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Sobre a genealogia da moral: um escrito polêmico
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Sobre a genealogia da moral: um escrito polêmico
E-book251 páginas3 horas

Sobre a genealogia da moral: um escrito polêmico

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Sobre este e-book

Publicado em 1887, "Sobre a genealogia da moral" perscruta de onde surgiram nossos conceitos e preconceitos morais e, em se tratando de Friedrich Nietzsche (1844-1900), o faz implodindo, ao mesmo tempo, o castelo da metafísica ocidental e os pilares das ilusões da religião. No primeiro dos três ensaios, são demonstradas as raízes profundamente arraigadas do cristianismo na moral ocidental pós-socrática. Na segunda parte, Nietzsche fala da origem da consciência moral, da mudança do ser humano de uma "besta selvagem" a "animal manso". Já na terceira, aborda a gênese do tipo de poder que ele chama de "sacerdotal" – poder de cunho religioso que ele detonará, com toda ênfase, em "O anticristo", de 1888.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jun. de 2020
ISBN9786556660783
Sobre a genealogia da moral: um escrito polêmico
Autor

Friedrich Nietzsche

Friedrich Wilhelm Nietzsche (15. Oktober 1844 in Röcken -25. August 1900) war ein deutscher klassischer Sprachwissenschaftler und Philosoph. Am bekanntesten (und berüchtigtsten) sind seine Kritiken an Moral und Religion. Sein Werk wurde und wird häufig fehlinterpretiert und missbraucht. Er wird in regelmäßigen Abständen von Wissenschaft und Popkultur wiederentdeckt und als Enfant terrible einer oberflächlichen Zitatenkultur geschätzt: „Wenn du zum Weibe gehst, vergiss die Peitsche nicht!“

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    Pré-visualização do livro

    Sobre a genealogia da moral - Friedrich Nietzsche

    2009).

    Prólogo

    1.

    Somo-nos desconhecidos, nós, conhecentes2, nós mesmos a nós mesmos: isso tem lá o seu bom motivo. Nunca procuramos por nós – como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos? Com razão se disse: onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração3; o nosso tesouro está ali onde se encontram as colmeias de nosso conhecimento. Estamos sempre a caminho delas, como animais alados natos e coletores de mel do espírito; importamo-nos de coração, no fundo, com apenas uma só coisa – levar algo para casa. Quanto ao restante da vida, às chamadas vivências – quem de nós tem sequer a seriedade suficiente para isso? Ou o tempo suficiente? No tocante a tais coisas, receio que elas nunca nos tocaram propriamente: nosso coração simplesmente não está aí – e nem sequer o nosso ouvido! Pelo contrário: como uma pessoa divinamente distraída e mergulhada em si mesma, em cujos ouvidos o sino acabou de retumbar com toda a força suas doze batidas do meio-dia, que acorda de repente e se pergunta o que foram mesmo essas batidas?, assim também esfregamos às vezes os ouvidos depois e perguntamos, completamente espantados, completamente perplexos, o que foi mesmo que vivenciamos?, e, mais ainda: "quem é mesmo que somos?", e contamos, depois, como foi dito, todas as doze vibrantes batidas de sino de nossa vivência, de nossa vida, de nosso ser – ah!, e nos enganamos na conta... É que permanecemos necessariamente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos de nos confundir, para nós foi dita por toda a eternidade a frase cada um é o mais distante de si mesmo4 – para nós próprios não somos conhecentes...

    2.5

    – Meus pensamentos sobre a origem de nossos preconceitos morais – pois é deles que se trata neste escrito polêmico – receberam sua primeira, parcimoniosa e provisória expressão naquela coletânea de aforismos que leva o título de Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres, cuja redação foi começada em Sorrento, durante um inverno que me permitiu parar como para um andarilho e abranger com a vista o vasto e perigoso país pelo qual meu espírito andara até então. Isso foi no inverno de 1876-77; os próprios pensamentos são mais antigos. No essencial, já eram os mesmos pensamentos que retomo nas presentes dissertações: – esperemos que o longo entretempo lhes tenha feito bem, que tenham se tornado mais maduros, mais claros, mais fortes, mais perfeitos! Porém, o fato de ainda hoje aferrar-me a eles, o fato de eles próprios terem se segurado cada vez mais firmemente uns nos outros nesse meio-tempo, chegando até a mesclar-se e emaranhar-se, isso fortalece em mim a alegre confiança de que desde o início não tenham nascido em mim de maneira isolada nem casual nem esporádica, e sim a partir de uma raiz comum, a partir de uma vontade fundamental de conhecimento que regia nas profundezas, falando de modo cada vez mais determinado, exigindo coisas cada vez mais determinadas. Pois é só assim que convém a um filósofo. Não temos o direito de sermos isolados em alguma coisa: não podemos errar isoladamente, nem atingir isoladamente a verdade. É antes com a necessidade com que uma árvore produz seus frutos que crescem em nós os nossos pensamentos, nossos valores, nossos sins e nãos e ses e quem sabes – aparentados e todos relacionados entre si e testemunhos de uma vontade, uma saúde, um solo, um sol. – Será que vos agradarão, esses nossos frutos? – Mas que importa isso às árvores! Que importa isso a nós, nós, filósofos!...

