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Petróleo e Gás Natural
Petróleo e Gás Natural
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E-book1.056 páginas13 horas

Petróleo e Gás Natural

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Sobre este e-book

Esta obra tem como objetivo, a importância da pesquisa e o conhecimento sobre o Petróleo e Gás Natural, bem como suas aplicações para o consumo.No intuito de enriquecer o conteúdo, faz parte desta obra: A História do Petróleo, O Petróleo no Mercado Brasileiro e Internacional, O Gás Natural, Os Dutos no Brasil, A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e o Fundo Monetário Internacional no Mercado de Petróleo, Estatísticas de Produção e Reservas Mundiais de Petróleo e Gás Natural, Cronologia do Petróleo, Glossário de Termos Técnicos, Glossário de Termos Geológicos e muito mais.Esta obra é de grande importância para os profissionais, estudantes e todas as pessoas interessadas no conhecimento sobre os importantes recursos naturais de nosso planeta, que poucos conhecem a sua origem e suas aplicações.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9781526016959
Petróleo e Gás Natural

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    Petróleo e Gás Natural - Hélio Ricardo ,Moraes Cabral

    PETRÓLEO 

    E

    GAS NATURAL

    AGRADECIMENTOS:

    Agradeço a minha família por ter me apoiado com incentivos durante alguns meses, para que eu pudesse pesquisar e elaborar esta importante obra.

    COLABORAÇÃO:

    Para elaboração desta obra foram realizadas diversas pesquisas, visando passar o conhecimento e o entendimento para o leitor. Portanto, colaboraram com esta obra, as seguintes fontes de consultas.

    Agência Nacional de Petróleo

    Agências Nacionais e Internacionais

    Brasil Energia

    Companhia de Gás CEG

    Gasenergia

    Instituto Brasileiro de Petróleo

    Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras

    SOBRE O AUTOR:

    Hélio Ricardo Moraes Cabral, economista, bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, no ano de 1987.

    Especializado em pesquisas de mercado, orçamentos industriais, elaboração de tabela de preços para venda de serviços, métodos de expansão empresarial, planejamento orçamentário e implantação de métodos administrativos.

    Participou dos cursos: Orçamentação e Apuração de Custo na Pequena e Média Indústria (CEAG-Rio); Formação de Preço de Venda (IOB-Cursos Empresariais e Instituto de Estudos Financeiros); Pesquisa de Mercado (Universidade Estácio de Sá); MERCOSUL-Oportunidades de Negócios (Universidade Estácio de Sá); Participação do Seminário: Projeções para Orçamento 2001 a 2005 ministrado pela Suma Econômica, Curso de Extensão em Avaliação de Empreendimentos de Base Imobiliária e Industrial a Análise Financeira de Investimentos Imobiliários (Universidade Federal Fluminense – UFF).

    Autor de outras obras:

    1) A Trajetória da Crise Financeira Internacional na Era da Globalização

    2) Moderno Dicionário de Economia

    Na época que escrveu esta obra, foi responsável pelo Departamento de Orçamentos da empresa ETP Engenharia Manutenção Inspeção e Reparos Ltda, que atua na área da Reparação Naval e Offshore.

    Atualmente trabalha como consultor de planejamento na expansão empresarial e gestão de orçamentos.

    ARESENTAÇÃO

    Esta obra tem como objetivo, a importância da pesquisa e o conhecimento sobre o Petróleo e Gás Natural, bem como suas aplicações para o consumo.

    No intuito de enriquecer o conteúdo, faz parte desta obra: A História do Petróleo, O Petróleo no Mercado Brasileiro e Internacional, O Gás Natural, Os Dutos no Brasil, A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e o Fundo Monetário Internacional no Mercado de Petróleo, Estatísticas de Produção e Reservas Mundiais de Petróleo e Gás Natural, Cronologia do Petróleo, Glossário de Termos Técnicos, Glossário de Termos Geológicos e muito mais.

    Esta obra é de grande importância para os profissionais, estudantes e todas as pessoas interessadas no conhecimento sobre os importantes recursos naturais de nosso planeta, que poucos conhecem a sua origem e suas aplicações.

    SUMÁRIO

    I Capítulo

    O Petróleo                                                                                                        8                                                                                                                               

    II Capítulo

    O Petróleo no Mercado Internacional                                                          39                     

    III Capítulo

    O Petróleo no Mercado Brasileiro                                                                64                     

    IV Capítulo

    A OPEP e o FMI no Mercado de Petróleo                                                155               

    V Capítulo

    O Preço do Barril de Petróleo no Mercado Internacional                        175

    VI Capítulo

    Gás Natural                                                                                                    190           

    VII Capítulo

    Os Dutos no Brasil                                                                                        241                   

    VIII Capítulo

    As Refinarias Brasileiras                                                                                265             

    IX Capítulo

    A Tecnologia na Produção Offshore                                                              307

    X Capítulo

    Estatísticas de Produção, Reservas de Petróleo e Gás Natural                  332

    XI Capítulo

    A Cronologia do Petróleo                                                                                386                         

    XII Capítulo

    Glossário de Termos Técnicos na Indústria do Petróleo                              409                                                       

    XIII Capítulo

    Glossário de Termos Geológicos                                                                    544                       

    XVI Capítulo

    Tabelas de Conversões                                                                                    664

    XV Capítulo

    Imagens de Unidades Industriais                                                                    678

    I CAPÍTULO

    O PETRÓLEO

    A Origem do Petróleo

    A palavra petróleo deriva do latim (petra, pedra, rocha+oleum, óleo)

    São controvertidas as teorias sobre a origem do petróleo. Entre as principais destacam-se a de origem estritamente inorgânica, defendida por Dmitri I. Mendeleiev, Marcellin Berthelot e Henri Moissan, e a teoria orgânica, que rotula a participação animal e vegetal.

    De acordo com a teoria de origem inorgânica, o petróleo teria sido formado a partir de carburetos, tais como: (alumínio, cálcio e outros elementos) que, decomposto por ação da água (hidrólise), deram origem a hidrocarbonetos como alcenos, metanos etc., os quais, sob pressão, teriam sofrido polimerização (união de moléculas idênticas para formar uma nova molécula mais pesada) e condensação a fim de originar o petróleo.

    Contra essa teoria mais antiga, levanta-se a teoria orgânica, segundo a qual a presença no petróleo de compostos nitrogenados, clorofilados, de hormônios etc., pressupõe a participação de matéria orgânica de origem animal e vegetal. Em sua grande maioria, os pesquisadores modernos tendem a reconhecer como válida somente a teoria orgânica, na qual destacam os microrganismos animais e vegetais que, sob a ação de bactérias, formariam uma pasta orgânica no fundo dos mares, que misturada à argila e à areia, essa pasta constituiria os sedimentos marinhos, que também cobertos por novas e sucessivas camadas de lama e areia, se transformariam em rochas consolidadas, nas quais o gás e o petróleo seriam gerados e acumulados.

    O petróleo é proveniente da lenta degradação bacteriológica de organismos aquáticos, vegetais e animais que, há dezenas, ou talvez centenas de milhões de anos, proliferaram nos mares, acumulando-se em camadas sedimentares.

