Está doendo muito: Respostas da Bíblia para o seu sofrimento
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Sobre este e-book
As visões variam. Alguns o veem como depurador. Outros como didático.
Muitas vezes nos assustamos com a falta de respostas que nos acalentem. De algum modo, precisamos equacionar a questão, para que não soframos ainda mais, especialmente quando a culpa duplica a nossa dor.
Bons livros nos ajudam a organizar o nosso pensamento. A Bíblia, quando a lemos com profundidade, oferece-nos respostas precisas para a questão?
O pastor Marcos Vieira Monteiro pensa que sim. Por isto, em seu livro "ESTÁ DOENDO MUITO" reúne os dramas humanos e os pacifica à luz da Bíblia.
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Está doendo muito - Marcos Vieira Monteiro
Vitorioso
Introdução
AFINAL, POR QUE SOFREMOS?
Sempre me pergunto se não é muita pretensão querer responder a esta pergunta. Mas, o fato é que ela continua sendo feita por muitos de nós quando estamos sofrendo ou ao tentarmos ajudar os que estão passando por tribulações. Não temos como fugir deste questionamento.
Milhares de pessoas no Brasil, especialmente os mais pobres, entram desesperados em salões de cultos religiosos que têm em suas fachadas frases do tipo: Pare de Sofrer
. Encontrarão realmente respostas bíblicas ou alívio para minimizar o seu sofrimento?
Uma família enlutada busca consolo e orientação espiritual. O
fiel católico procura o padre de sua paróquia. O católico nominal aceita a indicação de um amigo e vai a um centro espírita. O judeu conversa com um rabino na sinagoga. O membro de uma igreja evangélica tradicional se depara com um pastor que segue uma linha calvinista. Quem não frequenta nenhuma igreja, com muita facilidade, vai encontrar um obreiro da Universal. Será que cada uma destas pessoas receberá a mesma resposta, o mesmo tipo de ajuda espiritual?
As diversas religiões não apresentam respostas idênticas para a problemática do sofrimento humano. Mesmo entre os cristãos evangélicos, as respostas nem sempre são concordes entre si.
Consequentemente, as propostas para enfrentar o sofrimento também diferem. Há ensinamentos na praça que se chocam frontalmente com as verdades da Bíblia Sagrada. Promessas falsas que parecem ter base bíblica, mas que resultam em decepção e revolta com a igreja e até mesmo com Deus. Em muitos aspectos, a perspectiva cristã sobre o sofrimento humano é diferente de outras religiões e filosofias. A Bíblia fala sobre o sofrimento humano muito mais do que geralmente percebemos, embora não responda a todos
os nossos questionamentos.
À luz das Escrituras, nesta primeira parte do livro, procuro apresentar diferentes causas para o sofrimento que podemos vivenciar neste mundo. Certamente existem outras que não consegui identificar.
Nem sempre é fácil diagnosticar, em cada situação específica de sofrimento, qual é a verdadeira causa. Talvez nem sempre seja necessário. Até porque no dia a dia as causas se entrelaçam. Mas, ter clareza sobre as possíveis origens pode nos ajudar a enfrentar melhor o sofrimento pessoal e do nosso próximo.
Parte 1
Afinal, por que sofremos?
Capítulo 1
A QUEDA
Por que estou sofrendo? Por que comigo? Quem nunca fez este tipo de questionamento? No livro de Jó, o mais antigo da Bíblia, um dos personagens centrais se debate em um conflito terrível:
Deus, por que estou sofrendo?
Os seus amigos, mesmo com boas intenções, ampliam o sofrimento dele com sermões baseados em premissas equivocadas.
Você já deve ter se perguntado diversas vezes: por que tanto sofrimento no mundo?
Existirá uma resposta única para esta questão?
O sofrimento está vinculado a muitas causas conjugadas que se misturam frequentemente, que interagem entre si e que tornam muito difícil um diagnóstico preciso do que está por trás de cada situação dolorosa específica. Mesmo assim, não estamos completamente às escuras. A Palavra de Deus ilumina nossa compreensão acerca das origens do sofrimento no planeta Terra.
