DNA financeiro: desbloqueando seu potencial nas finanças
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Sobre este e-book
O objetivo de DNA financeiro é trazer inspiração e conhecimento para que você consiga aperfeiçoar suas habilidades e suas competências pessoais e profissionais não só com foco no resultado, como também em identificar oportunidades, enfrentar desafios e estar pronto para se adaptar em cenários que exijam mudanças.
Que a expertise e os ensinamentos compartilhas nestas páginas sejam fontes de estímulo e transformação para você. Acredite: para quem tem foco, determinação e perseverança, tudo é possível!
Boa leitura e sucesso em sua jornada financeira!
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DNA financeiro - Adriana Vieira
Apresentação
DNA financeiro é uma coletânea de 32 capítulos escritos por especialistas na área financeira que decidiram compartilhar suas experiências de sucessos, fracassos e aprendizados que construíram suas jornadas. Esta obra busca oferecer aos leitores lições para desenvolver sua mentalidade financeira e desbravar a trilha para uma vida mais saudável e próspera nesse sentido.
Nas páginas deste livro, você percorrerá várias histórias, insights e estratégias de profissionais de diferentes segmentos do mercado que entenderam o caminho para ser bem-sucedido(a) financeiramente. O objetivo é trazer inspiração e conhecimento para que os leitores possam aperfeiçoar suas habilidades e competências pessoais e profissionais não só com foco no resultado, como também em identificar oportunidades, enfrentar desafios e conseguir se adaptar em cenários que exijam mudanças.
Além disso, cada autor(a) contribui com sua perspectiva ao abordar questões fundamentais como planejamento, educação financeira, comportamento humano, investimentos e gestão de risco.
Mas, principalmente, esta obra é um convite para uma jornada de autodescoberta e desenvolvimento, para que, com resiliência e capacidade de superação, você aplique os aprendizados aqui compartilhados à sua realidade e suas ações impactem positivamente o seu entorno.
Que a expertise e os ensinamentos dos autores deste livro sejam uma fonte de estímulo e de transformação para todos os leitores e que os levem a acreditar que tudo é possível, pois, com foco, organização, fé, determinação e perseverança, podemos tornar os sonhos realidade, fazer dos desafios oportunidades de crescimento e enxergar os medos como motivos para inspirar.
Que tal ativarmos o seu DNA financeiro e avançarmos juntos nesta viagem rumo ao sucesso?
Ótima leitura!
Adriana Vieira
Sou Adriana Vieira, coach e planejadora financeira certificada pela Planejar com a mais respeitada certificação internacional de distinção em planejamento financeiro pessoal (selo Certified Financial Planner - CFP®).
Atuo no mercado financeiro desde 2007 e consolidei minha carreira nos maiores conglomerados financeiros do Brasil.
Além de especialista em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), tenho formações na área comportamental, sendo as principais delas:
• formação em Life Coach reconhecida pelo Instituto Brasileiro de Coaching (2016);
• formação em Neurociências aplicadas à gestão de negócios pelo Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE)/FGV.
Instagram: https://www.instagram.com/adri.financas
Whatsapp: +55 (41) 99928-8096
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/adrianavieiracfp/
E-mail: [email protected]
1 Psicologia comportamental e finanças
Por Adriana Vieira
Trabalhei em bancos por 15 anos da minha vida, pude ganhar muito dinheiro, prêmios, viagens e desfrutei o máximo que pude. Um dia, a minha ficha caiu e eu me vi sem chão, quando me dei conta de que todo o dinheiro que eu ganhava estava indo para o ralo e, o pior de tudo, se eu saísse do banco naquele momento, sequer teria uma reserva financeira para me recolocar no mercado. Comecei, então, a sofrer com chefes tóxicos, assédio moral, e não podia nem mesmo fazer uma reclamação pelo medo de perder o meu emprego e passar aperto financeiro. Comecei a ficar frustrada cada vez que o meu salário caía na conta, pois ele ia embora no mesmo dia e vivia no ciclo insano do dinheiro: trabalhando para viver e vivendo para trabalhar. Sem perspectivas de melhorar o ambiente onde eu estava e sem perspectiva de melhorar financeiramente.
Foi aí que comecei a buscar conhecimento para adquirir inteligência financeira, fiz cursos de coaching financeiro e desenvolvimento pessoal, Master in Business Administration (MBA) em finanças e curso de Neurociências aplicadas à gestão de negócios. Foi um caminho sem volta: apaixonei-me pelo processo e, principalmente, em conhecer essa máquina extraordinária que temos dentro de nós chamada cérebro.