    O conjunto dos produtos provenientes desta degradação, hidrocarbonetos e compostos voláteis, misturado aos sedimentos e aos resíduos orgânicos, está contido na rocha-mãe; a partir daí, o petróleo é expulso sob o efeito da compactação provocada pela sedimentação, migrando para impregnar areias ou rochas mais porosas e mais permeáveis, tais como arenitos ou calcários. Uma camada impermeável (por exemplo, marga ou argila), quando constitui uma armadilha, que permite a acumulação dos hidrocarbonetos, impedindo-os de escapar.

    O petróleo, na maioria das vezes, apresenta-se sob uma camada de hidrocarbonetos gasosos e, geralmente, acima de uma camada de água salgada (que é mais densa que o petróleo). A espessura de uma jazida varia entre alguns metros e várias centenas de metros. Seu comprimento pode atingir várias dezenas de quilômetros (no Oriente Médio).

    Em outra definição, o petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, formada por moluscos, caramujos, mariscos e ostras, depositados no fundo dos mares e lagos, e que durante milhões de anos, sofreram a ação do calor e a pressão das camadas das rochas.

    A Terra é formada por camadas de diferentes tipos de rochas. O petróleo é encontrado em bacias sedimentares – compostas por arenitos, calcários e folhelhos infiltrados e mantidos sob pressão numa profundidade que entre poucos metros de superfície até 5 mil metros. Acompanhando o petróleo, é comum encontrar gás natural e água salgada.

    O petróleo é óleo mineral natural, de cor muito escura, com densidade entre 0,8 e 0,95, composto basicamente de hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos e aromáticos. Chama-se também de petróleo bruto nas operações de exploração e de produção de óleo.

    O petróleo é um recurso natural altamente concentrado, esgotável e quimicamente heterogêneo. A maioria dos centros de demanda está geograficamente distante das áreas de produção, e o fornecimento não pode ser aumentado ou diminuído instantaneamente.

    Os Aspectos Geológicos do Petróleo

    Grande parte das ocorrências de petróleo acha-se associada a sedimentos marinhos. Dá-se o nome de rochas geradoras (ou matrizes) aquelas onde o petróleo se originou – em geral folhelhos escuros com alguns calcários, siltitos e arenitos finos. As rochas geradoras tem geralmente 2 % a 10 % de matéria orgânica.

    Ao longo do tempo geológico, ocorreram deformações (diastrofismos) na crosta terrestre que provocaram dobras (anticlinais) e falhamentos das camadas sedimentares para onde migra e se acumula o óleo gerado na rocha matriz.

    Essas deformações das camadas sedimentares constituem as armadilhas (as chamadas estruturas rochosas que aprisionam o óleo e o gás).

    Rochas ígneas não poderiam gerar petróleo por falta de matéria orgânica. Da mesma forma, o óleo e o gás não poderiam migrar ou se acumular nesse tipo de rocha, que se caracteriza pela baixa porosidade.

    Os Aspectos Químicos do Petróleo

    O óleo cru é formado basicamente de hidrocarbonetos – compostos de carbono e hidrogênio combinados em moléculas de disposição e tamanho diversos, a saber:

    1) As moléculas menores de 1 a  4 átomos de carbono - formam os gases.

    2) As moléculas maiores de 4 a 10 átomos de carbono - constituem a gasolina.

    3) As moléculas ainda maiores, de até 50 átomos de carbono – são as dos combustíveis leves e óleos lubrificantes.

    4) As moléculas gigantes, de até várias centenas de átomos de carbono – compõem combustíveis pesados, ceras e asfaltos.

    Junto aos hidrocarbonetos gasosos há apreciáveis quantidades de até 15% de nitrogênio, dióxido de carbono e ácido sulfídrico, além de pequena porção de gás hélio e outros gases. Nos hidrocarbonetos líquidos em geral se encontram trações de oxigênio, enxofre e nitrogênio, na forma elementar ou combinada com as moléculas de hidrocarbonetos.

    Os átomos de carbono unem-se nas moléculas de hidrocarbonetos de duas maneiras diferentes: uma para formar compostos em forma de anel (hidrocarbonetos cíclico) e a outra de cadeia (hidrocarboneto acíclico ou alifático). Além disso, cada átomo de carbono pode ser completado de maneira total ou apenas parcial por átomos de hidrogênio e assim formar, respectivamente, moléculas saturadas ou não saturadas.

    Segue abaixo a classificação dos hidrocarbonetos:

    Os hidrocarbonetos saturados cíclicos chamam-se: naftenos

    Os hidrocarbonetos saturados acíclicos chamam-se: parafinas

    Os hidrocarbonetos não-saturados cíclicos chama-se: aromáticos

    Os hidrocarbonetos não-saturados acíclicos chama-se: olefinas ou alcenos

    Os Aspectos Físicos do Petróleo

    O Petróleo existe na Terra nos estados sólido, líquido e gasoso. Era conhecido e usado pelos povos mais antigos, sobretudo na forma de betume, que servia para muitas coisas, entre as quais construir estradas e calafetar embarcações. Ganhou importância no mundo moderno quando substituiu o óleo de baleia na iluminação pública das cidades europeias.

    O óleo cru contém milhares de compostos químicos, desde gases até materiais semissólidos, como o asfalto e a parafina. Sob grande pressão no interior da Terra, os gases estão dissolvidos nos componentes mais pesados, mas ao atingirem a superfície podem vaporizar-se. Do mesmo modo, a parafina encontra-se dissolvida no petróleo cru, do qual pode separar-se na superfície, ao resfriar.

    Fisicamente, o petróleo é uma mistura de compostos de diferentes pontos de ebulição. Esses componentes dividem-se em grupos, ou frações, delimitados por seu ponto de ebulição. Os intervalos de temperatura e a composição de cada fração variam de acordo com o tipo de petróleo, a saber:

    1) As frações cujo ponto de ebulição é inferior a 200ºC, entre eles a gasolina, costumam receber o nome de benzinas.

    2) A partir do mais baixo ponto de ebulição, ou seja, de 20ºC, até o mais alto, de 400ºC, tem-se, pela ordem: éter de petróleo, benzina, nafta ou ligroína, gasolina, querosene, gasóleo (óleo diesel), e óleos lubrificantes.

    3) A partir dos resíduos da destilação produz-se: asfalto, piche, coque, parafina e vaselina.

    Mas o petróleo serve para muito mais coisas do que simplesmente produzir gasolina. Refinado, ele se transforma também em solventes, tintas, asfalto, plásticos, borracha sintética, fibras, produtos de limpeza, gelatinas, remédios, explosivos e fertilizantes.

    Além do petróleo convencional, disponível em Campos que podem ser explorados pela simples perfuração de poços, há outros tipos que dependem de estudos, pesquisas e desenvolvimento tecnológico para serem utilizados. Por exemplo:

    O petróleo extrapesado do cinturão do Orinoco, na Venezuela.

    As areias de alcatrão de Athabasca, no oeste do Canadá.

    Os reservatórios de petróleo gelado e viscoso do Declive Norte do Alasca.

    O óleo da argila xistosa também é um recurso potencial, embora ainda não possa ser considerado verdadeiro petróleo, mas é uma rocha sedimentária rica em substâncias orgânicas que ainda não ficou no forno o tempo suficiente para chegar ao ponto. Podemos aquecê-la num forno de verdade e acelerar o processo, mas o custo seria quase três vezes mais do que a exploração de poços comuns. Uma coisa é certa: esses recursos não convencionais poderão se tornar importantes, no futuro, mas continuam cercados por incertezas econômicas e científicas.

