Planta Da Morte
De Paulo Mikcza
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Planta Da Morte - Paulo Mikcza
Plantas da Morte, por Paulo Mikcza [ 2 ]
Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
A Cidade de Santa Luzia................................................ ....................05
A Tempestade.................................................................................. ..19
A Casa da Lagoa................................................... ..............................33
A Pesca................................................................................. ..............49
A História de Chico Curandeiro........................................... .............59
Viagem na Selva....................................................................... ..........71
O Platô..................................................................................... ..........79
A Cachoeira......................................................... ..............................93
O Camboim Bagual.............................................................. ............105
A Operação................................................................ .......................115
O Poço.................................................................... ..........................123
De volta à Cidade................................................ .............................153
FIM...................................................................................... ............147
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza [ 4 ]
Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
Capítulo 01
A cidade de Santa Luzia
José estava preparando seu bote, a manhã estava clara e bonita um pouco de neblina como na maioria das manhas a beira rio, e já eram quase oito horas, José pretendia sair rumo à vila de Santa Luzia o quanto antes e arrumava suas coisas no bote um bote de alumínio que suportava até seis pessoas, estava bem equipado com um motor de popa potente, salva vidas, remos , tanque reseva de combustível, um toldo retrátil e mais alguns apetrechos como ferramentas, ele planejava sair logo, pois navegando rio abaixo, levaria horas até chegar à cidade .
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
Colocou a mochila na qual tinha uma barraca, um facão e mais alguns suprimentos necessários para sobreviver na mata, isso caso acontecesse alguma eventualidade, após colocar a mochila no barco voltou ao seu acampamento que estava montado a uns 50 metros do píer.
José havia montado seu acampamento próximo à Vila do Rosário há um mês e meio, como botânico recém-formado, estava ali a pretexto de catalogar as plantas da região e tinha escolhido começar suas pesquisas pela pequena Vila do Rosário, uma vila que margeava o Rio Camunhã e não tinha mais que dez casas e uma igrejinha, sendo que quase todos que ali moravam eram parentes.
Seu acampamento era composto por uma barraca grande, onde tinha toda uma infraestrutura de que precisasse e também um gerador portátil, no qual lhe fornecia luz elétrica. Logo à frente da grande barraca havia uma antena parabólica que contracenava com as grandes palmeiras de açaí, em que lhe fornecia sinal via satélite de internet para seu notebook, pois com ele mantinha contato com a empresa que o financia.
José um rapaz de seus 20 anos, o corpo não atlético, mas bem definido, moreno claro e olhos castanhos claros, tinha 1,87 de altura, uma pessoa de aparência normal que nem sempre chama ria a atenção, mas isso não se aplicava ao local em que estava, onde na vila todos era de estatura mediana o que lhe fazia sobressair e dava um ar de gigante quando estava no meio deles.
Enquanto apanhava mais algumas coisas dentro da barraca , ouviu alguém chamando :
—José você está ai ?
—Sim, já estou saindo. —respondeu José
Era o senhor Valdico que estava lhe chamando, um senhor de seus 55 anos, de pele curtida e escura pela ação do sol .
—Oi senhor Valdico, queria algo?
—Você está indo à cidade? —perguntou Valdico.
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
—Sim, vou sim .
—Queria lhe pedir um favor, se for possível .
— Pode pedir sim, se estiver ao meu alcance, estarei pronto a ajudá-lo. — se prontificou José, com um sorriso no rosto.
— É que minha filha Mariane tem uma consulta com o dentista e ela precisa ir à cidade, eu não posso e já que você está indo, poderia levá-la? —isso se não for lhe atrapalhar é claro!
— Não! Não vai me atrapalhar em nada e eu pretendo à tarde já estar de volta. —respondeu José .
—Então vou avisar para ela se arrumar em um instante. — Está bem, eu vou pegar alguns galões, para trazer combustível e estarei no Píer. —disse José .