Ao abrirmos as Escrituras, percebemos uma realidade, em muitos aspectos, completamente diferente da que nos deparamos quando chegamos neste mundo. A primeira página da Bíblia nos apresenta um Deus com poder indescritível, perfeccionista, caprichoso, detalhista e extremamente competente. Ele apenas pronuncia uma palavra e novas realidades brotam do nada.
Perfeita harmonia na criação
Calma e serenamente, em um processo que certamente durou milhares de anos, Deus vai criando, por etapas, todo o maravilhoso universo.
Primeiro Deus cria a luz. Ele mesmo avalia a sua primeira criação.
"Viu Deus que a luz era boa" (Gênesis 1.4). Depois, faz a terra, o firmamento e os mares. Pela segunda vez encontramos a expressão:
"E Deus viu que isso era bom" (Gênesis 1.10). Esta mesma avaliação sobre sua obra surge quando Ele determina que a terra produza diferentes tipos de árvores e sementes (Gênesis 1.12). Ao descrever a obra da criação dos astros celestes a frase se repete: E Deus viu que isso era bom
(Gênesis 1.18). Nos céus e nas águas, apenas com sua palavra, Deus faz surgir milhares de tipos de aves e peixes. O
refrão se repete: "E Deus viu que era bom" (Gênesis 1.21).
A seguir, Ele cria os animais terrestres, com toda a sua extraordinária variedade e mais uma vez a avaliação é totalmente positiva (Gênesis 1.25). Depois de criar o primeiro casal, à sua imagem e semelhança, Ele olha satisfeito para todo o conjunto de sua obra e dá a nota máxima a si mesmo: "E Deus viu tudo quanto fizera e era muito bom" . É evidente a excelência na obra da criação divina. Até aqui, neste mundo perfeito, não havia nenhuma possibilidade de sofrimento. Homem em perfeita comunhão com Deus, com sua mulher, com a natureza.
Imagino que no Éden o ser humano recebia de Deus uma sabedoria especial para ir descobrindo as leis da natureza sem se ferir, sem provocar sofrimento a si e ao próximo. Será que a cadeia alimentar se organizava de outra forma, sem a necessidade de violência e dor para sobrevivência de cada espécie? Neste paraíso perdido o homem trabalhava, mas não experimentava o cansaço.
O primeiro casal vivia em permanente lua de mel. Intimidade completa. Transparência total (Gênesis 2.25). Relacionamento plenamente satisfatório em todos os aspectos. A intimidade com Deus se fortalecia nas visitas diárias, no fim de cada tarde. Um lugar com equilíbrio ecológico perfeito, sem acidentes e dissabores de qualquer tipo. Assim foi o mundo criado por Deus, segundo a Bíblia.
Temos vislumbres desta realidade em lugares em que a natureza parece intocada. Para escrever este livro, busco refúgio na pousada de amigos, na Serra de Guaramiranga, no Ceará. Meus olhos contemplam, nestes dias, uma paisagem de rara beleza! Do alto da montanha, vejo ao longe montes azulados. As montanhas mais
próximas vão adquirindo os mais variados tons de verde. A poucos metros da janela, lindos girassóis amarelos dão um toque especial!
Quando o sol sai por trás das nuvens tudo fica mais brilhante!
Escuto o cantar de pássaros, o zumbido de moscas e, lá no fundo, o som de cachoeiras. A temperatura é agradabilíssima! Nuvens deslizam no céu. Sopra uma brisa suave que faz as árvores se moverem lentamente de um lado para o outro.
Neste cenário deslumbrante, ouvindo os sons da floresta, é muito fácil sentir a presença de Deus e imaginar como seria viver no Jardim do Éden.
Legado da queda
Em sua soberania, Deus deu uma ordem e estabeleceu limites.
Durante algum tempo estes limites foram respeitados. Até que surgiu uma proposta tentadora. Os limites e a motivação divina foram questionados. O primeiro casal preferiu dar ouvidos ao diabo.
Eles não se contentaram com a posição privilegiada que lhes foi concedida por Deus. Quiseram ser em tudo igual ao Criador. Esta rebelião contra o Criador é denominada pelos teólogos de Queda.
Que legado nós e a terra recebemos como consequência deste episódio?
Crise de identidade (Gênesis 3.7): O ser humano se vê agora de forma diferente. Experimenta a vergonha. Sua autoimagem é afetada. Todos percebemos que não somos quem gostaríamos de ser.