    Os Tipos de Petróleo

    O petróleo consiste basicamente em compostos de apenas dois elementos que, no entanto, formam grande variedade de complexas estruturas moleculares. Independentemente das variações físicas ou químicas, quase todos os tipos de petróleos variam de 82% a 87% de carbono em peso e 12% a 15% de hidrogênio.

    O óleo cru pode ser agrupado em três séries químicas consideradas básicas, a saber: parafínicas, naftênicas e aromáticas. A maioria dos óleos crus compõe-se de misturas dessas três séries em proporções variáveis, e amostras de petróleo retiradas de dois diferentes reservatórios não serão completamente idênticas.

    As séries parafínicas de hidrocarbonetos, também chamadas de série metano (CH4), compreendem os hidrocarbonetos mais comuns entre os óleos crus. É uma série saturada de cadeia aberta com a fórmula geral = CnH2n+2, na qual C é o carbono, H é o hidrogênio e n um número inteiro. As parafinas, líquidas a temperatura normal e que entrem em ebulição entre 40ºC e 200ºC, são os constituintes principais da gasolina. Os resíduos obtidos pelo refino de parafinas de baixa densidade são ceras parafínicas plásticas e sólidas.

    A série naftênica, que tem fórmula geral = CnH2n, é uma série cíclica saturada.Constitui uma parte importante de todos os produtos líquidos de refinaria, mas forma também a maioria dos resíduos complexos das faixas de ponto de ebulição mais elevados. Por essa razão, a série é geralmente de maior densidade. O resíduo do processo de refino é um asfalto, e os petróleos nos quais essa série predomina são chamados de óleos de base asfáltica.

    A série aromática, que tem fórmula geral = CnH2n-6, é uma série cíclica não-saturada, e seu membro mais comum, o benzeno (C6H6), está em todos os óleos crus, mas como uma série, os aromáticos geralmente constituem somente uma pequena porcentagem da maioria dos óleos.

    Além desse número praticamente infinito de hidrocarbonetos que formam o óleo cru, geralmente estão presentes enxofre, nitrogênio e oxigênio em quantidades pequenas, mas muito importantes. Muitos elementos metálicos são encontrados no óleo cru, inclusive a maioria daqueles encontrados na água do mar, como vanádio e níquel.

    O óleo cru pode também conter pequenas quantidades de restos de material orgânico, como fragmentos de esqueletos silicosos, madeira, esporos, resina, carvão e vários outros remanescentes de vida pretérita.

    A História do Petróleo no Mercado Mundial

    O petróleo era conhecido já na antiguidade, devido a exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. No Antigo Testamento, é mencionado diversas vezes, e estudos arqueológicos demonstram que foi utilizado há quase seis mil anos. No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação. O petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, para os padrões da época, quando Marco Pólo viajou pelo norte da Pérsia, no ano de 1271.

    A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e do xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859 o americano Edwin Laurentine Drake perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo, na Pensilvânia. O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada a do nascimento da moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões de barris em 1874.

    Outrora utilizado somente para fazer argamassa, para vedação ou por suas propriedades lubrificantes e medicinais, o petróleo não era um importante produto industrial até meados  do século XIX, quando seu uso como combustível para iluminação justificou o investimento em pesquisa de novas jazidas.

    Ao longo do século XIX, porém, a importância do produto cresceu tanto que sua participação no atendimento das necessidades  mundiais de energia passou de 3,7% em 1900 para cerca de 50% no fim do século. Fonte de energia por excelência, mas também matéria-prima para fabricação de tecidos sintéticos, plásticos, tintas e detergentes, etc., o petróleo é hoje o mais importante produto de todo o comércio mundial.

    A extração do petróleo conheceu uma progressão ininterrupta, ou quase, durante mais de um século. Iniciada em 1859 na Pensilvânia nos Estados Unidos, a produção ainda era modesta em 1900, que atingiu 20 toneladas métricas (t).

    Até o final do século XIX, os Estados Unidos dominou praticamente sozinho o comércio mundial de petróleo, devido em grande parte à atuação do empresário John D. Rockfeller. A supremacia americana só era ameaçada, nas últimas décadas do século XIX, pela produção de óleo nas jazidas do Cáucaso, exploradas pelo grupo Nobel, com capital russo e sueco.

    Em 1901 uma área de poucos quilômetros quadrados na península de Absheron, junto ao mar Cáspio, produziu 11,7 milhões de toneladas, no mesmo ano em que os Estados Unidos registravam uma produção de 9,5 milhões de toneladas. O resto do mundo produziu, ao todo, 1,7 milhão de toneladas.

    Outra empresa, a Royal Dutch Shell Group, de capital anglo-holandês e apoiada pelo governo britânico, expandiu-se rapidamente no início do século XX, e passou a controlar a maior parte das reservas conhecidas do Oriente Médio. Mais tarde, a empresa passou a intervir na Califórnia e também no México, e entrou na Venezuela. Paralelamente, companhias europeias realizaram intensas pesquisas em todo  o  Oriente Médio, e  a  comprovação  de que essa região dispunha de cerca de 70% das reservas mundiais provocou uma reviravolta em todos os planos de exploração.

    A Primeira Guerra Mundial pôs em evidência a importância estratégica do petróleo. Pela primeira vez foi usado o submarino com motor diesel, e o avião surgiu como nova arma. A transformação do petróleo em material de guerra e o uso generalizado de seus derivados – era a época em que a indústria automobilística começava a ganhar espaço – fizeram com que o controle do suprimento se tornasse questão de interesse nacional. O governo americano passou a incentivar empresas do país a operarem no exterior.

    O desmembramento do império otomano facilitou a penetração de companhias europeias na região, especialmente nos territórios sob mandato e protetorado. No fim da década de 1920, a descoberta de um imenso campo petrolífero no Iraque transformou o país no segundo produtor do Oriente Médio. Em 1935, inaugurou-se o primeiro dos grandes oleodutos entre o Oriente Médio e o Mediterrâneo. A exploração daquelas áreas ampliou-se com o aumento crescente do consumo mundial e a acirrada disputa entre as grandes empresas. Foram descobertas enormes jazidas em Bahrein, na Arábia Saudita e no Kuwait.

    Em 1920 a produção de petróleo alcançou 97 toneladas métricas (t), e ainda relativamente pequenas as vésperas da II Guerra Mundial (1939) que produziu 284 t, mas teve um  grande crescimento em seguida entre 1960 (produção de 1.050 t) e 1973 (produção de 2.860 t), e assegurando em 1973, o equivalente a 47% do consumo energético mundial.

    Em 1928, a Venezuela passou a ocupar o segundo lugar entre os produtores de petróleo, e no México a produção aumentou muito de 1919 a 1921, a ponto de atingir 25% do total mundial, mas depois reduziu bruscamente. Em 1938, o governo mexicano expropriou as empresas estrangeiras de petróleo.

    Durante a II Guerra Mundial, a demanda de petróleo atingiu proporções gigantescas, e no pós-guerra a procura pelo produto intensificou-se ainda mais. O desenvolvimento mais notável ocorreu no Oriente Médio, mas também se alcançaram resultados importantes no norte da África, no Canadá e na Nigéria. Aproximadamente a partir de 1950 manifestou-se na maioria dos países produtores uma acentuada tendência para a regulamentação rígida das concessões a empresas multinacionais.

    No Irã foi desapropriada a Anglo-Iranian em 1951 e criada a National Irarian Oil Company, mas dois anos mais tarde se constituiu um consórcio de capitais anglo-franco-americanos.

