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A redenção de um exilado: De degredado a apóstolo
A redenção de um exilado: De degredado a apóstolo
A redenção de um exilado: De degredado a apóstolo
E-book393 páginas4 horas

A redenção de um exilado: De degredado a apóstolo

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Sobre este e-book

A obra traz informações sobre a formação da civilização, nos primórdios da Terra, que contou com a ajuda do exílio de milhões de espíritos mandados para cá para conquistar sua recuperação moral e auxiliar no desenvolvimento das raças e da civilização. É uma narrativa do Apóstolo Lucas, que foi um desses enviados, e que venceu suas dificuldades íntimas para seguir no trabalho orientado pelo Cristo.



Lucas traz esclarecimentos importantes sobre as lutas iniciais ainda no planeta de origem, os temores com futuro incerto, os treinamentos recebidos para se adaptarem à nova morada terrena, o inesquecível encontro com o Cristo, a adesão à sua proposta de auxiliar no desenvolvimento das raças, as dificuldades de adaptação ao novo corpo, as mudanças fisiológicas no períspirito, sua atuação na formação da civilização da Terra, os desafios íntimos para seguir na conquistava sua recuperação moral até à redenção espiritual.



Neste momento de transição e regeneração do planeta, o livro traz informações importantíssimas sobre como e o que se passou com os degredados de Capela traçando um paralelo com o momento de limpeza espiritual pelo qual a Terra passa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de abr. de 2017
ISBN9788563365910
A redenção de um exilado: De degredado a apóstolo

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    A redenção de um exilado - Samuel Gomes

    A REDENÇÃO DE UM EXILADO – DE DEGREDADO A APÓSTOLO

    Copyright © 2017 by Samuel Gomes

    1ª edição | Março de 2017 | 1º ao 3º milheiro

    Dados Internacionais de Catalogação Pública

    D871   LUCAS (Espírito)

    A Redenção de um Exilado / pelo espírito Lucas;

    psicografado por Samuel Gomes. — 1ª ed.

    Belo Horizonte: Dufaux, 2017.

    ISBN: 978-85-63365-90-3

    1. Espiritismo 2. Espiritualidade 3. Regeneração 

    I. Título II. GOMES, Samuel

    CDU 133.9

    Editora Dufaux

    Rua Henrique Burnier, 60 - Bairro Grajaú

    Belo Horizonte - MG - Brasil - CEP - 30431-202

    Telefone: (31) 3347-1531

    [email protected]

    www.editoradufaux.com.br

    Conforme novo acordo ortográfico da língua portuguesa ratificado em 2008.

    Os direitos autorais desta obra foram cedidos pelo médium Samuel Gomes à Associação Religiosa Grupo de Estudos Espíritas Os Mensageiros. Todos os direitos reservados à Editora Dufaux. É proibida a sua reprodução parcial ou total através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, digital, fotocópia, microfilme, internet, cd-rom, dvd, dentre outros, sem prévia e expressa autorização da editora, nos termos da Lei 9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos.