Quebra da comunhão com Deus (Gênesis 3.8): Adão e Eva tentam fugir da presença de Deus. Eles experimentam sentimentos inéditos: medo e solidão. Somente podemos ser completos em sintonia com Deus.
Medo (Gênesis 3.10): Eles sentem medo de Deus. Não há mais alegria na presença do Criador. Este sentimento de temor diante do divino permeia grande parte das religiões ao longo dos séculos.
Vergonha aliada à culpa: Adão e Eva experimentam a culpa. O
pecado traz este sentimento que produz um dos maiores tormentos vivenciados pelo ser humano.
Conflitos conjugais: Os dois começam um jogo de transferência de culpa. Surge o primeiro conflito conjugal. Quem nunca vivenciou um conflito no seu casamento porque se recusa a assumir seus erros e coloca a culpa no outro?
Dores no trabalho de parto (Gênesis 3.16.): Intensas dores físicas no momento de dar à luz a um filho. Gravidez sofrida. O que seria uma experiência completamente prazerosa agora envolve enjoos, dores, desgaste físico e psicológico. Que doloroso legado de Eva para as mulheres.
Dominação masculina (Gênesis 3.16): A queda provoca uma mudança no coração do homem em relação à mulher. Em muitos contextos, até hoje, ela continua sendo alvo de desprezo, agressão e opressão masculina.
Cansaço no trabalho (Gênesis 3.19): O trabalho deixa de ser apenas fonte de satisfação e realização pessoal. Gera desgaste, estresse, cansaço físico e mental.
Terra amaldiçoada (Gênesis 3.17): Maiores dificuldades para obter o alimento. A terra começa a produzir espinhos e ervas daninhas. Os processos de extração do alimento são alterados exigindo do homem trabalho árduo para poder suprir as suas necessidades.
Duração limitada da vida na terra (Gênesis 3.19): Esta certamente foi uma das consequências mais dolorosas da queda. O
ser humano que foi feito do pó, volta ao pó quando o seu corpo não consegue mais manter as funções vitais. A dor desta realidade pode ser facilmente verificada em um velório.
Mais conflitos familiares (Gênesis 4.1-7): Sérias brigas familiares são antigas. Na primeira família os problemas são motivados pelo ciúme entre irmãos. O que gerou esta situação de tanto ódio entre Caim e Abel? Suponho que o conflito que resultou no assassinato
do filho mais novo tenha sido somente a gota d’agua de um péssimo relacionamento familiar. Lares desestruturados continuam sendo a causa de maior parte do sofrimento no mundo.
Dor de um assassinato (Gênesis 4.8-16): A dor da morte é enorme. Pior quando é o pai que enterra um filho, invertendo a ordem natural. Mais doloroso ainda quando é resultado da violência. Indescritível quando esta violência nasce e cresce dentro da própria casa!
Perda de um filho que nunca mais retornará à casa (Gênesis 4.16): Caim não tem mais ambiente para continuar em casa.
Seus pais nunca mais poderão abraçá-lo e oferecer-lhe perdão.
O relacionamento com o filho assassino é rompido para sempre.
Aconteceu nesta família o que é ainda hoje uma realidade.
Relacionamentos familiares quebrados definitivamente causando traumas e dores sem fim.
Nesta análise do que aconteceu logo após a queda, constatamos a alienação do ser humano em quatro dimensões: de Deus, de si mesmo, do outro e da natureza. Tudo mudou.
Por que existem furacões, tsunamis, tempestades, fenômenos naturais que matam milhares? Por que a incapacidade humana de enfrentar a fúria da natureza? Porque até a natureza foi afetada pelo pecado.
Por que o ser humano não consegue viver em harmonia em família e com o seu próximo? Por que não trabalha direito? Por que é egoísta? Todo sofrimento na face da terra que é provocado pelo ser humano, de alguma maneira, está ligado a uma destas causas: incompetência e egoísmo ou ambas. Não fazemos o que é certo ou porque não sabemos ou porque não queremos.
O pecado e o sofrimento universal
Todos pecaram. Todos somos pecadores. Por isso todos sofremos. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus
(Romanos 3.23). Sofremos não apenas com o que nos acontece, mas também com as nossas limitações humanas. Como confessou com franqueza o apóstolo Paulo: Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo
(Romanos 7.19). Miserável homem que sou
(Romanos 7.24).