    Alguns países, como o Canadá e a Venezuela, adotaram o sistema de concessões de áreas limitadas. Outros optaram por permitir a exploração indiscriminada em troca do pagamento de royalties, de montante variável de uma área para outra, às vezes somado a exigências como construção de refinarias, utilização de mão de obra nacional etc. A política de divisão dos lucros em partes iguais entre o governo e os concessionários, aplicada na Venezuela a partir de 1943, logo foi adotada pela maioria dos países em desenvolvimento. Na Ásia, tornaram-se produtores Indonésia, Bornéu e Nova Guiné.

    Na América Latina, Brasil, Argentina, Colômbia, Peru e Bolívia começaram a extrair óleo de suas jazidas.

    Houve uma progressiva mutação geográfica da produção. Os Estados Unidos e a Rússia eram os únicos grandes produtores no fim do século XIX. A Venezuela ocupou o cenário internacional entre as duas guerras mundiais. E, sobretudo, o Oriente Médio tornou-se pouco a pouco, após o ano 1960, a principal produtora, representada principalmente pela Arábia Saudita, Irã, Kuwait e Iraque.

    Em setembro de 1960, por iniciativa dos grandes produtores do Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait) e a da Venezuela, foi fundada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo – Opep. Em 1973, após a quarta guerra entre árabes e israelenses, os países exportadores de petróleo decidiram tomar algumas medidas, como: reduzir quotas de produção, embargar exportações para os Estados Unidos e alguns países da Europa, triplicar os preços do óleo cru – o que causou uma crise mundial e mostrou claramente o quanto o Ocidente dependia do petróleo dos países árabes. Desde então, os aumentos sucessivos de preços determinados pela Opep levaram os países importadores a uma revisão de sua política energética, com controle rigoroso do consumo, utilização de fontes de energia alternativa e, quando possível, como no caso do Brasil, incremento da exploração de suas jazidas.

    Os choques do petróleo em 1973-1974 e de 1979-1980 causaram em consideráveis aumentos de preços, ligados a conjuntura internacional, ao deslocamento para o Oriente Médio dos países centros exportadores e a tomada do controle da exploração pelos países produtores (antes sob o controle das grandes empresas internacionais), e provocaram uma parada no crescimento da produção (sendo 3.165 toneladas métricas) em 1994). Essa estagnação na produção aconteceu simultaneamente a uma recessão econômica mundial, e atuou de  certa forma como fator que complicava (através do desequilíbrio ocasionado nas balanças comerciais dos países importadores de petróleo), ao mesmo tempo que era conseqüência da própria recessão (que causou uma contenção e uma racionalização do consumo, além da busca de diversificação das fontes de energia). Como resultado, houve uma diminuição na participação do petróleo no consumo energético mundial (menos de 40% na época), por outro lado, a oferta passou a exceder a demanda, pois houve um enfraquecimento da Opep, que agrupa uma parte significante dos grandes produtores, assim como uma baixa de preços quase tão quanto a subida anos anteriores.

    Em meados da década de 1990, a Opep contava com doze membros. Além dos cinco fundadores, filiaram-se a organização: Indonésia, Líbia, Qatar, Argélia, Abu Dhabi, Nigéria, Equador e Gabão, os quais, juntos, controlavam dois terços das reservas mundiais. O comportamento dos preços do barril de petróleo voltou a dominar o cenário mundial em 1990, principalmente em virtude da invasão do Kuwait pelo Iraque. A incerteza gerada pelo conflito provocou uma tendência de alta no preço do barril, que chegou a cota de US$ 40, e uma consequente elevação da produção mundial. Nos anos seguintes a Opep lutou sem sucesso para manter o preço mínimo que fixara, de US$ 21 o barril, mas que reduziu até US$ 15/barril.

    A História do Petróleo no Brasil

    A história do petróleo no Brasil teve início na Bahia, onde em 1858, foi assinado o Decreto nº 2266 pelo Marquês de Olinda, que concedeu a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Província da Bahia. No ano de 1859, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador-Bahia.

    No Brasil, a primeira sondagem profunda foi realizada no final do século XIX, entre 1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo, com as explorações sob o regime da livre iniciativa, ou seja, instalou por conta própria, uma sonda junto ao afloramento de uma rocha betuminosa. O furo atingiu mais de 400 metros, mas o poço encontrou apenas água sulforosa.

    Em 1930, setenta anos depois e após diversos poços perfurados sem sucesso em alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio Bastos, realizando uma caçada nos arredores de Lobato, soube que os moradores usavam uma lama preta, oleosa para  iluminar suas  residências. A partir de então teve no local diversas vezes para pesquisar e coletar algumas amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes, porém sem sucesso. Então, em 1932 foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência em Lobato.

    Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu incentivar o Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual passou a empreender várias campanhas visando à definição da existência de petróleo em bases comerciais na área. Diante da polêmica formada, através de debates nos meios de comunicação, o Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços na área de Lobato, sendo que os dois primeiros não obtiveram sucesso.

    Em 1938, surgiu a Nacionalização das Riquezas do nosso subsolo, pelo Governo do Conselho Nacional do Petróleo.

    Mas só em janeiro de 1939, revelou-se a existência de petróleo no solo brasileiro, no poço de Lobato, localizado na Bahia, perfurado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do governo federal.

    Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém criado Conselho Nacional de Petróleo-CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da coluna de perfuração. O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de grande importância para o desenvolvimento da atividade petrolífera no Estado da Bahia. O poço produziu 2.089 barris de óleo em 1940.

    A partir do resultado desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias, no ano de 1941.

    Em 03 de outubro de 1953 foi estabelecido o monopólio estatal da pesquisa, lavra, refinação, transporte e importação do óleo no Brasil, sendo criada a Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras, pela Lei 2004, sob a orientação e fiscalização do Conselho Nacional de Petróleo, que foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato da Petrobras ter sido criada através do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por partidos políticos.

    Na década de 50 e início de 60 descobriram-se novos campos de petróleo, especialmente no Recôncavo Baiano e na Bacia de Sergipe-Alagoas. Desenvolveram-se também, pesquisas nas bacias sedimentares do Amazonas e do Paraná.

    Em março de 1955, foi encontrado petróleo em Nova Olinda, no médio Amazonas. Em seguida, as atividades de perfuração estenderam-se até a Bacia do Acre. Como as quantidades de petróleo obtidas não eram comerciais, após seis anos a avaliação dos resultados aconselhou a redução da exploração.

    Em 1967, as perfurações de poços de petróleo na Bacia Amazônica foram suspensas. Com os avanços tecnológicos, a Petrobras realizou os levantamentos geofísicos nas Bacias do Paraná e do Amazonas, e conseguiram bons resultados, em particular descobertas de gás natural na região do Rio Juruá, no alto Amazonas, a partir de 1978.

    Dez anos antes, a empresa iniciara a exploração de petróleo na plataforma continental, com a descoberta de óleo no litoral de Sergipe no Campo de Guaricema.

    Foi, porém, a crise do petróleo, iniciada em 1973, que viabilizou a prospecção em áreas antes consideradas antieconômicas. Na década de 1970, intensificou-se a exploração de Bacias submersas. A identificação de petróleo na Bacia de Campos, localizado no litoral do Estado do Rio de Janeiro, duplicou as reservas brasileiras. Mais de vinte campos de pequeno e médio portes foram encontrados mais tarde no litoral do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe.