    Sumário

    Apresentação – Sob o amparo de Jesus

    Introdução

    Considerações iniciais

    PRIMEIRA PARTE

    1. A madrugada de um novo dia

    2. Orientações iniciais para o degredo

    3. Encarando as consequências de nossas escolhas

    4. A química nova

    5. O grande encontro

    6. Palavras de vida eterna

    7. Recomeçando pelo Projeto Adão

    8. Adão e o Projeto Eva

    9. O Projeto Serpente

    10. O desenvolvimento das raças

    11. O evento Noé e o dilúvio

    12. Avanço espiritual pela fé

    13. Evento José: o encontro de duas raças

    14. Evento Moisés: a educação de um povo

    15. Nas proximidades da vinda do Messias

    SEGUNDA PARTE

    1.A escrita do Evangelho

    2. Maria tece o Evangelho

    3. A visão extraordinária e o nascimento de João Batista

    4. O nascimento de Jesus

    5. Jesus e os doutores da lei

    6. João Batista e Jesus

    7. A tentação de Jesus

    8. As ações de Jesus

    9. Evangelho e atos dos apóstolos

    10. Alívio e orientações

    11. Acontecimentos e fatos

    12. As curas e a missão dos apóstolos

    13. Prisão e crucificação

    14. A crucificação de Jesus

    15. A ressurreição de Jesus

    TERCEIRA PARTE

    1. Introdução aos atos dos apóstolos

    2. O dia de pentecostes

    3. A cura de um homem coxo

    4. As lutas contra o evangelho

    5. O movimento de oposição ao evangelho

    6. Estêvão

    7. Saulo de Tarso

    8. A cura de Enéias e a ressurreição de Tabita

    9. O centurião Cornélio e o alimento imundo

    10. A visão de Pedro e a chegada de Paulo

    11. A morte de Tiago e as perseguições

    12. O trabalho de Paulo e Barnabé

    13. Os trabalhos continuam

    14. Timóteo e a Macedônia

    15. Paulo em Tessalônica, Beréia e Atenas

    16. Paulo em Corinto e na Síria

    17. Paulo em Éfeso e na Ásia

    18. Paulo na Macedônia, na Grécia e em Éfeso

    19. Novas viagens até Jerusalém

    20. Paulo em Jerusalém

    21. Últimos momentos da vida de Paulo

    QUARTA PARTE

    1. O consolador prometido

    2. Os trabalhos do espiritismo no Brasil

    3. A sementeira do consolador

    4. O objetivo do espiritismo

    5. A sementeira continua

    A misericórdia Divina nos auxilia a retomar nossa orientação espiritual em direção ao Pai. Envolvidos pelas forças de Seu amor, começamos a perceber com maior amplitude as escolhas pautadas no bem, que é a diretriz única da vida no Universo.

    Que as reflexões contidas nesta obra possam trazer alguns esclarecimentos sobre as lutas dos espíritos decaídos de Capela, nos quais me incluo, que sobre a diretriz amorosa de Jesus vem consolidando até hoje os objetivos traçados por Sua sabedoria, para nos libertar dos débitos do passado obscuro e vislumbrar a luz de uma nova era que nasce para todos os habitantes da Terra.

    Eis aqui o exemplo de um espírito em redenção espiritual que foi tocado pelo magnetismo superior do Cristo planetário e que, a partir daí, registrou seu ajustamento aos desígnios elevados da vida.

    Sua história poderia ser reflexo de nossas próprias experiências, bem como de todos aqueles que caíram em direção a essa escola bendita de almas com a função de cooperar na sua formação e desenvolvimento, despertando nossos irmãos da retaguarda evolutiva na responsabilidade e capacidade de poderem, um dia, escolher em sã consciência os caminhos de sublimação íntima.

    Devemos todo apreço ao exemplo de esforço perseverante do autor espiritual, em sua jornada de regeneração, bem como pela dedicação com que atuou junto ao Cristianismo nascente.

    Que as bênçãos do alto desçam sobre estas simples anotações que nos tocam diretamente ao coração e que elas possam fazer o mesmo com aqueles que refletirem sobre suas linhas.

    Não podemos deixar de agradecer ao nosso Mestre de amor e bondade, para que Suas energias sublimes estejam sempre junto de todos nós, sem nos tirar as responsabilidades próprias, pelas quais nos cabe agir para refletir-Lhe a presença silenciosa e assim poder repetir as palavras paulinas: somos as cartas vivas do Cristo.¹

    Paz!

    Bezerra de Menezes.

    Belo Horizonte, fevereiro de 2017.

    1II Coríntios 3:3: Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.

    "Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias,

    diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações,

    e as escreverei em seu entendimento; acrescenta: E jamais me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniquidades.

    Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado."

    Hebreus, 10:16-18

    Para que possamos compreender as ocorrências que atingem a Terra neste período de transição, vamos recorrer às lembranças que guardamos das experiências similares quando vivemos, há milhares de séculos, em nossa morada planetária que faz parte da Constelação do Cocheiro. Um dos planetas do Sistema de Capela enfrentou também a limpeza espiritual pela qual este orbe passa agora, expurgando milhões de espíritos que se encontravam distraídos dos objetivos superiores que foram traçados para o aprimoramento e desenvolvimento moral daquela humanidade. Nosso Cristo planetário convidava os habitantes que viviam em suas paisagens a dar um passo em direção aos mais elevados padrões de espiritualidade.