Qualquer um de nós pode fazer estas mesmas declarações a respeito de si. Estamos num mundo em que não conseguimos sozinhos, por nós mesmos, ser o que desejamos ser. Pecamos. Por isso sofremos e infligimos sofrimento ao outro.
Quem não conhece um homem agressivo com sua esposa e filhos? Ou uma mulher que vive criticando o seu esposo na frente dos filhos? Filhos que não respeitam seus pais? Gente aprisionada a vícios que traz toda sorte de sofrimento aos seus familiares?
Muito facilmente não assumimos a culpa pelos nossos erros.
Fazemos como aquele sujeito que diz: A culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser.
A queda trouxe ao coração do ser humano limitações como egoísmo, culpa, orgulho e muitos outros sentimentos negativos.
Porém seus efeitos não se limitam ao nosso mundo interior.
Vulnerabilidade
Uma senhora com 90 anos vivia em um abrigo para idosos, confinada em uma cama com seu mau humor crônico. Um dia, ao receber a visita de um jovem pastor, perguntou-lhe:
– Você é pregador?
Sim.
– Eu tenho uma dúvida que já perguntei a muitos pregadores. Nunca obtive uma resposta satisfatória. Talvez você possa me explicar.
– O que é?
– O que estou fazendo aqui deste jeito? Toda a minha vida fui cristã, servi ao Senhor da melhor maneira que pude.
Sempre frequentei a igreja, fui professora da Escola Bíblica Dominical e cantava no Coral. Criei meus filhos dentro da igreja. Agora, olhe para mim. Por que estou aqui, assim?
Você pode me explicar?
– Claro!
– Então me diga, porque estou aqui deste jeito?
O jovem pastor pegou as mãos da anciã e lhe disse mansamente:
– Velhice.
Este é o resultado da queda. Todos nos tornamos vulneráveis.
Sujeitos a balas perdidas, a viroses, a tumores malignos, a todo tipo de calamidades. Deus não coloca seus filhos em uma bolha protetora e lhes dá imunidade total. Aqueles que vivem muitos anos, apesar de todo o seu empenho, experimentam limitações cada vez maiores inerentes ao processo de envelhecimento.
Não temos como fugir de todo o sofrimento. Grande parte dele é inevitável e inesperado. Neide, nossa querida e fiel auxiliar em casa, que há quinze anos trabalhava conosco, se sentiu mal.
Corremos com ela para o hospital. Quatro horas depois estava morta. Diagnóstico: Acidente Vascular Cerebral. Uma de suas irmãs ao saber da notícia, chorava e gritava pelos corredores do hospital: Por que ela, Deus? Por que não eu? O Senhor nunca me escuta. Eu é que queria morrer.
O que dizer a uma pessoa assim?
Pessoas queridas morrem abruptamente. Conheço um casal de missionários que há mais de 50 anos serve fielmente ao Senhor no interior do Brasil, exercendo um ministério que envolve grandes sacrifícios. Eles perderam uma nora, que era como uma filha, vítima de um mal súbito. Menos de dois anos depois, uma de suas netas, sofreu uma pequena queda em casa e poucos dias depois veio a falecer também. Por quê?
Vivemos em um mundo que não é aquele que foi originalmente projetado por Deus. O planeta terra foi maculado pelo pecado.
A queda trouxe para nossa realidade a morte e a dor em todas as
suas dimensões. Por isso, grande parte do que sofremos aqui é absolutamente inevitável. Podemos nos rebelar contra esta situação e ficar culpando ou questionando a Deus, ou aceitarmos a nossa condição humana. Porém, não precisamos viver tristes, magoados ou desesperados, porque em Cristo temos promessas de vitória sobre o sofrimento.
Vitória sobre o sofrimento
Jesus foi muito realista quanto à nossa situação. No seu discurso de despedida, declarou: Neste mundo vocês terão tribulações, mas tenham ânimo. Eu venci o mundo
(João 16.33).
