Lyran
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Lyran - Bruno Almeida De Lyra
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sta história aconteceu em uma terra longínqua, onde E o tempo se perdeu nele mesmo. Um vale onde homens, anões, fadas e outras raças viviam em paz, onde a harmonia crescia como sua grama e as árvores frutíferas transbordavam abundância, alimentando todos que ali habitavam.
Um lugar verde, com planícies que podiam ser vistas de qualquer canto da terra, onde os animais caminhavam livremente. Um local privilegiado pela mãe natureza, onde montanhas inalcançáveis criavam uma barreira natural para os outros reinos, que também viviam aos seus pés; as águas que banhavam toda a região eram guardadas por seres elementais, aliados da terra, emissários da paz entre os elementos. Nesse vale, havia nove vilarejos, cuja única incumbência era lutar para que nada de mau viesse a acontecer entre eles.
Nos vilarejos, crianças de todas as raças viviam juntas desde muito pequenas, para que pudessem entender que não existia raça suprema e, sim, havia união entre eles e que somente assim existia vida. Toda casa estava sempre aberta, com frutas e pães em suas varandas para que fossem divididos com os trabalhadores e seres que se dedicavam a afortunar a terra. Apenas uma passagem podia ser utilizada como entrada e saída desse vale; 2
assim, a segurança da região era mantida perante os andarilhos que por ali passavam. Eram poucos os que saíam, pois, em sua grande maioria, todos desejavam viver e compartilhar da generosa terra.
Mas, nem sempre foi uma terra de paz. A profecia do nascimento de uma criança passaria a atrair seres invejosos, que desceriam pelas montanhas e arruinariam a harmonia do reino.
Apenas a união da prosperidade, do mistério e da vitória faria a felicidade reinar. Esse lugar ainda existe em algum tempo, espaço ou dentro de você. Esse é o reino de Lyran.
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Uma História Criada e Ilustrada Por: Bruno Lyra
Nascido no Rio de Janeiro em 1985, o autor teve a sua juventude na zona norte da cidade e entre os estudos e as brincadeiras na rua passava horas navegando pelos universos dos Consoles de vídeo games onde se apaixonou pela cultura GEEK. Assim crescendo ele passou a jogar jogos de tabuleiros, games e a consumir vários tipos de produtos desse seguimento, onde o levou a ser colecionador de action figures, estudante de japonês e Cosplay que realiza com muita seriedade. O autor agradece seus pais Edmilson Lyra e Regina Lyra por darem a ele na infância a liberdade de sonhar e a coragem para realizar os seus objetivos, agradece a sua esposa Stella Lyra por estar sempre a seu lado nas suas escolhas e loucuras e nunca deixa de falar da sua companheira inseparável Bruna Lyra sua filha. O autor segue o pensamento que quem não tem o passaporte para viajar nos seus sonhos não vive uma vida completa.
Thais Entriel
Revisão e Correção
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Capitulo 1
O DESPERTAR DE UMA PROFECIA
sol já estava surgindo naquela manhã de primavera, quando o chão de todo o reino começou a tremer. Homens e elfos passavam pelos vilarejos sobre seus cavalos robustos e bem equipados, gritando as boas-novas. Os elfos anunciavam:
— É chegado o dia, a princesa nasceu; o reino está em festa! Todas as raças devem comparecer às festividades do castelo.
Era um dia que marcaria a vida de todos. Afinal, ela seria nossa nova regente. Por tradição, em Lyran, quando um líder é agraciado com o nascimento de um herdeiro, deve apresentá-lo a pelo menos um ser de cada espécie que habita próximo a ele no primeiro círculo de sol da criança.
O monarca — um humano chamado Asher — era casado com uma elfa, e fora escolhido havia muitos anos para ocupar o trono e zelar pelas raças de seu reino. O rei de Lyran era o maior escravo do reino. Deveria trabalhar sem parar pelo bem-estar de todos que ali escolhiam compartilhar de suas existências.
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O castelo onde habitavam ficava na parte mais alta do vale, não para mostrar superioridade, mas para poder olhar por todos que ali viviam. Construído por anões, seguia uma arquitetura planejada por elementais, na qual quatro grandes torres rasgavam o céu, simbolizando terra, água, fogo e ar. Em seu ponto central havia um grande pátio, onde mercadores e habitantes transitavam diariamente. Suas paredes altas, feitas de pedras, ligavam as quatro torres, rodeando a fortaleza. O brasão, bordado por gnomos e duendes em uma grande bandeira, parecia acenar para todos do reino. Essa bandeira marcava aonde todos poderiam chegar se fossem puros de coração. Apesar de ser a moradia do rei, o castelo não era exclusividade real; os milhares de cômodos eram utilizados para hospedar líderes de vilarejos, estudiosos, magos e curandeiros.