    Em 1981, pela primeira vez, a produção dos campos submarinos ultrapassou a dos campos em terra. No início da década de 1980, o Brasil era, depois dos Estados Unidos, o país que mais perfurava poços de petróleo no mar, mas, no final do século XX, ainda precisava importar quase a metade do petróleo que consumia, apesar de suas reservas provadas de aproximadamente 3,8 bilhões de barris, o equivalente a 0,2 % das reservas mundiais.

    A prospecção e a produção de petróleo no Brasil, foram intensificadas após as crises dos anos 70, com uma produção que, entre os períodos de 1985 e 1995, oscilava ao redor de 50% das necessidades nacionais de consumo. Em 1995 foram extraídas cerca de 34,86 toneladas métricas de petróleo, para um consumo interno de 63,31 toneladas métricas, sendo a diferença coberta pelas importações, sobretudo dos países do Oriente Médio.

    O refino de petróleo no Brasil começou em 1932, ao ser instalada a Destilaria Sul-rio-grandense em Uruguaiana, localizada no Rio Grande do Sul, com capacidade de 25 metros cúbicos. Em 1936 inauguram-se duas outras refinarias: a de São Paulo, com capacidade de 80 metros cúbicos, e a de Rio Grande – RS, capaz de produzir o dobro. Em 1959, o Conselho Nacional de Petróleo instalou em Mataripe na Bahia, a Refinaria Nacional de Petróleo, e mais tarde denominada Refinaria Landulfo Alves.

    Na década de 1990 a Petrobras contava com uma fábrica de asfalto, em Fortaleza-CE, e dez refinarias, os quais são: Refinaria Duque de Caxias (Reduc); Refinaria de Capuava (Recap); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar); Refinaria Alberto Pasqualini (Refap); Refinaria Gabriel Passos (Regap); Refinaria Landulfo Alves (RLAM); Refinaria de Manaus (Reman); Refinaria Presidente Bernardes (RPBC); Refinaria Henrique Lage (Revap); Refinaria de Paulínia (Repkan).Em meados da década de 1990, o Brasil produzia cerca de 750 mil barris de petróleo diários, com a possibilidade de aumento gradativo desse número, com a exploração de campos gigantes da Bacia de Campos.

    A Indústria do Petróleo

    A indústria do petróleo divide-se em oito fases, a saber: exploração e prospecção; perfuração e extração; refinação; transporte e distribuição.

    As características físicas e químicas do óleo cru, juntamente com a localização e a extensão das jazidas, são os principais fatores na determinação de seu valor como matéria-prima. Com o petróleo oculto no fundo da terra, nenhuma de suas propriedades físicas ou químicas permite detectá-lo da superfície.

    O petróleo no seu estado natural é uma matéria-prima como outra qualquer, sendo que para transformá-lo em produto comercial de grande valor e importante para a Economia Mundial, é

    preciso fazer grandes investimentos para torná-lo industrializado, atingindo o objetivo principal, que é chegar ao comércio consumidor. A seguir, temos as várias fases da industrialização do petróleo.

    Exploração / Prospecção

    A exploração de petróleo no mar começou há mais de um século, em 1896, quando se descobriu que o Campo de Summerland, na Califórnia se estendia para dentro do mar. Os primeiros poços marítimos perfurados ficavam a distância de até 250 metros da praia. Nas décadas de 20 e 30, os russos fizeram grandes progressos perfurando em águas mais profundas do Mar Cáspio, na região de Baku. Nos anos 70, o desenvolvimento de tecnologias permitiu colocar ao alcance das sondas perfuratrizes praticamente  todos  o  lençóis  de  petróleo,  a  qualquer  profundidade  do  mar, inclusive com a colaboração da tecnologia espacial. As unidades de perfuração em águas profundas são posicionadas e estabilizadas dinamicamente sobre as águas, fazendo uso dos sinais dos satélites na órbita da Terra. A medida que se avançou para águas mais profundas, novos problemas técnicos foram surgindo. Inicialmente foram utilizadas plataformas padrões do tipo Template Rig, depois surgiram plataformas do tipo Jack-up e as plataformas do tipo Semi-Submersíveis.

    Navio Sonda de Perfuração, que é mantido no local através do uso de várias hélices, controladas por computadores.

    Plataformas Fixas de Exploração Montadas sobre Jaquetas

    Plataforma Submersível

    (Unidade de Produção)

    Floating, Production, Storage and Offloading (FPSO)

    As técnicas geológicas, geofísicas e geoquímicas desenvolvidas para exploração não fornecem prognósticos precisos sobre a existência de petróleo em determinada área e, quando muito, fornecem uma indicação de boas possibilidades de encontrá-lo.

    Até o início do século XX, a exploração consistiu em detectar indícios de petróleo na superfície terrestre. Perfuravam-se então em locais de exsudações e afloramentos, ou a sua volta. A prospecção científica desenvolveu-se no começo do século XX, quando os geólogos iniciaram o mapeamento das características terrestres indicadoras de sítios favoráveis ä perfuração.

    Particularmente reveladores eram os afloramentos que indicavam a existência de rochas sedimentares porosas e impermeáveis alternadas. A rocha porosa como: arenitos, calcários ou dolomitas, serve de reservatório para o petróleo, que nela pode migrar, sob uma diferença de pressão, através de interstícios e fendas, até o ponto de escapamento, ou seja, até o poço perfurado.

    As rochas impermeáveis, como: argila e folhelho impedem o óleo de migrar do reservatório. No início da década de 1920, começou a exploração de subsuperfície, acompanhada da análise de sondagem, que são as amostras retiradas do poço perfurado por sondas.

    A partir de 1950, a pesquisa do petróleo começou a ser feita com técnicas geofísicas. Estas técnicas são: gravimétricas, magnetométricos e sísmicas, que permitem mapear as estruturas de sub-superfície.

    O gravímetro é um instrumento sensível que mede as variações da força de gravidade provocadas, entre outros fatores, pelas diferenças de densidade das rochas. Rochas densas, quando próximas da superfície, aumentam a atração da gravidade, o que não ocorre com as rochas sedimentares, que são porosas.

    A técnica magnetométrico utiliza as variações do campo magnético da Terra, causada pela existência de corpos magnéticos sob a superfície. As rochas plutônicas, que em geral contém mais magnetita, aumentam as leituras do magnetômetro e, assim, pode-se verificar a profundidade das rochas.

    Embora mais dispendiosos e complexos, os métodos sísmicos são mais precisos, pois se baseiam no fato de que ondas de choque provocadas por fontes artificiais de energia, descrevendo uma trajetória descendente, são refletidas ou refratadas pelas superfícies de contato entre as camadas. Ao retornarem à superfície, as ondas de choques são registradas por equipamentos tipo geofone. (sensíveis aos ruídos subterrâneos), localizados em diferentes pontos das linhas que irradiam da fonte de energia. De acordo com o princípio de refração, as ondas de choque atingem a superfície de contato (horizonte) com pequeno grau de inclinação, podem ser contidas e prosseguem ao longo da camada. Se a camada de rocha for particularmente densa, as ondas não serão completamente amortecidas e poderão ser observadas a vários quilômetros da fonte de energia.

    A reflexão é a técnica preferencial na exploração sísmica. Isso porque, requer fontes de menor intensidade e menores distâncias para a instalação de geofone, pois as ondas de  choque que formam um grande ângulo de incidência com a camada de rocha são refletidas  para  a superfície mais próxima da fonte.