Enquanto estudava, organizava-me financeiramente e comecei a olhar ao meu redor e a ver que eu não estava sozinha. Mais de 90% das pessoas que conviviam comigo viviam uma vida financeira totalmente bagunçada achando que estavam felizes, mas na verdade estavam vulneráveis a qualquer intempérie que a vida trouxesse.
Foi o que aconteceu com uma amiga muito próxima a mim, que perdeu seu marido e seu filho de 2 anos em um acidente de carro. Diante de um desastre desse, a vulnerabilidade financeira deixou a situação ainda mais difícil, pois agora teria de arcar com todos os custos do velório, enterro, das contas a pagar e sobreviver sozinha e doente a partir daquele momento. A vulnerabilidade financeira agrava os imprevistos que a vida nos traz. Assim, com este caso descobri que não posso evitar que as circunstâncias difíceis aconteçam, mas posso fazer com que as minhas finanças deixem esse momento menos sofrido ou, pelo menos, que elas não agravem a situação, que por si só já é tão difícil.
De lá para cá foi questão de tempo para eu estar com a minha vida financeira totalmente em ordem, as emoções no lugar e, assim, pude me preparar para uma transição de carreira, quando dei o meu grito de liberdade. Desenvolver a inteligência financeira a partir do estudo do funcionamento humano e das neurociências aplicadas fez-me ver o mundo de outra forma.
Foi após esse despertar que cheguei até aqui. E agora vou lhe contar um dos maiores aprendizados que tive ao estudar de forma mais aprofundada o nosso processo de tomada de decisões financeiras.
Em primeiro lugar, entenda que a forma como você lida com o dinheiro não é nada racional. Pelo contrário, uma decisão de compra que você faz está muito mais ligada ao prazer e à satisfação que aquele bem ou serviço tem a lhe oferecer do que necessariamente ao custo financeiro que irá lhe gerar. Ela está intimamente ligada à sua visão de mundo, ao seu ego, às suas mazelas emocionais, aos seus hormônios, à sua história de vida e a tantos outros quesitos psicológicos que você nem imagina.
O fato é que o seu sucesso ou insucesso financeiro não se trata de habilidade técnica ou de quão bom você é com planilhas e números, mas sim de uma habilidade pessoal, em que o seu comportamento é mandatório e tem um peso muito mais significativo que o próprio conhecimento.
E quero chamar a sua atenção para esse tema pelo simples fato de que, sem conhecer a forma como o seu cérebro funciona em relação às decisões financeiras (e de vida) que você toma, você fica à mercê de ações massivas de marketing, que usam estratégias supereficientes para fazer você cair em armadilhas e direcionam as suas escolhas para o melhor (para eles, é claro.). E isso impacta tanto as suas escolhas no que tange às compras de bens e serviços como para produtos de investimentos.
Em linhas gerais, seu eu lhe perguntasse hoje: o que seria para você o script de uma vida financeira saudável? Provavelmente sua resposta seria: controlar as finanças, investir dinheiro e ficar rico.
Mas então eu lhe pergunto: se é tão simples assim, por que as pessoas (e até você mesmo) não fazem isso?
As pessoas não vivem o script perfeito para uma vida financeira saudável pelo simples fato de que a sua capacidade de raciocínio é limitada, e isso as leva a tomarem decisões mais rápidas, intuitivas e irracionais, baseadas nas experiências pessoais e singulares que parecem fazer sentido para elas naquele momento.
Então, como o seu cérebro toma as decisões financeiras, afinal?
Ele toma as decisões de forma inconsciente e utiliza-se de regras simples baseadas em experiência, emoção e reconhecimento, que são chamadas de heurísticas pela Economia Comportamental.
Devido à importância desse tema, vou aprofundá-lo aqui neste capítulo.
Quando falo de heurísticas, estou falando de atalhos que nosso cérebro encontra para resolver um problema ou fazer julgamentos de uma maneira mais rápida e eficiente. São regras que simplificam a tomada de decisão.
Pela escassez de recursos como tempo, dinheiro, energia, memória, dentre outros, nosso cérebro nos poupa de pensar na mesma informação todas as vezes que repetimos algum tipo de ação ou comportamento e, por isso, acaba recorrendo a esses atalhos, simplificando as coisas e otimizando os recursos que tem para evitar gastá-los analisando todos os detalhes.
Esse ganho de tempo na tomada de decisões pode ser útil em diversas situações do nosso dia a dia, mas algumas heurísticas também podem nos levar a cair em certos vieses cognitivos que são erros de julgamentos na tomada de decisão, são tendências de comportamento que nos induzem a fazer aquilo que demanda menos energia para se pensar e executar, e não aquilo que seria o mais certo a fazer, racionalmente falando.
