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A Autorrealização Ii
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E-book144 páginas1 hora

A Autorrealização Ii

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Sobre este e-book

Segundo o Atma-bodha de Śri Śaṅkaracharya, com citações do Ribhu Gita de Veda Vyasa. Ilustrado com o Upadeśa sāra e o Ulladu Narpadu (40 versos sobre a Realidade) de Śri Ramana Maharishi. O estado de abundância infinita permanece dentro de você mesmo. Se você não descobre isso os outros não irão levá-lo até lá. Tenha certeza. Esse estado é o fruto da realização do Eu. O Ser Único que é você mesmo além de tudo mais. Aquilo que é claramente observado nos seres humanos e em todos os seres vivos como o seu ‘eu’, Aquilo que faz o coração, os olhos, os membros e todas as partes do corpo parecem estar vivos e animados, mas que de fato, pela sua natureza individual são coisas inanimadas, deve ser meditado como a energia, ou a luz que está escondida em nós, mas que nos revela menos detalhes da realidade, assim como o sol num dia nublado ilumina as coisas, mas que não as vemos com clareza por estarem sob uma luz com menor intensidade de um dia nublado e escuro. Quem consegue focar sua mente para o seu interior, fazendo-a desviar das coisas inanimadas e animadas que são vistas pelo ‘eu’ finito (ego), que o atraem o tempo todo, consegue alcançar a iluminação plena, onde as coisas são vistas com clareza, o estado de paz e, amor e felicidade ilimitados que está em nós mesmos em nosso Eu infinito.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de set. de 2024
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    A Autorrealização Ii - Sérgio B. De Vecchi "aka Satyaraja Das"

    VOLUME II

    Temas Principais: Autorrealização,

    meditação, auto-conhecimento, filosofia,

    religiosidade, yoga-raja, advaita vedanta.

    ISBN: 978-65-01-14718-5

    SUMÁRIO

    4 INTRODUÇÃO

    15 O ATMA BODHA

    90 CONTEMPLANDO O UPADEŚA-SĀRA

    DE SRI RAMANA MAHARISHI

    98 UPADEŚA SĀRA

    122 ULLADU NARPADU

    (40 VERSOS SOBRE A REALIDADE

    POR SRI RAMANA MAHARISHI)

    OS TRÊS PORQUINHOS

    169

    Introdução

    तपोभ िः क्षीणपापानाां शान्तानाां वीतरागिणाम् ।

    मुमुक्षूणामपेक्ष्योऽयमात्मबोधो ववधीयते ॥ १॥

    tapobhiḥ kṣīṇa-pāpānāṃ – para aqueles que se purificaram através de austeridades;, śāntānāṃ vīta-rāgiṇām – que são contemplativos, livres de desejos; mumukṣūṇām apekṣyo 'yam

    – e que estão em busca da autorrealização; vidhīyate Atma Bodha – foi composto o atma bodha. (1) O Atma bodha foi composto para os buscadores que se encontram no estado contemplativo, já livres de desejos e que estão em busca da autorrealização.

    Prólogo

    É muito importante que o leitor lusófono, com pouca prática e conhecimento em advaita vedanta, compreenda alguns aspectos de traduções.

    A maior parte dos textos foi traduzida de versões em inglês, quando nos deparamos com os originais em sânscrito, notamos 4

    que os tradutores para a língua inglesa apresentam dificuldades em pontos específicos.

    Um deles é a tradução da palavra self. Em inglês essa palavra é um substantivo. Que quer dizer ser. Todavia quando usado em inglês na forma de Self com S maiúsculo, ela pode denotar o

    Eu. Mas essa não é uma expressão correta, o substantivo self em inglês quando usado para indicar uma pessoa usa um prefixo nominal como myself, yourself, himself, etc.

    O pronome pessoal eu em inglês está sempre na forma de "I"

    maiúsculo, e então como diferenciar o eu que denota o ego com o Eu que denota o Absoluto? Por esse motivo, em inglês usa-se self e Self para fazer essa diferença. Usa-se um substantivo no lugar de um pronome.