    Tanto os meios permeáveis quanto os mais densos refletem as ondas de choque e fornecem, além disso, informações sobre os horizontes intermediários.

    Levantamento Sísmico Marítimo

    O levantamento sísmico marítimo, baseia-se nos mesmos princípios que o ultrassom na medicina.

    Segue o exemplo de um Perfil Sísmico que inicia em águas rasas e finaliza em águas profundas. Ao lado direita da figura podemos observar um monte vulcânico submarino.

    Os métodos geoquímicos de superfície são utilizados na tentativa de descobrir a presença de acumulações de hidrocarbonetos em subsuperfície. Nestes métodos se usam análises geoquímicas a fim de detectar a presença de anomalias de hidrocarbonetos gasosos no solo, na água ou no ar. Também podem ser empregadas análises do solo a fim de localizar concentrações de bactérias que se alimentam de hidrocarbonetos gasosos provenientes das jazidas da profundidade.

    A exploração ou prospecção tem como objetivo a procura de novas jazidas. A exploração comporta estudos geológicos e geofísicos para detectar as armadilhas e, em seguida, uma ou várias perfurações exploratórias.

    O esgotamento das jazidas mais tradicionais favoreceu em larga escala a exploração de Bacias Sedimentares de difícil acesso, tais como as localizadas nas zonas árticas e/ou marítimas. A exploração petrolífera marítima foi realizada em primeiro lugar em mares calmos e poucos profundos, e a seguir em zonas mais profundas e hostis, como o Mar do Norte ou o Labrador.

    Se a jazida é comercialmente explorável, então os numerosos poços, chamados poços em desenvolvimento, são perfurados de modo que a drenagem seja uma quantidade máxima de hidrocarbonetos. Seu número pode variar em função do tamanho da jazida. Por simples descompressão da jazida, pode ser recuperada somente uma proporção muito baixa de hidrocarbonetos ali encontrados, quantidade esta que pode, no entanto ser aumentada sensivelmente graças as possibilidades de estimulação e de bombeamento da jazida. A recuperação, que envolve a energia própria do reservatório impregnado e de seu aqüífero, é frequentemente qualificado de primário. Para melhorar a taxa de recuperação, bem como, prolongar a duração da produção, é necessário manter artificialmente a pressão da jazida por  injeção de água e gás ou por meio de  recuperação secundária.

    Perfuração/Extração

    Apesar dessas modernas técnicas de exploração, o único meio de se ter certeza absoluta da existência de petróleo ainda é a perfuração. Por economia de tempo e de capital, costuma-se perfurar primeiro um poço para colher informações. Análises de fragmentos das rochas colhidas revelam características físicas e químicas e são examinados por paleontólogos, que estabelecem a correlação entre os horizontes geológicos, mediante a análise de microfósseis. As jazidas ocorrem de preferencialemente em áreas de espessos depósitos sedimentares, provenientes de origem marinha, que com o passar dos anos, sofreram deformações brandas.

    Nas áreas pré-cambrianas, onde predominam as rochas metamórficas e ígneas, é praticamente impossível existir petróleo. Normalmente, um poço gera entre 500 e 800 metros cúbicos (m3) de material, resultante da trituração das rochas pela broca.

    Associado ao gás e a água nos poros da rocha, em geral o petróleo acha-se submetido a grandes pressões, de modo que a perfuração de um poço faz com que o óleo e o gás sejam impulsionados através do poço pela energia natural do reservatório. Como o gás natural que geralmente acompanha o óleo está sob forte compressão, frequentemente fornece energia suficiente para mover o óleo das camadas porosas até as paredes do poço e, por vezes, até a superfície. Se as pressões forem insuficientes, é necessário o bombeamento para a produção de óleo.

    As perfurações mais modernas são feitas por sondas rotativas, com brocas de aço de alta dureza e de diferentes tipos e diâmetros, dependentes do diâmetro do poço e da natureza da rocha que devem penetrar. Nesse processo, tem grande importância à injeção de um fluído especial, composto de argila montmorilonitica e sulfato de bário. Injetada por bomba no interior da haste rotativa de perfuração, ao retornar à superfície ela vem misturada a detritos constituídos de fragmentos das rochas atravessadas pela broca e que permitem sua análise.

    Além disso, esse fluído serve para lubrificar e resfriar a broca, remover os detritos formados durante a perfuração e impedir o escapamento intempestivo de gases ou óleo sob alta pressão que pode provocar incêndios.

    Plataforma Elevatória de Perfuração

    Logística de Perfuração e Extração de Petróleo Onshore

    Em termos comerciais, após a perfuração do primeiro poço de petróleo, localizado na Pensilvânia nos Estados Unidos em 1859, surgiram dezenas de companhias petrolíferas, que mais tarde transformam-se em grandes organizações. Essas empresas iniciaram suas atividades na exploração de petróleo em nações do Oriente Médio, África e América do Sul, as quais liberaram enormes áreas, de grande potencial petrolífero, para a exploração das companhias multinacionais, através de regimes de concessões que pouco ficava para o país produtor. Esse sistema vigorou em alguns países grandes produtores de petróleo durante décadas, mas não duraria para sempre.

    O México foi o primeiro país, dentre os outros, a reverter essa situação. A partir daí, foi seguido por muitos outros países, resultando na expansão da atividade petrolífera estatal, atividade  tão  estratégica  que  alguns  países  altamente  industrializados,  mesmo  não  sendo produtores, criaram suas companhias de petróleo, são eles: França 1924, Alemanha 1935, Itália (1953), Brasil (1953), Japão (1967), Suécia (1969) e Canadá (1975).

    Transporte

    Como a extração do petróleo ocorre muitas vezes em áreas distantes dos centros de consumo, seu transporte para refinarias e mercados, tornou-se necessária à instalação de infraestruturas e sistemas complexos e especializados de transportes específicos da indústria petrolífera, conhecidos como: oleodutos ou pipelines, navios petroleiros, chatas, caminhões ou vagões-tanques. Quando se trata de longas distâncias, o meio mais barato é o navio petroleiro, cujo agigantamento tem contribuído para a redução dos custos de transporte. No transporte por terra de grandes quantidades de petróleo, os custos mais baixos se obtém pelo uso de oleodutos (tubulações que mediante bombeamento, levam o produto às refinarias).

    Logística de Produção com Navio Tanque

    Refinação

    O petróleo não pode ser usado na maioria das aplicações antes de ser convertido em derivados como: gasolina, combustível para jatos, diesel ou insumos petroquímicos. Como custa mais caro transportar derivados refinados do que o petróleo bruto, o refino costuma ser feito perto do ponto de uso. Por outro lado, os derivados também precisam casar a mistura heterogênea de qualidades de petróleo necessários numa determinada região num determinado tempo. Um dos motivos para as mudanças no mix de derivados é o tempo, pois em muitas regiões  o condicionamento de ar ainda é responsável por uma parte significativa da demanda de petróleo. Isso não só cria ciclos sazonais na venda do produto, mas introduz também a volatilidade quando o clima é mais ameno ou mais severo que o normal.

    Na busca pelo óleo são encontrados tantos tipos de petróleo bruto quanto de jazidas; elas diferem entre si não somente por suas propriedades físicas (como densidade, viscosidade, etc.), mas sobretudo por suas composições químicas. Além dos tipos fundamentais de hidrocarbonetos (parafínicos, naftênicos e aromáticos), que se encontram em proporções muito variáveis conforme a jazida.

