Anatoli Sobchak
Anatoli Alexandrovitch Sobchak,[1] em russo: Анатолий Александрович Собчак, (10 de Agosto de 1937, Chita — 19 de Fevereiro de 2000, Kaliningrado) foi um político russo durante a Perestróika e o primeiro prefeito de São Petersburgo democraticamente eleito, entre 1991 e 1996. Sobchak foi um dos autores da Constituição russa. Era casado com a ex-senadora Ludmila Narusova, com quem formava o "casal mais temido da Rússia", e é pai da socialite Ksenia Sobchak, famosa apresentadora de um reality show na televisão russa.
Anatoli Sobchak | |
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Anatoli Sobchak | |
Prefeito de São Petersburgo | |
Período | 12 de Julho de 1991 a 13 de Julho de 1996 |
Antecessor(a) | Alexander Schelkanov |
Sucessor(a) | Vladimir Yakovlev |
Dados pessoais | |
Nome completo | Anatoli Alexandrovitch Sobchak |
Nascimento | 10 de agosto de 1937 Chita, União Soviética |
Morte | 19 de fevereiro de 2000 (62 anos) Kaliningrado, Rússia |
Alma mater | Universidade Estatal de Leningrado |
Profissão | Jurista |
Anatoli Sobchak nasceu em Chita, ao sul da Sibéria, no extremo oriente da Rússia. Era filho de um engenheiro ferroviário e de uma contadora. Passou a infância no Usbequistão, até 1956, quando ingressou na faculdade de Direito da Universidade Estatal de Leningrado, e mudou-se para a cidade, no norte da então União Soviética.
Após concluir seu doutorado, tornou-se docente da mesma universidade onde estudou, e professor de vários políticos da Rússia moderna, incluindo o primeiro-ministro Dmitri Medvedev e o presidente Vladimir Putin, o qual muitos dizem ter sido promovido dentro da hierarquia política russa pelo próprio Sobchak. Logo que entrou na universidade, em 1973, Sochak foi valorizado pelos seus alunos, e com o passar do tempo, tornou-se o professor mais popular da universidade de Direito, por seus mordazes comentários contra o governo. Sem abandonar suas convicções políticas, em 1988, Sobchak tornou-se membro do PCUS, único modo de ter acesso à política do país se não fosse pela clandestinidade.
Nos anos de crise para a União Soviética, enfrentou os golpistas que pretendiam manter a integridade do estado soviético. Aliado a Boris Iéltsin, conseguiu realizar as manobras que levaram à desintegração da União Soviética, independência e democratização da Rússia. Entre 1991 e 1996, foi prefeito de São Petersburgo. Tentou a reeleição, mas foi derrotado. Sua gestão na cidade foi marcada pelos elegantes eventos culturais, artísticos e esportivos que a cidade sediou durante seu mandato. Ao mesmo tempo, a infraestrutura da cidade se deteriorava e a corrupção aumentava, enquanto Sobchak tinha de lidar com a máfia russa, que era praticamente toda organizada em São Petersburgo, conhecida como a capital do crime da Rússia.
Após ter abandonado a prefeitura, em 1996, Sobchak passou a ser investigado por corrupção e envolvimento na privatização ilegal dos apartamentos comunitários de sua família e do estúdio de música estatal do qual sua esposa era diretora. Em 7 de Novembro de 1997, no aniversário de 80 anos da Revolução do Grande Outubro, Sobchak viaja a Paris, na França, e vive em asilo político até 1999, quando Vladimir Putin, seu aliado e conhecido de longa data, derruba as acusações e permite que Sochak volte à Rússia.
Sobchak morreu em 19 de Fevereiro de 2000, enquanto realizava uma viagem em apoio à candidatura de Putin para a presidência. Estava hospedado em um hotel na cidade de Svetlogorsk, em Kaliningrado, quando sofreu um ataque cardíaco. Existem especulações sobre a morte de Sobchak, visto que alguns analistas acreditam na forte hipótese de envenamento. Sobchak foi enterrado no cemitério Tikhvin, próximo ao mosteiro de Nevski.
Precedido por Alexander Schelkanov (Leningrad) |
Prefeito de S. Petersburgo, Rússia 1991–1996 |
Sucedido por Vladimir Yakovlev (S. Petersburgo) |
- ↑ «A misteriosa morte do homem por quem Putin chorou e cuja filha agora o enfrenta na eleição russa». BBC Brasil (em inglês). 13 de março de 2018