    Não necessitamos desse recurso em português por isso escrevemos e ensinamos eu para explicitar o ego e Eu para explicitar o Brahman, o Supremo.

    Em sânscrito não existem letras maiúsculas no alfabeto devanagari. A palavra अहां, aham, eu em sânscrito é um pronome pessoal. ब्रह्म, Brahman, ou o Absoluto, o Supremo, é sempre denotado como pronome. O Brahman, o Absoluto, é um termo pronominal e que dizer aforismaticamente eu sou Brahman é uma afirmação pleonástica. O pleonasmo é um recurso de linguagem usado para salientar algo já sabido. O

    aforisma pleonástico, realça que Eu sou o Absoluto, o Eu.

    ( aham brahma asmi)

    5

    O pronome तत ्, tat, em sânscrito significa Aquilo. Em inglês that derivou do sânscrito tat praticamente inalterado. Já em outras línguas indo-européias como o português, isso não ocorreu. Tat em sânscrito é usado apenas para indicar o Eu supremo, isso já não ocorre no inglês onde that pode ser qualquer coisa. Em português tat é traduzido como o pronome Aquilo, com o A maiúsculo para indicar supremacia. Nessas obras em português Aquilo é um indicativo de tat, o brahman, o Eu Supremo, atma, paramatma.

    A expressão sânscrita atma-vichara que dizer literalmente indagar sobre o pronome primordial, o Eu, o atma. Bhagavan Sri Ramana Maharishi escreveu em tâmil alguns versos sobre como indagar sobre o Eu. No tâmil a palavra atma tem o mesmo sentido de atma no sânscrito, o pronome pessoal primordial, a origem de tudo o que se pode pensar ou falar. Mas atma também indica em tâmil localização. O título tâmil Nan Yar traduzido para o inglês como Who am I? quer indicar simultaneamente quem sou eu e onde eu estou.

    No português a tradução do tâmil seria melhor compreendida, pois o verso inglês "to be em português denota simultaneamente ser, estar, permanecer e ficar. Poderíamos dizer quem está como o Eu?, quem permanece como o Eu?"

    quem fica como o Eu? e quem sou Eu?

    Ao se por em prática os ensinamentos de Bhagavan meditando em quem sou Eu? a mente dualista entende que se procura por outro Eu e o progresso na disciplina de encontrar o Ser não-dual, fica como que travado. Por isso é melhor meditar quem está ou quem permanece como o Eu? Indagando assim, 6

    imediatamente se localiza o Eu como algo exclusivo. Nada ou ninguém mais pode estar ou permanecer como o Eu a não ser você mesmo. Meditando assim, rapidamente o Eu se revela a você como a única realidade plausível: Como a única substância não dual ( advaia vastu) sempre presente.

    Tanto Śaṅkaracharya, como Ramana Maharishi, com os títulos Atma Bodha e Nan Yar querem orientar para o mesmo ponto:

    esteja sempre como o Eu. No silêncio da Consciência, onde as palavras se perdem e prevalece a intuição pura, ambos os mestres traduzem esta mensagem a você: Seja o que você é, o Eu.

    A sílaba OM ( omkara) é escrita de maneira bem didática para quer meditar: ॐ. Ela é composta por três letras A, O, U e coroada com o M e um pontinho no M. Filosoficamente, as três letras indicam a tríade da criação: o começo, meio e fim, dada a ordem destas letras no alfabeto sânscrito, e o M, que coroa a tríade, indica mente. O ponto indica um local específico: aqui está a entrada e a saída. É a mente quem se ilude com as tríades e ela pode sair ou entrar na ilusão através deste ponto.

    Meditando assim, a mente se aquieta e passa a perceber com mais clareza a ilusão do mundo e ser simplesmente o que você é.

    Este livro foi compilado com as instruções do Atma-bodha de Śaṅkaracharya. Śaṅkaracharya, Bhagavan Ramana Maharishi, Vashista, Veda Vyasa e praticamente todos instrutores de advaita-vedanta sempre seguem a pedagogia clássica para o ensino da autorrealização revelando as instruções de como superar a ilusão desse mundo ( upasanti prakaranam) e a 7

    verdade sobre a criação desse universo e da existência do corpo ( shirshti prakaranam), que são os pilares da autorrealização.