    3.

    Devido a um escrúpulo que me é próprio, e que confesso de má vontade – ele se refere, a saber, à moral, a tudo o que até agora foi celebrado na Terra como moral –, um escrúpulo que tão cedo surgiu em minha vida, tão espontaneamente, tão irresistivelmente, tão em oposição ao meio, à idade, ao exemplo e à origem que eu quase teria o direito de chamá-lo de meu "a priori" –, minha curiosidade, tal como minha suspeita, cedo tiveram de se deter frente à questão de saber qual é propriamente a origem de nosso bem e nosso mal. Na realidade, já quando menino de treze anos preocupava-me o problema da origem do mal: dediquei-lhe, numa idade em que se tem em parte brincadeiras de criança, em parte Deus no coração6, minha primeira brincadeira literária, meu primeiro exercício filosófico de escrita – e, no que concerne à solução que na época encontrei para o problema, bem, dei as honras a Deus, como é justo, e fiz Dele o pai do mal. Será que meu "a priori" queria as coisas de mim exatamente dessa maneira? Aquele novo "a priori, amoral, pelo menos imoral, e o imperativo categórico" que falava a partir dele, ah!, tão antikantiano, tão enigmático, ao qual nesse meio-tempo prestei cada vez mais atenção e não apenas atenção?... Felizmente, cedo aprendi a separar o preconceito teológico do preconceito moral e não busquei mais a origem do mal por trás do mundo. Um pouco de instrução histórica e filológica, somada a um senso nato e difícil de contentar no que concerne a questões psicológicas em geral, logo transformou meu problema neste outro: sob que condições o homem inventou aqueles juízos de valor, bom e mau? E que valor eles próprios têm? Inibiram ou promoveram até agora o crescimento humano? São um sinal de miséria, de empobrecimento, de degeneração da vida? Ou, pelo contrário, denuncia-se neles a plenitude, a força, a vontade de vida, sua coragem, sua confiança, seu futuro? – A essas perguntas encontrei e ousei, cá comigo, variadas respostas; diferenciei tempos, povos, categorias de indivíduos; especializei meu problema; das respostas surgiram novas perguntas, investigações, conjecturas, probabilidades: até que por fim eu tinha um país próprio, um solo próprio, todo um mundo ermo, crescente, florescente; jardins secretos, por assim dizer, dos quais ninguém podia suspeitar algo... Oh, como somos felizes, nós, conhecentes, supondo que apenas saibamos calar pelo tempo suficiente!...

    4.

    O primeiro estímulo a comunicar algo de minhas hipóteses sobre a origem da moral me foi dado por um livrinho claro, nítido e sabido, também sabichão, em que me deparei distintamente pela primeira vez com um gênero invertido e perverso de hipótese genealógica, o gênero propriamente inglês, e que me atraiu – com aquela força de atração própria de tudo o que é oposto, de tudo o que é antípoda. O título do livrinho era A origem dos sentimentos morais; seu autor, o dr. Paul Rée7; o ano de sua publicação, 1877. Talvez eu jamais tenha lido algo a que tivesse, cá comigo, dito não de tal maneira, tese a tese, conclusão a conclusão, quanto esse livro: contudo, sem qualquer aborrecimento e impaciência. Na obra antes mencionada, na qual eu trabalhava à época, referi-me oportuna e inoportunamente às teses desse livro, não ao refutá-las – o que tenho a ver com refutações! –, e sim, como cabe a um espírito positivo, colocando no lugar do improvável o mais provável, às vezes um erro no lugar de outro. Naquela ocasião, como foi dito, eu trouxe pela primeira vez à luz do dia aquelas hipóteses sobre a origem, às quais estas dissertações são dedicadas, e o fiz com inabilidade, o que eu seria o último a ocultar a mim mesmo, ainda de maneira acanhada, ainda sem uma linguagem própria para essas coisas próprias e com várias recaídas e hesitações. Em particular, veja-se o que digo em Humano, demasiado humano I, seção 45, sobre a dupla pré-história do bem e do mal (a saber, a partir da esfera dos nobres e da dos escravos); idem, seção 136, sobre o valor e a origem da moral ascética; idem, seções 96 e 99, e Humano, demasiado humano II, Primeira parte, Opiniões e ditos variados, seção 89, sobre a moralidade do costume, aquele gênero de moral muito mais antigo e mais originário, que dista toto coelo8 do modo altruísta de valoração (no qual o dr. Rée, como todos os genealogistas da moral ingleses, vê o modo moral de valoração em si); Humano, demasiado humano I, seção 92, Humano, demasiado humano II, Segunda parte, O andarilho e sua sombra, seção 26, e Aurora, seção 112, sobre a origem da justiça como sendo um equilíbrio entre partes dotadas aproximadamente do mesmo poder (equilíbrio como pressuposto de todos os contratos e, por conseguinte, de todo o direito); O andarilho e sua sombra, seções 22 e 33, sobre a origem da punição, para a qual a finalidade aterrorizadora não é nem essencial nem originária (como opina o dr. Rée: – ela é, antes, introduzida na punição, sob determinadas circunstâncias, e sempre como uma coisa secundária, como algo adicional).