    O petróleo contém diversas substâncias, tais como enxofre, água salgada e traços de metais que o tornam praticamente inutilizável em seu estado bruto.

    Petróleo o combustível de mil e uma utilidades

    O refino é o conjunto das operações e procedimentos industriais empregados para tratar e transformar, com o menor custo, o petróleo bruto em produtos acabados. A operação fundamental do refino é a destilação fracionada contínua. A maioria dos produtos é a seguir objeto de tratamento suplementares para melhorar a sua qualidade, como: reforma catalítica hidrodessulfuração. A partir de então é obtida finalmente toda uma série de produtos que respondem as necessidades dos consumidores, os quais são: carburantes, gasolinas especiais, combustíveis e produtos diversos.

    Quando a simples destilação de petróleo bruto clássico não permite satisfazer a solicitação do mercado no que se refere a demanda da quantidade de produtos petrolíferos, deve-se adicionar aos procedimentos de refino clássico, unidades de conversão. Entre os mais comuns estão os procedimentos de craqueamento catalítico, craqueamento térmico e de hidrocraqueamento, que permitem obter produtos leves por dissociação das estruturas moleculares dos produtos pesados.

    A função das refinarias consiste em dividir o óleo cru em várias frações (ou grupos) delimitadas pelo ponto de ebulição de seus componentes, e em seguida reduzir os seus diversos produtos. Quando possível, os processos de refinação são adaptados à demanda dos consumidores. Assim, é que no final do século XIX, quando o querosene de iluminação era muito utilizado, as refinarias dos Estados Unidos extraíam do óleo cru até 70 % de querosene. Depois, quando a gasolina passou a ser o subproduto mais procurado, começou a ser retirada do óleo cru, o equivalente a 70 %. Mais tarde o querosene voltou a encontrar larga aplicação como combustível para aviões a jato.

    As refinarias localizam-se muitas vezes junto às fontes produtoras, mas também podem situar-se em pontos de transbordo ou perto dos mercados consumidores, que oferecem a vantagem de redução de custo, pois é mais econômico transportar petróleo bruto por oleodutos do que, por outros meios, quantidades menores de seus derivados.

    Na refinaria, o óleo cru e os produtos semifinais e finais são continuamente aquecidos, resfriados, colocados em contato com matéria não orgânicas, vaporizados, condensados, agitados, destilados, sob pressão e submetidos à polimerização (que resulta na união de várias moléculas idênticas para formar uma nova molécula mais pesada) sem intervenção humana.

    Refinaria

    Os processos de refino podem ser divididos em três classes, a saber: Separação física, Alteração química e Purificação.

    Logística do Refino de Petróleo

    A primeira etapa no refino do petróleo cru consiste em separá-lo em partes, ou frações, de acordo com a massa molecular. O petróleo cru é aquecido em uma caldeira e transferido para a coluna de fracionamento, onde a temperatura diminui à medida que a altura aumenta. As frações com maior massa molecular (empregadas para produzir, por exemplo, óleos lubrificantes e ceras) só podem existir como vapor na parte inferior da coluna, onde são extraídas. As frações mais leves (que serão usadas para produzir, por exemplo, combustível para aviões e gasolina) atingem alturas superiores e são extraídas aí. Todas as frações são submetidas a complexos tratamentos posteriores para que sejam convertidas nos produtos finais desejados

    1) Separação Física:

    A destilação, a extração de solventes, a cristalização por resfriamento, a filtração e a absorção estão compreendidas nos processos de separação física. A destilação é realizada em estruturas altas e cilíndricas, chamadas de torres.

    Depois  de  bombeado  para os tubos de um alambique, onde é aquecido até vaporizar-se (exceto em sua porção mais pesada), o óleo cru é dispersado para uma coluna de destilação de um vaporizador localizado acima da base.Um gradiente térmico é estabelecido através da torre, de tal modo que a temperatura é mais alta na base e mais baixa no topo. Os vapores ascendentes condensam-se à medida que sobem pela torre, e os líquidos condensados juntam-se a espaços predeterminados, de onde são recolhidos.

    Os componentes cujo ponto de ebulição é semelhante ao da gasolina condensam-se quase no topo da torre; o querosene, logo abaixo; o óleo diesel, no meio; o resíduo na base. Cada um desses fluxos passa então a novo estágio de processamento. Por redestilação a vácuo, o resíduo é dividido em óleos lubrificantes leves ou pesados e em combustível residual ou material asfáltico.

    2) Alteração Química:

    Os processos dessa classe de refino podem ter um dos seguintes objetivos:

    a) Decompor, ou craquear (do inglês crack, que significa quebrar), grandes moléculas de hidrocarbonetos em outras menores.

    b) Polimerizar ou unir pequenas moléculas de uma substância para formar outras maiores.

    c) Reorganizar a estrutura molecular.

    O craqueamento do óleo cru é historicamente o mais importante. No século XIX era usado para duplicar a quantidade de querosene que se extraia do petróleo. Com o advento do automóvel, aumentou a demanda da gasolina, e o craqueamento passou a ser usado como meio de elevar a produção desse combustível. Pelo processo de Burton, aquece-se a matéria-prima a cerca de 500ºC sob pressão e obtém-se a gasolina. Descobriu-se depois que a gasolina assim obtida era de melhor qualidade. A seguir foi descoberto o craqueamento catalítico, pelo qual catalizadores como a alumina, a bentonita e a sílica facilitam o rompimento das moléculas.

    A polimerização é o contrário do craqueamento. Consiste na combinação de moléculas menores em moléculas de hidrocarbonetos mais pesados, visando sobretudo à obtenção de gasolina.

    O primeiro processo de polimerização a ser utilizado como matérias-primas são os hidrocarbonetos gasosos não-saturados, principalmente o propileno e o butileno.Outro processo de polimerização, a alquilação,combina essas duas matérias-primas com o isobutano, hidrocarboneto gasoso saturado.A alquilação contribuiu grandemente para a produção de gasolina para aviação.

    O terceiro tipo de processo químico é aquele que altera a estrutura das moléculas de hidrocarbonetos, a fim de aumentar o poder de combustão do produto. Em meados do século XX, as pesquisas orientaram-se, principalmente nos Estados Unidos, para apurar a qualidade da gasolina, o que foi conseguido não só com o desenvolvimento de novas técnicas de refinação, mas também com a introdução de um aditivo, o chumbo tetraetila.

    Mas tarde, porém, os compostos de chumbo foram retirados da mistura em muitos países por serem altamente poluentes.

    3) Purificação:

    A terceira classe de processos de refinação compreende aqueles que purificam os produtos. No óleo cru existem muitos elementos não hidrocarbonatos, principalmente enxofre, que lhe conferem propriedades indesejáveis. Vários processos foram criados para neutralizá-los ou removê-los. Por meio da hidrogenação – processo desenvolvido por técnicos alemães para a transformação do carvão em gasolina – as frações do petróleo são submetidas a altas pressões de hidrogênio e a temperaturas que variam entre 26ºC e 538ºC, em presença de catalisadores.

    Distribuição dos Derivados

    A maioria dos produtos derivados do petróleo é constituída de líquidos, na maior parte das condições estáveis, que podem ser acondicionados em tanques e bombeados de um lugar para outro.