    O mundo nada mais é do que a tríade corpo, mente e sentidos.

    Nenhuma tríade tem existência real, quer seja a do tempo presente, passado e futuro, quer seja a do espaço como começo, meio e fim, ou seja a do corpo, mente e sentidos. As incontáveis tríades são as amarras que aprisionam a mente e a mantém focada no mundo fenomênico. Todas as tríades são concepções meramente mentais, por isso, são artefatos conceituais puramente ilusórios.

    O que de fato é possível se inteligir na condição dualística em que vivemos é a explicação de que o universo, o corpo, a mente e tudo o que aqui existe é um fenômeno meramente ilusório, já que não se fundamenta numa Realidade Absoluta, uma vez que o máximo que podemos inteligir são conceitos de realidades duais e relativas. Os instrumentos interiores, mente, ego, inteligência e sentidos são totalmente vinculados a conceitos de realidades duais e relativas.

    As realidades que podemos compreender ficam no espectro da causação da existência, ainda que sutil, e estão sempre sobrepostas a uma relação de causa e efeito. Essa técnica de instrução é o que se chama vivarta-vada, a teoria da ilusão. Este é o limite até onde é possível instruir e até onde se pode compreender instruções com as faculdades interiores (mente, ego, inteligência e memória) que possuímos atualmente. A técnica de vivarta-vada intenciona deixar clara relação causa e efeito como sendo irreal e ilusória. Esta técnica vai até o limite onde as faculdades interiores podem compreender ou inferir.

    8

    A Realidade Absoluta, por não admitir causação é por isso inexplicável pelo mestre e incompreensível para o discípulo. A Realidade Suprema é ajata-vada, nunca criada ou imaginada, e portanto, inconcebível para a mente e o intelecto. Ela pode apenas ser vivenciada, jamais descrita. Por isso, nenhum mestre pode ensinar ou postular que se entenda a Realidade Suprema, ou a teoria de ajata-vada. A ajata-vada é mencionada como a Realidade Suprema, mas não pode se aprendida ou ensinada.

    Ela está além dos equipamentos que dispomos para a compreensão, ou sejam a mente, o intelecto e os sentidos. Ela é inconcebível, não dual, simultaneamente igual e diferente, atemporal estável, infinita e equânime. Este é um local onde as nossas funcionalidades jamais alcançam. Somente o Eu compreende o Eu, somente entidades autorrealizadas e em sua plenitude, alcançam a compreensão de ajata-vada, ou a teoria da não-criação, ou da não-objetivação.

    Śaṅkaracharya, Bhagavan Ramana Maharfishi e todos os grandes sábios da antiguidade, do presente e do futuro sempre ensinam vivarta-vada, e deixam implícito a ajata-vada.

    Grandes sábios, ou maharishis, vivem na atmosfera de ajata-vada, mas jamais postulam ensinar diretamente esta visão, pois os discípulos nunca a alcançam. Esses sábios são e vivem o Eu, só o Eu compreende o Eu. Esses maharishis não pertencem a esta criação apesar de aparentarem fazer coisas e viver como seres criados.

    As instruções sobre a ilusão do mundo ( vivarta-vada) são sempre repetidas ad nauseum, para a fixação dos ensinamentos 9

    em uma mente que entende apenas o dualismo e supõe a absoluta realidade desse mundo, procedendo assim por milhões de anos de condicionamento material. Esses são os fundamentos para se completar o processo de reorganização da mente, outro nome para a autorrealização: Ou Atma Bodha.

    As instruções do Atma-bodha de Śaṅkaracharya estão aqui enriquecidas com citações do Ribhu Gita de Veda Vyasa.

    Upadesa Saram e com o Ulladu Narpadu (40 versos sobre a Realidade) de Sri Ramana Maharishi ilustram e esclarecem muitos pontos que Śaṅkaracharya explica. As três obras em

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