    5.

    No fundo, importava-me precisamente naquela época algo muito mais importante do que um sistema de hipóteses próprio ou alheio sobre a origem da moral (ou, mais exatamente: este só me importava devido a uma finalidade, para a qual ele era um entre muitos meios). Tratava-se para mim do valor da moral – e a respeito disso eu tinha de discutir quase sozinho com o meu grande professor Schopenhauer, a quem, como a alguém presente, dirige-se aquele livro, a paixão e a oposição secreta daquele livro (– pois também aquele livro era um escrito polêmico). Tratava-se em especial do valor do não egoísmo, dos instintos de compaixão, autonegação e autossacrifício que precisamente Schopenhauer tinha dourado, divinizado e transmundizado9 por tanto tempo até que por fim lhe restassem como os valores em si, com base nos quais disse não à vida e também a si mesmo. Porém, era justamente contra esses instintos que falava em mim uma suspeita cada vez mais fundamental, um ceticismo que cavava cada vez mais fundo! Precisamente nisso eu vi o grande perigo da humanidade, sua mais sublime atração e sedução – para onde, afinal? rumo ao nada? –, precisamente nisso vi o começo do fim, o ficar parado, o cansaço que olha para trás, a vontade se voltando contra a vida, a derradeira doença se anunciando terna e melancolicamente: compreendi a moral da compaixão, que grassava cada vez mais, acometendo inclusive os filósofos e deixando-os doentes, como o mais sinistro sintoma de nossa cultura europeia que se tornara sinistra, como o seu rodeio rumo a algo: seria um novo budismo? Um budismo europeu? Seria o – niilismo?... É que essa moderna predileção dos filósofos pela compaixão e sua supervalorização é algo novo: até agora, os filósofos estavam de acordo precisamente acerca do desvalor da compaixão. Menciono apenas Platão, Espinosa, La Rochefoucauld e Kant, quatro espíritos tão distintos um do outro quanto possível, mas unânimes numa coisa: no menosprezo pela compaixão. –

    6.

    Esse problema do valor da compaixão e da moral compassiva (– sou um adversário do vergonhoso amolecimento sentimental moderno –) parece de início apenas algo isolado, um ponto de interrogação à parte; mas quem uma vez fica preso aí, quem aprende a perguntar aí, a esse acontecerá o que me aconteceu: – abre-se para ele uma nova e imensa vista, uma possibilidade se apossa dele como uma vertigem, todo gênero de desconfiança, suspeita e medo salta à frente, a crença na moral, em toda moral, vacila – por fim, uma nova exigência faz ouvir sua voz. Tratemos de expressá-la, essa nova exigência: necessitamos de uma crítica dos valores morais, cabe colocar o próprio valor desses valores em questão – e para isso se necessita de um conhecimento das condições e circunstâncias a partir das quais eles cresceram, sob as quais se desenvolveram e se deslocaram (moral como consequência, como sintoma, como máscara, como tartufice, como doença, como mal-entendido; mas moral também como causa, como remédio, como estimulante, como inibição, como veneno), um conhecimento tal como ainda não existiu até agora e nem sequer foi desejado. Tomava-se o valor desses valores como dado, como um fato, como além de todo questionamento; até agora não se duvidou e hesitou nem sequer remotissimamente em considerar que o bom tem um valor maior que o mau, maior no sentido da promoção, utilidade e benefício em vista do homem em geral (o futuro do homem incluído). Como? E se o contrário fosse a verdade? Como? E se no bom também houvesse um sintoma de retrocesso, igualmente um perigo, uma sedução, um veneno, um narcótico, devido ao qual porventura o presente vivesse às custas do futuro? Talvez mais comodamente, com menos perigos, mas também em menor estilo, de maneira mais baixa?... De modo que justamente a moral seria a culpada se uma mais elevada pujança e magnificência do tipo homem, em si mesma possível, jamais fosse alcançada? De modo que justamente a moral seria o perigo dos perigos?...