Agora vou lhe mostrar alguns exemplos práticos de heurísticas que afetam sua vida diretamente e você nem se dá conta. Não falarei de todos aqui, mas vale a pena uma pesquisa e um estudo aprofundado sobre o tema.
Heurística da disponibilidade
Os seres humanos aprendem pela experiência. Se algo foi uma boa escolha da última vez, é muito provável que também seja uma boa escolha agora. A heurística da disponibilidade acontece, então, quando você está tentando tomar uma decisão e uma série de eventos ou situações relacionadas vêm à sua mente imediatamente.
Por exemplo: quando você vê uma notícia sobre a queda de um avião e faz um julgamento de que voar é mais perigoso do que viajar de carro, mesmo sabendo que a probabilidade de um acidente aéreo acontecer é drasticamente menor do que a probabilidade de sofrermos um acidente no trânsito. Isso faz com que grande parte das pessoas opte por viajar de carro, por achar esse meio de transporte mais seguro. O que está bem longe da realidade.
Como isso afeta a sua vida como investidor?
De várias formas, por exemplo: olhar a rentabilidade passada de um investimento e investir nele somente porque acredita que ele vai continuar subindo initerruptamente ou, ainda, não investir dinheiro porque há alguns anos houve o confisco dos saldos da poupança no governo Collor.
Heurística do afeto
A forma como nos sentimos em relação às nossas escolhas também importa. A heurística do afeto diz se algo nos faz sentir bem ou não. Se nos faz sentir bem, então é uma boa escolha.
E onde se encontra o risco? Bem, as pessoas são mais propensas a enxergarem maiores benefícios e riscos menores se elas estiverem com um bom humor. E o oposto também é verdadeiro. Pessoas com emoções negativas tendem a focar nos resultados ruins que uma decisão pode trazer, no lugar dos possíveis benefícios.
Como essa heurística pode afetar negativamente a sua vida financeira.
Pessoas induzidas pela heurística do afeto tendem a ter algumas atitudes nada racionais como, por exemplo, comprar para aliviar um sentimento ruim, ir ao restaurante mais caro (que muitas vezes nem é tão bom assim) pela nostalgia da memória da infância ou ainda investirem em companhias que produzem produtos de que elas gostam ou que trazem uma memória afetiva prazerosa.
Heurística de reconhecimento
Os serem humanos são extremamente bons em detectar padrões, escaneando o ambiente em busca de regularidades que os permitam avançar rapidamente para a tomada de decisões.
Por exemplo: toda vez que você reconhece um rosto na multidão, você está utilizando a heurística de reconhecimento. Ela determina que se você reconhece algo de forma rápida e fácil, então é uma boa escolha. O reconhecimento acaba acelerando a decisão.
Como essa heurística pode afetar negativamente a sua vida financeira.
A heurística de reconhecimento atua, por exemplo, quando você escolhe em quais tipos de investimentos vai aplicar. O cérebro tende a reconhecer padrões e isso norteia as escolhas de um investidor. Basicamente, esse investidor faz um juízo de valor sobre alguns itens, o item que ele mais facilmente reconhecer será considerado de maior valor, portanto, estará apto a investir.
As heurísticas afetam todas as pessoas, sejam devedoras, poupadores ou investidores. Compreender as heurísticas em suas diversas facetas e quais são suas influências na tomada de decisão é uma importante ferramenta, que tornará sua vida financeira mais tranquila e seus investimentos mais inteligentes. E esse é o segredo do sucesso financeiro.
Foi entendendo isso que passei a prosperar financeiramente, ao ponto de hoje ajudar centenas de pessoas a prosperarem também se conhecendo mais a fundo, para tomar decisões financeiras mais assertivas.
Agora eu o convido a citar pelo menos três situações na sua vida financeira em que você identifique a atuação desses vieses e a colocar ao lado de cada uma delas um plano de ação para ser mais efetivo nas decisões e não se deixar ser levado por essas heurísticas.
(Referências ao final do livro.)
Seu cérebro toma as decisões financeiras de forma inconsciente e utiliza regras bem simples, baseadas em experiência, emoção e reconhecimento.
Adriana Vieira
Alan Ferreira
Sou Alan Ferreira, natural de Campos dos Goytacazes/RJ, moro com minha amada esposa Raquel Siqueira, somos casados há 12 anos e temos um filho, Ryan, que é nosso presente de Deus.