Naquela manhã, homens e mulheres trabalhavam com elfos e fadas para prepararem um banquete que atendesse a todos do reino, enquanto anões e centauros arrumavam o espaço para receber todos os convidados; os elementais do ar varriam as nuvens para deixar o céu azul e o dia mais claro. Naquela data tão importante, até os vilarejos mais distantes enviariam seus representantes: seria um dia em que ninguém colocaria defeito.
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O pátio gigantesco do castelo parecia diminuir a cada instante. O tempo se mostrava ansioso e corria feito o vento para ver a chegada de tantos seres de todas as partes do reino. A tarde vinha surgindo quando a tropilha de centauros da montanha passou pelo portão do palácio e buscou um lugar à sombra para esfriar seus cascos; logo em seguida, uma nuvem de fadas passou por cima de todos e desceu suavemente próximo dos anões, que bebiam e cantavam, alegrando a todos; os elfos, como de costume, muito bem-arrumados, entravam sutilmente pelo vestíbulo. E
assim foi-se o tempo, satisfazendo-se ao ver tantos seres juntos, em harmonia, em um só lugar.
Quando todos pareciam já ter chegado, abriu-se uma porta em uma sacada, bem acima do pátio, e dela surgiu o Sr. Dagan, o Grão-mestre do reino. Era um homem velho, com a aparência de ter uns duzentos anos, e com um conjunto de características únicas
— como sua longa barba branca, que parecia ter sido cultivada por muitos anos, e seu olhar misterioso, quase escondido sob seu chapéu pontiagudo. Dagan era um dos magos mais longevos de Lyran; ele costumava contar histórias antigas para o povo, alertando os habitantes sobre os perigos que existiam fora das fronteiras do reino. Alguns diziam que ele já estava vivo quando a 8
primeira espécie chegou ao reino; outros, que ele era a própria essência da vida do reino; mas, mesmo com tanto mistério envolvendo esse indivíduo, era comum vê-lo nos vilarejos conversando com os curandeiros ou fumando seu cachimbo ao lado dos gnomos.
Não obstante o ambiente festivo, as atenções se voltaram para o mago e a ansiedade em ouvir o que ele vinha falar parecia hipnotizar todos naquele pátio. Dagan se projetou à frente da sacada e, antes de pronunciar a primeira palavra, foi interrompido pelo som amedrontador de uma trombeta. O povo, antes absorto, agora dava um passo para trás, com receio do que surgiria nos portões do castelo. A trombeta soava mais uma vez, e nesse momento Dagan parecia agitado para descobrir o que havia impedido o início de suas palavras. O som do trotar de uma cavalaria aumentava conforme a trombeta tocava, e antes que o coração do povo pulasse pela boca, mulheres montadas a cavalo, cobertas por armaduras e peles de animais, entravam pelos portões, e a multidão abria caminho para que elas seguissem em direção à sacada.
Eram as valquírias — pelo menos quatorze delas —, mulheres guerreiras, temidas pela maioria dos exércitos fora das 9
montanhas de Lyran. Seres de compleição física robusta e de beleza natural; algumas foram abençoadas com asas, que mais pareciam retalhos de nuvem. A líder de seu vilarejo era Skogui, a
lançadora
, uma mulher de pele branca, com cabelos vermelhos e olhos verdes, traços fortes e quase 1,80m de altura. Ao ver o rosto conhecido, Dagan abriu um sorriso aliviado. Teria ele esquecido o som das trombetas amigas ou estava tenso por algum motivo durante as festividades?
Skogui saltou de seu cavalo e, batendo duas vezes contra o peitoral de aço de sua armadura, sinalizou que as guerreiras estavam atendendo à convocação de seu governante. Então, com os ânimos mais calmos, o povo lembrou que o Grão-mestre do reino iria fazer seu pronunciamento. O mago ajustou o chapéu, respirou fundo e começou a falar:
— Povo de Lyran, como todos sabem, é nosso costume que um líder apresente a seus compatriotas uma dádiva recebida, e nosso rei foi agraciado pelo nascimento de mais uma vida!
Em meio à escuridão da porta atrás do mago, o rei Asher se revelou, usando um manto dourado, segurando um pequeno embrulho que trazia cuidadosamente, e, ao seu lado, a rainha Freda, imponente com seus longos cabelos loiros e belos olhos 10
azuis, características típicas dos elfos. Assim, Dagan se calou e, ao inclinar sua