    7.

    Enfim, desde que essa perspectiva se abriu para mim, eu mesmo tinha razões para procurar companheiros eruditos, ousados e laboriosos (procuro-os ainda hoje). Trata-se de percorrer o imenso, remoto e tão escondido país da moral – da moral que realmente existiu, realmente foi vivida – com perguntas inteiramente novas e, por assim dizer, com novos olhos: e não significa isso quase tanto como descobrir esse país?... Se, entre outros, também pensei no mencionado dr. Rée, isso aconteceu porque não tive dúvida alguma de que ele seria impelido, pela própria natureza de suas perguntas, a uma metodologia mais acertada para alcançar respostas. Será que me enganei nisso? Em todo caso, era meu desejo dar uma direção melhor a um olho tão aguçado e imparcial, a direção rumo à verdadeira história da moral, e adverti-lo ainda a tempo contra tal sistema inglês de hipóteses no azul.10 Afinal, é óbvio que cor deve ser cem vezes mais importante a um genealogista da moral do que justamente o azul: a saber, o cinza, quer dizer, o documental, o realmente constatável, o realmente existente, em suma, toda a longa escrita hieroglífica, difícil de decifrar, do passado moral humano! – Esta era desconhecida ao dr. Rée; mas ele lera Darwin: – e assim, em suas hipóteses, de uma maneira que é no mínimo divertida, a besta darwinista e o moderníssimo e modesto molengão moral, que não morde mais, estendem-se amavelmente as mãos, este último com a expressão de certa indolência bonachona e refinada no rosto, à qual se mescla inclusive um grão de pessimismo, de cansaço: como se no fundo não valesse nada a pena levar todas essas coisas – os problemas da moral – tão a sério. Mas para mim, pelo contrário, não parece haver quaisquer outras coisas que valessem mais a pena levar a sério; entre as recompensas disso, por exemplo, está o fato de um dia talvez se obter a permissão para considerá-las mais jovialmente. É que a jovialidade ou, para dizê-lo em minha linguagem, a gaia ciência – é uma recompensa: uma recompensa por uma prolongada, valente, laboriosa e subterrânea seriedade, que, certamente, não é coisa para qualquer um. Porém, no dia em que dissermos de pleno coração: "Adiante! Também nossa velha moral só tem lugar na comédia!, teremos descoberto uma nova trama e possibilidade para o drama dionisíaco do destino da alma" –: e ele já fará uso dela, pode-se apostar, ele, o grande, velho e eterno comediógrafo de nossa existência!...

    8.

    – Se este escrito for incompreensível a alguém e entrar mal pelos seus ouvidos, a culpa, segundo me parece, não é necessariamente minha. Ele é claro o bastante, supondo o que pressuponho, que primeiro se tenha lido meus escritos anteriores e não se poupado algum esforço ao fazê-lo: eles não são, de fato, facilmente acessíveis. No que diz respeito ao meu Zaratustra, por exemplo, não deixo ninguém considerar-se seu conhecedor se cada uma de suas palavras não o tiver alguma vez ferido profundamente e não o tiver alguma vez arrebatado profundamente: pois só então ele pode gozar do privilégio de tomar parte respeitosamente do elemento alciônico do qual essa obra nasceu, de sua clareza solar, distância, amplidão e certeza. Em outros casos, a forma aforística cria dificuldade: ela está no fato de hoje não se levar essa forma suficientemente a sério. Um aforismo, devidamente cunhado e moldado, ainda não foi decifrado pelo fato de ser lido; pelo contrário, é só então que deve começar a sua interpretação, para a qual uma arte da interpretação se faz necessária. Na terceira dissertação deste livro apresentei um modelo do que num tal caso chamo de interpretação: – essa dissertação é precedida por um aforismo, ela própria é seu comentário. Para praticar de tal modo a leitura como arte, por certo se necessita de uma coisa antes de mais nada, algo que hoje em dia se desaprendeu justamente da melhor maneira possível – e por isso ainda há tempo até a legibilidade de meus escritos –, para a qual se precisa ser quase uma vaca e, em todo

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