Sou mentor e educador financeiro, especialista em planejamento financeiro e finanças pessoais. Formei-me em Educação Física e fui atleta de basquete por quase 20 anos. Hoje me dedico a proporcionar prosperidade e qualidade de vida às pessoas por meio da educação financeira e faço isso por meio de mentorias financeiras individuais, em grupo e palestras.
Para mim é um enorme prazer compartilhar minha experiência, que adquiri com meus estudos e ensino, a qual está me ajudando a servir ao meu propósito de vida maior, que é tornar a vida de outras pessoas um pouco melhor por meio das finanças.
Instagram: https://www.instagram.com/alanferreiramentor
Whatsapp: +55 (22) 99966-5537
E-mail: [email protected]
2 Planejamento orçamentário e estratégias econômicas
Por Alan Ferreira
Ao falar de planejamento orçamentário, sempre me vem à mente o meu pai no supermercado decidindo quais produtos poderíamos ou não levar para casa. É uma lembrança que hoje me ajuda a entender os desafios de quem cuida das finanças pessoais.
Eu só fui entender a importância de assumir o controle do meu dinheiro de verdade quando o meu filho nasceu, aos meus 34 anos. Antes disso acontecer eu e minha esposa vivíamos apagando incêndios, parcelando tudo no cartão, adiando viagens e sempre com medo de não conseguir pagar nossas contas no final do mês.
Por esse motivo, percebi que precisava buscar mais conhecimento sobre finanças, então entrei em um curso de investimentos de um amigo. Em menos de três meses, já estava com minhas contas equilibradas e fui convidado por ele para ajudar os outros alunos a organizarem suas vidas financeiras.
Ali descobri que eu tinha jeito para ser um educador financeiro e não parei mais. Fiz duas especializações em Finanças Pessoais e comecei a ajudar mais pessoas com meus conhecimentos e resultados nas finanças.
Eu consegui colocar minha vida financeira em ordem quando consegui entender como criar um planejamento orçamentário. Por esse motivo irei compartilhar com você, querido(a) leitor(a), os 3 pilares essenciais para se começar um planejamento orçamentário estratégico.
Pilar 1: mapear
O primeiro pilar é o mapeamento financeiro, é preciso identificar como anda a real situação das suas finanças atuais.
Começar levantando dados financeiros é uma excelente forma de fazer isso. Anote em um papel quais foram suas últimas receitas, despesas e fatura do seu cartão de crédito para entender seu saldo mensal.
Esses dados serão a base da construção do seu planejamento e por isso você deve registrar todos os dados possíveis agora. Não se preocupe se não lembrar de todos imediatamente. Baseie-se nos gastos que fez no último mês e vá anotando à medida que for lembrando.
Faça também um levantamento das dívidas que estão pendentes até o momento, aquelas que não está conseguindo mais pagar. Mas tenha em mente que essas não entrarão agora na construção do orçamento, porque para pagar dívidas será necessário criar um plano de quitação de dívidas após o equilíbrio do orçamento.
É importante que você se concentre em anotar as receitas que recebeu, as despesas que fez e as parcelas do cartão que pagou no último mês.
Sobre as parcelas do cartão de crédito, muitas pessoas erram na hora de organizar as mesmas no orçamento, colocando o valor cheio do cartão, não faça isso.
Abra a fatura do seu cartão e anote, junto das despesas fixas, cada uma das despesas que se encontra dentro da fatura, com seus respectivos nomes, valores e números de parcelas.
Depois, some primeiramente os valores de todas as receitas, então os das despesas e faça a diferença entre elas para encontrar o saldo final do seu orçamento no mês atual.
Note que até agora estamos falando de avaliar o que você já fez no passado com sua vida financeira. Olhar para o que já foi feito até o momento vai lhe ajudar a identificar e entender gastos e decisões financeiras que não deveriam estar em seu orçamento no momento.
No segundo pilar iremos reunir todos esses dados e começar a organizar cada coisa em seu lugar. Isso será crucial para construir um planejamento futuro e que lhe permita assumir o controle do seu orçamento mensal.
Pilar 2: organizar
Organizar as finanças é como arrumar seu guarda-roupas, você sabe tudo que tem lá dentro, mas para encontrar o que quer com facilidade tem que colocar cada coisa em seu lugar.
A melhor forma de organizar as finanças é utilizando um método de orçamento. Quero lhe apresentar aqui o método 50/30/20¹.
Ele consiste em que 50% da sua receita sejam distribuídos para suas despesas essenciais, aquelas despesas que você não consegue viver