    Os produtos que apresentam maiores dificuldades de manuseio são os que se encontram nas extremidades da escala de ponto de ebulição, tais como: gases, graxas, combustíveis pesados, parafinas e asfaltos. O gás liquefeito de petróleo (GLP) tem de ser armazenado e transportado sob pressão e normalmente distribuído ao consumidor em cilindros. Graxas e alguns óleos lubrificantes são acondicionados em barris e latas. Combustíveis pesados e asfaltos, que se solidificam à temperatura ambiente, tem de ser armazenados e distribuídos em recipientes aquecidos ou isolados.

    A Indústria de Petróleo no Brasil

    No Brasil, a Petrobras foi pioneira na Indústria de Petróleo, e por isso enfrentou grandes dificuldades por não ter na época, a infraestrutura e tecnologias adequadas.

    Nos anos 50 e 60, com o início das atividades no setor petrolífero no país, a estatal precisou construir suas primeiras refinarias. Naquela época, com a necessidade de dotar o Brasil de uma infraestrutura adequada, o governo optou pela substituição de importações e pelo incentivo a instalação de empresas estrangeiras no Brasil.

    No início da década de 80, este sistema foi substituído na Petrobras, pelo sistema de nacionalização. Além da substituição da importação de itens prioritários, este sistema teve como finalidade, buscar fornecedores alternativos e uma maior autonomia de decisão da empresa nos aspectos tecnológicos e industriais.

    A demanda por materiais alternativos sofisticados era crescente, principalmente pela necessidade de viabilizar a extração do petróleo e do gás em águas cada vez mais profundas, situação em que, muitas vezes, não havia no mundo, tecnologias disponíveis para esse propósito.

    No final da mesma década, com a legislação que previa a modernização e o aumento da competitividade do Parque Industrial no Brasil, houve a necessidade de criação de mecanismos de estímulo ao desenvolvimento tecnológico. Contudo o mercado interno, já atendia a 94% das necessidades da Petrobras.

    Desde o início de 1984, a Petrobras vem realizando importantes descobertas em águas profundas e ultraprofundas. Tais descobertas ocorrem, inicialmente, na Bacia de Campos e incluem os Campos de Albacora, Marlim, Marlim Sul, Marlim Leste, Barracuda, Caratinga, Espadas e Roncador. Desde 1999, nas Bacias de Santos e do Espírito Santo, tem ocorridas várias descobertas nessa faixa de lâmina d’água.

    No ano de 1990, com a edição do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade e a implementação da nova política industrial e de comércio exterior, reduziram as restrições as importações e os custos agregados pelo suprimento de material aos produtos da Petrobras.

    Com o aumento das licitações internacionais em 1993, a parcela nacional nas compras da Petrobras reduziu-se cerca de 80%, número considerado bastante expressivo, já que a participação da Petrobras no mercado nacional tem variado em torno de 20% de tudo o que é produzido pela indústria brasileira de bens de capital sob encomenda.

    A Petrobras vem aumentando o seu papel de indutora do desenvolvimento da Indústria Nacional. Atuando  em  bases  inovadoras,  não  protecionistas,  vem  consolidando  sua  visão

    empresarial, buscando novas alternativas de melhor relação custo/benefício. Pesquisadora e detentora de tecnologia de ponta continua expandindo tecnologicamente, obtendo sucessivos recordes em águas profundas, assim como seus serviços de telecomunicações e informática, que vem sendo reconhecidos em todo o mundo.

    II CAPÍTULO

    O PETRÓLEO NO MERCADO INTERNACIONAL

    Sistema Financeiro Internacional

    O Sistema Financeiro Internacional, vulnerável ao contágio de crises locais, e as barreiras que frustram as expectativas e crescimento mundial, foram debatidas a partir do dia 24 de outubro de 2000, em Montreal-Canadá, durante a segunda reunião de ministros do grupo G-20. O Brasil teve na participação, com os representantes do Ministério da Fazenda e Banco Central do Brasil.

    O G-20 foi criado em setembro de 1999, sendo apresentado ao mercado mundial, como veículo de estimulação do debate sobre a sensibilidade do Sistema Financeiro as crises entre os representantes das equipes econômicas dos países considerados importantes no mercado mundial, sendo estes, os industrializados e emergentes.

    Isso significa um tipo de ampliação do G-8, conhecido como o Clube dos Países mais ricos do Mundo (são eles: Estados Unidos, Alemanha, Japão, Canadá, Itália, Rússia, Reino Unido e França), direcionada aproximação com as Economias menores, porém importantes ou que trazem mais riscos ao Sistema Financeiro Internacional, (são eles: Brasil, Turquia, Argentina, Chile, Indonésia, Coréia, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Austrália e México).

    O debate sobre a revisão de cotas dos países que compõem o Fundo foi um dos principais destaques na reunião de Montreal. As cotas equivalem ao volume máximo de financiamento na qual cada sócio pode ter acesso. Mas países como o Brasil e a Coréia possuem cotas proporcionalmente menores do que o tamanho de suas Economias.

    O cenário imprevisível sobre os preços do petróleo no mercado internacional e a solução do conflito entre Israel e Palestina foi um dos pontos do debate sobre a taxa de crescimento da Economia Mundial.

    Mas existem outros três pontos preocupantes nesse cenário, sendo eles: a globalização e a falta de acesso de alguns  países  ao  comércio  internacional,  aos  investimentos  estrangeiros  e ao

    Crédito, a diferença de patamar tecnológico entre  pequenas e grandes Economias é a vulnerabilidade do Sistema Financeiro Internacional frente as crises, tema que tem sido o ponto central nos debates.

    O Mercado Internacional de Petróleo

    Pesquisando sobre os preços do petróleo no mercado internacional, conclui-se que os mesmos foram moderados na maior parte da década de 90. A pesar das receitas mais baixas, o produtor de petróleo do Golfo Pérsico ainda tem grandes investimentos no Ocidente. Isso é uma das três razões para que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) seja mais cautelosa ao reduzir sua produção. A segunda razão, é que incentivar a estabilidade e o crescimento das Economias desenvolvidas, é a melhor maneira de expandir o mercado para o petróleo da Opep em médio prazo. A terceira razão, é com base nos cortes excessivos na produção, que resultou no aumento dos preços do petróleo para mais de US$ 30 o barril, incentivando as companhias petrolíferas a aumentar a produção não sujeita à coordenação da Opep.

    A alta nos preços do petróleo para US$ 34/barril pelo tipo Brent no fim do ano 2000, incentivou as companhias petrolíferas a aumentarem em quase 20% os investimentos na prospecção e produção de petróleo. Isso aconteceu após uma década em que a demanda mundial cresceu apenas 1% ao ano, e a produção de fontes não controladas pela Opep, atingiu o crescimento de 2% ao ano.

    Foi com base nisso, que a Opep fixou um preço alvo entre US$ 22 e US$ 28 por barril. Parece pouco, se comparar com a década de 70, quando o preço atingiu o equivalente a US$ 70 por barril. Mas, entre os anos de 1930 e 1940, os preços reais do petróleo raramente ultrapassaram US$ 13 por barril.

    A meta da Opep representa, portanto, um meio-termo político e econômico, cujo objetivo é maximizar  as  receitas  do  cartel  sem  causar  prejuízo  às  Economias  Ocidentais. E como  o Ocidente tornou-se menos dependente do petróleo, a meta não ameaça a Economia, mas ainda assim, é do interesse e ambos os lados, que o preço fique mais próximo de US$ 22 por barril.

    Relembarando um pouco o passado, quando em 2000, o preço do petróleo voltou a subir, devido às tensões no

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