Valdico se retirou apressado para chamar a filha, sua c asa ficava a uns 400 metros do acampamento, só teria que atravessar uma pinguela, ponte feita com um só tronco de madeira que auxiliava na travessia de um pequeno riacho, depois passar por um campo de futebol que ficava à frente de uma Igrejinha de madeira , de cor azul e branca. Passava também, por um aglomerado de árvores e chegaria a uma casa verde, com os alicerces de madeiras fincados bem acima do chão para prevenir das inundações. Havia também uma varanda em torno de toda a casa. Valdico chegou chamando sua filha:
— Mariane, Mariane, se arrume ele já está lhe esperando no barco !
—Eu já estou pronta. —a filha apareceu com uma bolsa na mão, onde havia algumas roupas e apetrechos de mulher.
— Então vamos filha! — quanto mais cedo vocês forem , mais cedo vocês voltam !
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
Saíram os dois, caminhando a passos largos, em direção ao píer, acompanhados pelos irmãos mais novos que iam correndo e fazendo a maior algazarra.
No píer, José estava sentado na proa do bote, quando avistou Valdico, Mariane e várias crianças descendo a escada de acesso ao píer. José ficou observando eles descerem os degraus feitos com paus fincados e outro deitado apoiado neles, se levantou quando estavam bem próximos ao bico do barco para recebê-los e viu uma moça maior que todas as crianças. Ela aparentava ter uns 17 anos, os cabelos longos e um corpo escultural, não era alta, mas as formas de seu corpo a deixavam se sobrepor, usava somente um vestido azul de rendas, solto ao corpo, seguro apenas por duas alcinhas aos ombros .
Todas as crianças faziam a maior algazarra, mas ela vinha de cabeça baixa, um pouco envergonhada, talvez pela presença de José que para ela, era um desconhecido. Já o havia visto, mas apenas uma vez quando ele foi a sua casa conversar com seu pai, sobre onde montar o acampamento, sendo que seu pai é uma espécie de chefe da vila e tudo que tiver de ser feito ali há de passar por ele.
Na época ela havia se escondido envergonhada, apena s ficara observando o rapaz pelas frestas da janela e durante esse mês e meio em que José ficou ali no acampamento, ele pouco foi à vila, pois passava a maior parte de seu tempo pesquisando as plantas e fazendo relatórios, então os dois não tiveram muitas chances de se encontrarem.
José imaginou que iria mais alguém junto à filha de Valdico e se admirou quando somente ela entrou no barco , acomodou sua bolsa em um local que não iria molhar e sentou- se bem no meio do banco dividindo seu peso. Já estava acostumada em como navegar, ficando de costas para José, seu pai desamarrou a corda que prendia o barco ao píer, enrolou-a e colocou dentro do barco, deu um empurrão e o barco se afastou, em seguida disse:
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
— Pronto José, pode partir, ela sabe onde fica o consultório e não vai lhe atrap alhar.
— Não vai atrapalhar não senhor Valdico! — é uma satisfação poder ajudá- los.
— Espero que não chova, (Valdico disse isso quase qu e gritando para que o ouvisse) e se estiver chovendo, aporte o bote e espere passar a chuva, não se arrisque no rio em um temporal! — aconselhou senhor Valdico, que entendia bem sobre esses rios traiçoeiros e já vira muita gente morrer só porque arriscara a vida em meio a temporais.
— Pode ficar sossegado senhor Valdico, eu não sou de ficar arriscando minha vida e pode ter certeza que sua filha voltar á sã e salva! — disse isso no mesmo tom de voz, para que ele o escutasse .
Quando José manobrou o barco, as crianças começaram a gritar dando tchau à Mariane, que respondia acenando com as mãos, gritavam para que ela trouxesse doces.
José acelerou o motor e o barco saiu cortando as água s do Rio Camunhã, as ondas que o barco fez balançou os outros ancorados no píer, que batiam uns aos outros fazendo barulho. O barco dava pequenos solavancos quando pulava uma onda feita pelo vento e deslizava por cima da água, em uma velocidade constante. Já na primeira curva do rio do barranco, um bando de capivaras que olhavam curiosas o barco passar e quando as ondas chegavam ao barranco fazendo barulho, elas se assustav am, pulando todas na água uma atrás da outra.
