata. Consultado em 9 de junho de 2024 
  15. Martins, Camila (2 de junho de 2021). «Projeto de Faisal Karam reconhece Campo Bom como "Capital Estadual das Ciclovias"». Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Consultado em 9 de junho de 2024 

Bibliografia

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  • LANG, Guido e KNEWITZ, Andreia. Inventário do Patrimônio Cultural de Campo Bom. Campo Bom: IPHAN, 1996.
  • SPERB, Angela. Campo Bom: Escola e Comunidade contando sua história. Campo Bom: Caeté, 1988.
  • SPERB, Angela. Sal da Terra: 160 anos da comunidade e escola evangélica de Campo Bom. Canoas: Editora La Salle, 1992.

Ligações externas

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Ver também

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