Alstroemeriaceae
Alstroemeriaceae é uma família de Angiospermas neotropical distribuída desde a região central do México até o Sul da América do Sul com cerca de 160 espécies. A família é dividida em três gêneros: Alstroemeria L., Bomarea Mirb. e Leontochir Phil. No Brasil estão representados os gêneros Alstroemeria L. e Bomarea Mirb. O gênero Alstroemeria é caracterizado principalmente por plantas herbáceas, eretas de folhas ressupinadas, inflorescências em cimeira umbeliforme e de flores zigomorfas, com padrões de manchas nas tépalas. Ocorrem em quase todos os tipos de habitats: florestas, cerrados, campos de altitude, brejos, afloramentos rochosos e caatingas, tendo cerca de 39 espécies de distribuição peri-amazônica concentrada basicamente na porção leste do país.
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Classificação científica | |||||||||||
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Géneros | |||||||||||
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Morfologia
editarA família Astroemeriaceae são ervas perenes, eretas, suberetas ou escandentes, com rizoma horizontal; raízes fasciculadas simples, normalmente com tuberosidades fusiformes ou ovóides. Os ramos podendo ser aéreos volúveis, eretos ou suberetos, folhosos, ramos vegetativos e reprodutivos frequentemente diferentes entre si. As folhas podem ser alternas, Glabro, às vezes papilosas na face abaxial, lâminas linear-lanceoladas, elípticas ou espatuladas, geralmente com ovário trilocular e ínfero, apresentando Ressupinação.
Nas Astroemeriaceae a inflorescência pode ser: terminal, ou por inflorescências parciais (drepânios)[1]. Apresentando flores bissexuadas, 3-meras, com até 7 cm, epíginas, possuindo simetria Zigomorfa ou Actinomorfa. As tépalas são livres, eretas ou reflexas, com diferentes padrões de máculas; 6 estames, filetes cilíndricos, anteras alongadas com deiscência longitudinal; ovário 3-locular, óvulos numerosos, estilete simples, filiforme, ou trífido, com deiscência valvar; sarcotesta castanha, vermelha a alaranjada, ou ausente.[2]
Relações Filogenéticas
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As plantas Alstroemeriaceae está dentro de uma monofilia de Liliales, sendo sustentada por análises cladísticas baseadas em morfologia e sequências de DNA, contendo 11 famílias e cerca de 1.300 espécies[3]. As Sinapomorfias que sustentam esse grupo incluem nectários principalmente na base das tépalas ou filetes, nectários septais quase sempre ausentes, anteras extrorsas e a presença de manchas na superfície das tépalas. A testa das sementes carece de Fitomelanina e a região mais interna apresenta estrutura celular, ambas Plesiomorfias. Esse grupo inclui algumas espécies como, as Alstroemeriaceae, descritas como as Monocotiledónea petalóides.[4]
Diversidade Taxonômica e Lista de Espécies
editarAlstroemeriaceae é uma família constituída por três gêneros: Alstroemeria L., Bomarea Mirb. e Leontochir Phil (sendo esta reconhecida dentro de Amaryllidaceae).[5]
- Alstroemeria L. : compreende espécies restritas à América Latina, onde ocorrem em matas, cerrados, campos, afloramentos rochosos e áreas brejosas. No Brasil, ocorrem cerca de 38 espécies, sendo que no Estado de São Paulo foram encontradas, até o momento, 9 espécies.[6] - Alstroemeria apertiflora - Alstroemeria caryophyllaee - Alstroemeria cunha - Alstroemeria foliosa - Alstroemeria fuscovinosa - Alstroemeria inodora - Alstroemeria isabelleana - Alstroemeria plantaginea
- Alstroemeria speciosa
2. Bomarea Mirb: inclui aproximadamente 100 espécies distribuídas pelos neotrópicos, mas no Brasil ocorre somente Bomarea edulis, que pode ser encontrada
amplamente distribuída pelas matas.[7]
- Bomarea edullis
3. Amaryllidaceae: Família com aproximadamente 72 gêneros e 1.450 espécies nativas do norte da África, América do Norte, Ásia e Europa, incluindo plantas como o alho,
a cebola, o alho-poró, a cebolinha, etc. Diversas espécies são utilizadas na medicina[8], pela utilização de seus compostos químicos (Alcaloides) e algumas são utilizadas
como ornamentação[9]
Domínios e Estados de Ocorrência no Brasil
editarAlstroemeriaceae está distribuída desde a região central do México até o sul da América do Sul, sendo encontrada no Brasil, desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, nas matas semidecíduas, Caatinga, Cerrado, campos brejosos e afloramentos rochosos. A maioria das espécies floresce nos meses de novembro a março e frutifica de fevereiro a abril. Mesmo com a ampla distribuição e alto potencial ornamental, as espécies brasileiras são pouco conhecidas e, até agora pouco exploradas, apesar do grande interesse por parte dos floricultores[10]
Referências
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- ↑ Esau, Katherine; De Morretes, Berta Lange (1974). «Anatomia das Plantas com Sementes». Revista de Botânica. Consultado em 11 de novembro de 2018
- ↑ de Assis, M. C. (2007). «Alstroemeriacea». Embrapa Meio Ambiente - Capítulo em livro científico (ALICE). Consultado em 12 de novembro de 2018
- ↑ Byng et. al, J. W (2016). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants» (PDF). Botanical Journal of the Linnean Society, 181(1), 1-20. Consultado em 12 de novembro de 2018
- ↑ JUDD, Walter S., CAMPBELL, Christopher S., KELLOGG, Elizabeth A., STEVENS, Peter F., DONOGHUE, Michael J. (2009). Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. Porto Alegre: Artmed. pp. 226–256
- ↑ AAGESEN, Lone (2003). «The Phylogeny of the Alstroemeriaceae, Based on Morphology, rps16 Intron, and: rbcL Sequence Data.». Systematic Botany. Consultado em 6 de novembro de 2018
- ↑ Assis, Marta C. (2002). «New species of Alstroemeria L. (Alstroemeriaceae) from Minas Gerais, Brazil». Brazilian Journal of Botany, v. 25, n. 2, p. 177-182. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Assis, M. C. (2005). «Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo» (PDF). Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 238-244. Consultado em 11 de novembro de 2018
- ↑ Bresinsky, S. D. P (2017). «Filogenia das Angiospermas» (PDF). Diversidade de Angiospermas. Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ de Assis, M. C. & Sakuragui (2001). «Coleta e conservação de germoplasma de plantas ornamentais, com ênfase em Alstroemeriacea e Aracaceae» (PDF). Embrapa Meio Ambiente - Capítulo em livro científico (ALICE). Consultado em 10 de novembro de 2018
- ↑ Sanso, A.M & Xifreda C. C. (2001). «Generic Delimitation between Alstroemeria and Bomarea (Alstroemeriaceae» (PDF). Annals of Botany 88:1057-1069. Consultado em 10 de novembro de 2018