Água Boa (aldeia indígena)
Água Boa (Kõnãgmai, em língua maxacali) é uma aldeia e área indígena dos índios Maxacalis, localizada no município de Santa Helena de Minas, nordeste de Minas Gerais.[1][3] Possui uma área de 2 302 ha[1] e uma população de 415 (1997).[2] As áreas indígenas de Água Boa e de Pradinho (Pananî, em língua maxacali) compõem a Terra Indígena Maxakalí.[4]
Água Boa
Kõnãgmai
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Aldeia | |
Localização | |
Coordenadas | |
País | Brasil |
Estado | Minas Gerais |
Município | Santa Helena de Minas |
Características geográficas | |
Área total [1] | 23,02 km² |
População total (1997) [2] | 415 hab. |
Densidade | 18 hab./km² |
Os primeiros registos sobre Água Boa remontam a 1910.[5] Pouco antes de 1920, um funcionário do governo chamado Joaquim Fagundes passou a conviver com os índios e se aproveitou da sua confiança para vender ilegalmente as terras indígenas.[6] Parte das terras foram devolvidas aos índios, mas um trecho entre Água Boa e Pradinho ficou nas mãos de particulares e algumas fazendas se estabeleceram nessa zona, levando a conflitos entre os índios e os fazendeiros[6] e culminando na demarcação descontínua das terras de Água Boa e Pradinho em 1941 e 1956, respectivamente.[7] Apenas em 1998, com a aquisição por parte da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de uma faixa de terreno unindo as duas aldeias, é que a Terra Indígena Maxakalí foi unificada.[8]
Na sequência de um surto de diarreia que vitimou quatro crianças, em fevereiro de 2010 o Ministério Público Federal (MPF) conduziu uma inspeção às aldeias de Água Boa e Pradinho para verificar as condições de vida e de saúde dos índios, tendo constatado as péssimas condições de higiene em que vivem os Maxacalis, devido à inexistência de infraestruturas sanitárias, ao insuficiente fornecimento de água canalizada e à falta de recolha do lixo produzido pelas comunidades.[9] Na sequência da inspeção, o MPF exigiu aos órgãos de administração local e de assistência indígena a tomada de medidas com vista à melhoria das condições de vida dos Maxacalis.[9]
Referências
- ↑ a b c Luisana Gontijo (10 de dezembro de 1998). «Índios maxacalis em guerra por território» (pdf). Belo Horizonte, MG. Hoje em Dia
- ↑ a b «População». Maxacali. Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 27 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 26 de junho de 2010
- ↑ Delfina Sampaio de Oliveira Silva (15 de abril de 2007). «Índios Maxacalis: um estudo de caso». Centro Nacional de Edução a Distância. Consultado em 27 de agosto de 2013. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2012
- ↑ «Localização». Maxacali. Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 27 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 21 de julho de 2010
- ↑ Conselho Indigenista Missionário; Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva; DKA-Áustria. Campanha Internacional pela Regularização do Território Maxacali. 1995.
- ↑ a b «Maxakali». Etnias Indígenas. Ministério da Justiça do Brasil. Consultado em 27 de agosto de 2013. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2014
- ↑ Fundação Nacional do Índio. Museu ao Vivo. Pesquisa Indígena: Índios Maxacali. Abril/Maio de 1992.
- ↑ «Aldeia Maxakali Água Boa». Mapa dos Conflitos Ambientais no Estado de Minas Gerais. 16 de abril de 2010. Consultado em 27 de agosto de 2013[ligação inativa]
- ↑ a b «MPF/MG realiza inspeção em aldeias maxakali e encontra situação desoladora». Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva. 26 de fevereiro de 2010. Consultado em 27 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2010