Mariane ficava somente admirando o verde das matas, que estava pontilhados por algumas árvores cheias de flores e o céu azul refletido na lâmina d’água, junto com árvores dava a impressão de um imenso espelho. Um Saguá, pássaro grande que vive no rio, passou bem perto ao bote, a uns 3 metros de altura ou menos, Mariane abaixou a cabeça, talvez pensando que o pássaro a
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
acertaria, ele deu um grito estridente e subiu o rio dando ganidos bem altos.
José ia envolto aos seus pensamentos, observava a paisagem e ia pilotando o bote, atento e pronto a desviar de qualquer coisa que aparecesse no meio do rio, começou a observar a menina a sua frente, seus cabelos longos e negros estavam soltos voando ao sabor do vento, então sentia o leve perfume de rosas trazido pelo vento que exalava da menina que vinha em sua direção. Ela não falava nada, apenas colocava a mão na água , fazendo um risco que ficava para trás marcando o leito do rio, José começou a pensar em como ficou mais de um mês naquela vila tão pequena e nunca ter visto aquela menina, parecia bem diferente das outras que moram às margens do rio, era mais clara, não tinha a pele tão escura e maltratada pelo sol, refletiu consigo mesmo. Passei muitos dias na mata e quando voltava ao acampamento, mal fazia o relatório, cansado ia dormir. Nem ti ve tempo para conhecer todo povo da aldeia, uma vez fui a uma festa que estava acontecendo na vila, mas fiquei só olhando de longe, eu até vi algumas moças na festa, mas não reparei muito em nenhuma, tenho que manter minhas intenções e minhas metas, que é a de não me envolver emocionalmente com os moradores e criar o mínimo de vínculo possível, encontrar o que estou procurando, ir embora o mais rápido possível e se tudo der certo ficarei muito rico
.
Parou com seus pensamentos, quando avistou um barco com um grande e colorido guarda chuva armado, ele estava ancorado quase no meio do rio, diminuiu a velocidade e ladeou a margem oposta a que estava o barco, para não incomodar quem estaria pescando, viu uma mulher já de idade e um senhor de cabelos brancos, que arremessava um molinete, fazendo a chumbada caírem bem longe do barco.
A mulher acenou e Mariane retribuiu possivelmente já os conhecia José também deu um aceno e continuou a viagem, o
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Plantas da Morte, por Paulo Mikcza
vento os refrescava na viajem, minimizando o calor, pois estava muito quente e o sol já estava a pino, os pássaros passavam voando por sobre o barco, garças, biguás e um bando de papagaios passou ao lado fazendo um barulho só, bem característico ao bando, José avistou um barco bem na linha do horizonte, na d ivisa da água com o azul do céu e logo já havia vários, sinalizando que a cidade de Santa Luzia, estaria bem próxima, não demorou a avistar o ancoradouro, haviam vários barcos lá, até alguns bem grand es, provavelmente barcos hotéis para os turistas.
José foi serpenteando com o barco, desviando dos outros ancorados ali e o fazia com muita habilidade, chegou a um píer, que ficava a esquerda do grande ancoradouro, onde um senhor aparentando ter por voltas dos 60 anos, estava já aguardando José, pronto para ajudar que aportassem e poder amarrar a corda, soltou uma baforada de seu cigarro de palha fazendo subir uma nuvem branca de fumaça e falou bem alto para que José o escutasse:
— E ai José, até que enfim deu as caras por aqui e ho je com passageira. — olhou para Mariane e a cumprimentou perguntando:
—E você como está? —seu pai não quis vir?
—Eu estou bem seu Jorge, o pai não pode vir, ele teve de ficar colhendo o feijão antes que chova. —falou ela sorrindo para o velho que já o conhecia de muito tempo, pois eram até meio parentes.
—Me jogue a corda menina! —pediu o velho.
Ela mais que depressa pegou a corda e jogou a ele, que se apressou em amarrá-la a um dos paus no Píer, feito para esse propósito. Quando o barco já estava firme, Mariane pegou sua bolsa e desceu, ficando ao lado