A Arte de Viver em Família
De Viviane Hara
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A Arte de Viver em Família - Viviane Hara
Capítulo 1
A arte de superar adversidades
A cura e a solução de todos os problemas se dão na mente. É pela mente que superamos as adversidades, realizamos sonhos e comandamos o nosso destino.
Todos os grandes personagens que ficaram na História passaram por diversos fracassos e adversidades, graças aos quais puderam polir a si mesmos e provar que não eram simples carvões de pedra
, mas, sim, verdadeiros diamantes
.
(Masaharu Taniguchi. O Livro dos Jovens,
35a ed., p. 151)
Conhecendo a Seicho-No-Ie
Conheci a Seicho-No-Ie aos 13 anos, em 1987. Uma amiga da minha mãe nos presenteou com as revistas Fonte de Luz e Pomba Branca (hoje, Mulher Feliz) e nos convidou para uma Reunião de Vizinhança.
Sempre fui uma menina que teve tudo o que queria em termos de afeto: pais e irmã maravilhosos e carinhosos, amor em nosso lar, amigos presentes, professores atenciosos. O que era bom ficou ainda melhor depois que passei a frequentar efetivamente as reuniões da Seicho-No-Ie, em 1989, no bairro Imirim, na cidade de São Paulo.
Meu alicerce desapareceu debaixo dos meus pés
Todo lar é completo quando o amamos. No entanto, normalmente, em especial quando somos muito jovens, idealizamos o amor, e, se ocorre algo fora do idealizado, tendemos a crer que faltou amor. Entretanto, isso não é verdade. Um lar é feito com o amor de Deus, e não com a mente que pensa que ama e apenas idealiza.
O nosso lar foi criado por Deus, é perfeito, eternamente completo. A família verdadeira jamais desaba – não há quem morra, se separe, chore desconsolado. O que Deus não criou, não existe. Os abalos não têm consistência. São apenas imagens mentais projetadas.
Essa é a fé da Seicho-No-Ie. Eu já a conhecia, mas faltava apreendê-la em meu espírito. Foi então que meus pais se separaram. Eu tinha apenas 15 anos. Fiquei depressiva, desabei. Sempre fui muito apegada a eles. Meu alicerce desapareceu debaixo dos meus pés. Onde estava aquela casa que eu havia idealizado?
Não, aquilo não podia acontecer na minha família, pensei. Não tínhamos muitos recursos financeiros, mas nos habitavam as mais ricas esperanças. Onde, agora, eu realizaria meus sonhos? O amor que idealizei havia se dilacerado. O que seria de mim?
Deus Se fez naqueles jovens e me salvou
Com a separação de meus pais, eu tinha perdido o meu mundo e os meus sonhos, e até Deus. No entanto, nunca me senti só, porque os amigos da Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie estavam sempre presentes.
Naqueles rostos de tenra idade, alegres, barulhentos, uns até imaturos, encontrei-me com Deus novamente. Naquela pureza de querer salvar o mundo algum dia, não sabiam que estavam salvando o mundo uns dos outros, ali mesmo, naquela hora. Foi assim comigo.
Eles me incentivaram à prática dos ensinamentos da Seicho-No-Ie e me deram o apoio necessário. Percebi que tudo o que nos acontece é de grande aprendizado. Aos poucos, consegui superar as adversidades.
Compreendi que os meus pais haviam cumprido a missão como marido e mulher nesta vida, mas a família e os laços entre os seus membros jamais se extinguiriam.
Aprendi, logo cedo, que superar adversidades é uma arte na qual devemos nos aprimorar sempre, buscando as respostas em Deus e na Verdade da Sua única criação.
Como aprendi a arte de superar adversidades diante de um mioma
Quando recebi do médico o diagnóstico de cisto no ovário e, provavelmente, a necessidade de retirar o útero, o meu mundo caiu. Não poder ser mãe algum dia doía mais do que o lado esquerdo do meu abdome, naquele momento.
Só Deus sabe o quanto cada lágrima queimava minha face no metrô, enquanto eu cruzava a cidade de São Paulo, todos os dias, para ir trabalhar na Sede Central da Seicho-No-Ie do Brasil, pela qual havia sido contratada como funcionária. Graças ao bom Deus, eu tinha o Ensinamento e a minha querida mãe. Vinha-me a imagem da noite anterior, quando eu sabia que ela se esforçava para não chorar na minha frente, só para me fortalecer.
Eu escutava sua voz silenciosa, nitidamente, naqueles dias: Filha, dê-me sua dor para que eu a sinta! Dê-me seu útero, e eu o curarei, mesmo que o remédio seja trocar minha vida por sua vontade de ser mãe, por sua saúde!
. Hoje, sei que uma mãe realmente roga isso a Deus quando vê seu filho com alguma dor extrema.
Se você parar um instante, ouvirá a voz de sua mãe tão alta quanto os sons vindos de fora, das pessoas entrando e saindo dos vagões, se você pega metrô, e do alto-falante avisando, no meu caso, que finalmente a estação Conceição havia chegado, estação que fica próxima da Sede