    Era necessário imprimir uma mudança de valores e de comportamentos, deixando para trás as expressões de primitivismo que persistiam em se manter no comando da mente de muitos de nós, criando um obstáculo para que o bem e a fraternidade se estabelecessem em definitivo para o progresso da nossa casa planetária.

    Depois de travadas grandes lutas, principalmente na intimidade dos seres, a Direção Superior, formada por cristos que não se prendem a nomes e formas de identificação e que não têm muita semelhança com os nomes da Terra, já que utilizavam linguagem e símbolos diferentes, passou a lhes comandar o destino e estabeleceu um saneamento mais efetivo, retirando grupos de espíritos que resistiam em mudar, permanecendo na posição quase estacionária de seus interesses mesquinhos e superficiais, sustentando o poder e o domínio sobre pessoas e bens.

    Esses espíritos, entre eles os chefes de falange e aqueles que os acompanhavam, foram retirados dos planos inferiores por meio de resgates e intervenções espirituais delicadas, utilizando-se de trabalhos de natureza mediúnica, da energia dos trabalhadores, da ação direta usando médiuns em desdobramento, e por intervenções frontais dos espíritos superiores, recolhendo companheiros de diversos graus de inferioridade que já não podiam continuar no planeta devido a suas condições de inferioridade. Muitos deles foram colocados em estado de letargia mental, numa hipnose do sono, para só despertarem em momentos específicos, em futuro distante, já dentro das experiências a que seriam submetidos no novo orbe e que os colocaria na marcha da reeducação.

    É com o propósito de esclarecer nossos irmãos de caminhada na Terra que trazemos as experiências de nossas almas decaídas, que foram trazidas para o planeta terreno com sua bagagem de experiências, a fim de proporcionar um auxílio no desenvolvimento desse mundo que entrava na fase de humanização dos espíritos nativos, dando aos primatas, características humanas mais desenvolvidas e a desenvoltura necessária para iniciarem a caminhada rumo ao nosso Pai.

    Os exilados de Israel formam o grupo mais orgulhoso e mais necessitado, e é onde o Mestre escolheu nascer para ser o exemplo vivo de humildade e amor. Venho em nome de nosso Senhor Jesus – a estrela divina de Israel – sob as bênçãos de Seu amor misericordioso, esclarecer a trajetória desses espíritos que, em sua grande parte, já retornaram à sua casa evolutiva de origem.

    Jesus, como Governador Planetário e grande estadista do mundo, não podendo estar diretamente presente em todos os lugares, colocou espíritos de natureza elevada para representar Sua presença em todos os grupamentos de exilados, que O representaram nas diversas raças e tempos. Lao-tsé, Buda, Krishina, Sócrates e tantos outros são exemplos desses espíritos superiores.

    Alguns de nossos irmãos mais endurecidos e resistentes ainda se encontram presentes nas atuais ocorrências terrenas, repetindo as mesmas posturas e experiências sem ouvir o convite de renovação inadiável que lhes permita escolher o destino que lhes cabe no futuro.

    Permanecem presos aos sentimentos de indiferença ao bem, alimentando ainda a ira e a revolta, persistindo em continuar numa posição que lhes criará experiências cada vez mais dolorosas, até que desejem despertar seus potencias angélicos para encontrar o céu da paz, ainda distante para seus espíritos persistentes no mal. Podem estar diante de mais uma deportação que se repetirá para eles.

    Contudo, temos também muitos dos exilados espalhados pelo planeta, atuando em diversos trabalhos de ordem espiritual, científica, artística e política – alguns em resgate, provação ou expiação, mas, também, muitos outros por amor e respeito ao Cristo – que preferem continuar aqui aproveitando esses dias de transformações decisivas para dar o testemunho de amor e reconhecimento, carinho e devoção a todas as almas que lhes ajudaram a vencer as mazelas do passado infeliz e contribuíram para o seu despertar espiritual, até que consolide as transformações do planeta para o mundo de regeneração.

    Transmitimos nossas vibrações de apreço aos companheiros que também se encontram sintonizados com o crescimento do planeta e investindo em sua renovação pelo trabalho com que vêm auxiliando os espíritos terrenos.