Jesus jamais disse que a aflição não aconteceria. Pelo contrário, afirma que teremos tribulações. Uns mais, outros menos, em uma dimensão maior ou menor. Vamos sofrer pelo simples fato de estarmos neste mundo. Isso, em algum momento, vai acontecer com cada um de nós. Nem sempre vamos entender porque estamos sofrendo. Mas, o que Jesus prescreve aqui? Não se deixe dominar pelo abatimento.
Jesus diz para cada um de nós que o recebemos como Salvador: Você é meu discípulo. Eu darei a você vitória. Eu compartilho com você a vitória que conquistei. É interessante que, na realidade, Jesus ainda não tinha vencido a morte quando fez esta declaração, mas Ele fala como vencedor. Somente na sua ressurreição Jesus venceu definitivamente a morte.
Quando Jesus veio a este mundo a sua mensagem principal foi o Reino de Deus. Este Reino já foi implantado, mas ainda não foi consumado. É o que os teólogos chamam de o já e o ainda não
do Reino de Deus. A libertação total do sofrimento ocorrerá na consumação do Reino.
Um rapaz que conseguiu escapar com vida da Boate Kiss, em Santa Maria, na semana seguinte morreu em um acidente de carro. Enfermos podem conseguir adiar a morte por meio de uma cura extraordinária, mas depois vão se reencontrar com ela mais
adiante. Por isso, a promessa de Jesus de nos dar vitória contra o nosso maior inimigo é tão significativa.
A promessa de ressurreição de Jesus é para uma nova vida, em outra dimensão.
Na doutrina espírita, a pessoa morre e vai reencarnar aqui na terra até pagar por todos os seus erros: O que você está sofrendo hoje é um castigo pelo que você fez de errado em vidas passadas.
A proposta de Jesus é muito superior. Ele está dizendo: una-se a mim pela fé, eu sou vitorioso e você também será.
Jesus nos capacita a enfrentar o sofrimento neste mundo assim como Ele que sofreu e venceu.
No Jardim do Éden, não havia nenhum sofrimento. Com Cristo, reencontramos o caminho do paraíso perdido, sabendo que ali o mal nunca vai penetrar, pois a antiga ordem já passou
(Apocalipse 21.4).
Capítulo 2
ESCOLHAS EQUIVOCADAS
Por que sofremos? A primeira resposta: o sofrimento é resultado da Queda. Sofremos porque vivemos em um mundo decaído. Mas, esta não é a única resposta. Você tem um espelho em casa? Coloque o espelho em sua frente e descobrirá o responsável por muitos de seus problemas e sofrimentos.
Que fique bem claro, entretanto: você não é sempre o responsável pelo seu sofrimento. Você pode sofrer injustamente. Você e eu sofremos porque vivemos em um mundo maculado pelo pecado. Pecado que gera dor. É um grave equívoco imaginar que todo o sofrimento que vivenciamos está ligado exclusivamente aos nossos erros ou pecados pessoais. Porém, ir para o outro extremo e imaginar que nunca temos responsabilidade pelo que sofremos é também um grande engano.
A ideia de assumir a responsabilidade pessoal não é muito agradável. Há gente que, quando está sofrendo, prefere dizer: é meu destino, é o meu carma, estava escrito nas estrelas. Quem pensa que o seu destino já está todo predeterminado busca horóscopo, a ajuda de videntes, ou vai procurar identificar em vidas passadas a causa de seu sofrimento atual. Você é responsável por uma parcela do seu sofrimento. Isso não significa que a sua responsabilidade esteja associada a seus pecados em vidas passadas. Não há nenhum texto bíblico que dê suporte a esta ideia. Mas, o princípio da responsabilidade pessoal pelas escolhas e suas consequências é apresentado muitas vezes nas Escrituras.
Um dos maiores dons que Deus nos concede é o livre arbítrio.
Dom concedido não apenas ao primeiro casal, mas a cada um de nós. Todavia, esta capacidade de decidir está afetada pelo pecado.
Nem sempre decidimos acertadamente. Porém, por termos sido criados à imagem e semelhança
de Deus temos a possibilidade de decidir de forma correta.
Os animais agem por instinto. O seu poder de decisão é muito limitado. Conosco é diferente. O problema é que nem sempre decidimos com sabedoria.
Veja o que aconteceu com Caim. Deus o confronta quando identifica no seu coração o