Caio Sósio (em latim: Gaius Sosius) foi um político gente Sósia da República Romana nomeado cônsul em 32 a.C. com Cneu Domício Enobarbo.

Caio Sósio
Cônsul da República Romana
Consulado 32 a.C.

Carreira

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Foi eleito questor de Mânio Emílio Lépido em 66 a.C. e pretor em 49 a.C. Após o começo da guerra civil, juntou-se ao partido senatorial dos optimates. Com a fuga de Pompeu para a Grécia, Sósio retornou para Roma e se entregou a Júlio César.[1] Após o assassinato dele, Sósio juntou-se ao partido de Marco Antônio, que o nomeou, em 38 a.C., governador propretorial da Síria e Cilícia no lugar de Públio Ventídio Basso.[2] Como governador, Sósio recebeu ordens de Antônio de apoiar Herodes, o Grande contra Antígono, quando o último estava em posse de Jerusalém. Em 38 a.C., tomou a ilha de Arados, na costa da Fenícia, e, em 37 a.C., avançou contra Jerusalém e, depois de conquistá-la, recolocou Herodes no trono e recebeu a prefeitura da cidade[3].[4]

Sósio foi substituído em 35 a.C. por Lúcio Munácio Planco[5] e, como recompensa por seus serviços, Sósio foi recompensado com um triunfo ao regressas à capital em 34 a.C.. Foi nomeado cônsul com Cneu Domínio Enobarbo em 32 a.C.. Quando a guerra civil eclodiu entre Marco Antônio e Otaviano, Sósio defendeu a causa de Antônio e atacou duramente Otaviano no Senado, mas acabou sendo obrigado a fugir para o oriente. Em 31 a.C., Sósio comandou um esquadrão da frota de Marco Antônio com o qual conseguiu derrotar e colocar em fuga o esquadrão otaviano de Lúcio Arrúncio; porém, quando ele recebeu reforços de Marco Vipsânio Agripa, o aliado de Sósio, Tarcondímoto Irei da Cilícia — foi capturado e executado enquanto Sósio foi forçado a fugir. Dião Cássio erroneamente sugere que Sósio morreu também. Na decisiva batalha de Áccio, Sósio comandou a ala esquerda da frota de Antônio e conseguiu fugir para um esconderijo. Porém acabou sendo capturado e foi levado para Otaviano, que o perdoou por intercessão de Lúcio Arrúncio.[3][6]

Depois de retornar para Roma, Sósio terminou seu projeto, iniciado em 34 a.C., de re-edificação do Templo de Apolo Sosiano dedicando-o em nome de Otaviano. Sósio ajudou nos Jogos Seculares de 17 como quindecênviro (em latim: "quindecimviri sacris faciundis"),[7] cargo que ocupou a partir de 31 a.C.[8] Ele aparece nesta função numa imagem do colégio de quindecênviros em Ara Pacis (Roma).[9]

Família

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Não se conhecem filhos homens de Caio Sósio, apenas duas mulheres, conhecidas como Sósia, esposa de Sexto Nônio Quintiliano, cônsul em 8, e Sósia Gala.[10] O próximo consular de sua gente foi Quinto Sósio Senécio, cônsul em 99 e 107.[11] Há um santo conhecido como "São Sóssio" (fl. 275–305).

Ver também

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Cônsul da República Romana
 
Precedido por:
Lúcio Vinício

com Quinto Larônio

Cneu Domício Enobarbo
32 a.C.

com Caio Sósio
com Lúcio Cornélio Cina (suf.)
com Marco Valério Messala (suf.)

Sucedido por:
Otaviano III

com Marco Valério Messala Corvino


Referências

  1. Cícero, Epistulae ad Atticum VIII 6, IX 1
  2. Broughton, II p. 408
  3. a b Smith 1870, p. 885.
  4. Dião Cássio, História Romana XLIX 22; Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas XIV 15, 16; A Guerra dos Judeus I 17-18; Tácito, Anais V 9; Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio, 34
  5. Broughton, II p. 392
  6. Suetônio, A Vida dos Doze Césares, Augusto 17; Apiano, De bellis civilibus V 73; Dião Cássio, História Romana, XLIX 41, L 2, 14, LI 2, LVI 38; Veleio Patérculo, História Romana II 85, 86
  7. CIL VI, 32323 = ILS|5050
  8. Broughton, II p. 426
  9. Gaius Stern, Women Children and Senators on the Ara Pacis Augustae
  10. Women,children and senators on the Ara Pacis Augustae page 353,n.88, Gaius Stern.
  11. Some Arval Brethren Ronald Syme.

Bibliografia

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