    Jesus, que atua como um pai amoroso da humanidade, retratando a bondade de nosso Criador, nos impulsiona para criarmos um sentimento de fraternidade universal que deve envolver todos os habitantes do Cosmos.

    A Terra, a partir de agora, está a caminho da luz, onde encontrará a harmonia que a transformará numa morada espiritualizada.

    Lancemos nossa gratidão e nossa expressão de fé ao alto, através do trabalho, a fim de entrarmos em comunhão com o amor de nosso Pai, para todo o sempre.

    Paz e amor a todos os filhos do meu coração!

    Lucas

    Belo Horizonte, outubro de 2016.

    O objetivo principal desta obra é traçar um paralelo entre o que ocorreu com os exilados de Capela, quando viveram em translado entre mundos, e o que provavelmente acontecerá com os que estão sendo exilados da Terra.

    O ponto fundamental abordado é o da recuperação, iniciada quando foram tocados profundamente pelo magnetismo espiritual do nosso Cristo planetário – Jesus – e se envolveram com os objetivos traçados pelo Seu amor, na redenção de seus seres, mostrando que esta oportunidade também ocorrerá para nossos irmãos terrenos, e para nós mesmos, se estivermos dentro dessa condição de exílio, pois em algum momento dessa transição, no encontro com o Cristo do planeta que receberá os deportados da Terra, Ele convidará a todos para auxiliar no desenvolvimento dos espíritos que iniciam o processo de evolução humana no orbe de destino.

    Alguns dos espíritos que sofreram o expurgo em função da sua deficiência moral e que, por seus conhecimentos, exerciam um papel de relevância no processo de crescimento científico-intelectual de Capela, contribuíram para auxiliar os da Terra na condição de apóstolos e discípulos do próprio Cristo, talvez já trazendo esses vínculos mesmo antes de viverem no planeta do sistema do Cocheiro, tal qual acontece com muitos que daqui partem conscientes de Sua influência decisiva em nossas vidas e da importância do Seu convite amoroso de nos guiarmos pelos Seus exemplos de amor, mas que optaram por Lhe ignorar os apelos.

    Com a saída dos companheiros recalcitrantes no mal, haverá uma purificação energética e a diminuição acentuada da influência negativa que eles provocam no mundo e nas mentes, sejam de encarnados ou desencarnados, abrindo uma alvorada de leveza e paz para os que ficam, desejando, entretanto, aos irmãos e afetos que partem, a coragem e fortaleza moral na empreitada de soerguimento espiritual.

    Sem delongar em nossas reflexões iniciais, pedimos que nosso Mestre, querido do coração, nos ampare o trabalho declarando que, se houver algum mérito na elaboração desta obra, ele deverá ser direcionado para os espíritos, que são seus verdadeiros responsáveis, colocando-me na condição de médium limitado e imperfeito, grato pela oportunidade de servir-lhes de instrumento para deixar, a todos nós, uma mensagem de reflexão e esclarecimento que nos enriquece o campo do conhecimento e nos prepara para os tempos que virão.

    Muita paz no coração de todos.

    Samuel Gomes

    Belo Horizonte, fevereiro de 2017.

    "E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz;

    e fez Deus separação entre a luz e as trevas."

    Gênese, 1:3-4

    Grandes transformações ocorriam em nosso orbe, em todos os aspectos, principalmente, os de aprimoramento tecnológico, atuando no bem-estar da vida humana em suas diversas áreas, com destaque para a saúde, a educação e o transporte. Vivíamos numa sociedade onde grandes avanços científicos facilitavam em muito a vida.

    Muitos de nossos irmãos, inclusive eu mesmo, vivíamos hipnotizados pelo prazer do domínio ilusório, sustentado pelo desejo de conduzir os recursos e as forças da vida em proveito próprio, imprimindo a esses elementos nossas intenções egoístas de poder em atitudes agressivas e corruptíveis, agindo em prejuízo de grande parte da população, criando aos corações sensíveis muitas dores e sofrimentos, já que seus espíritos estavam cansados do mal.

    Embora tivéssemos sido alertados pelos vaticínios e avisos em todos os tempos, não acreditamos neles e fomos pegos de surpresa no momento da nossa última desencarnação naquele mundo, que se caracterizou como ato final da oportunidade de continuar nossas experiências junto daquelas almas, pela imaturidade coletiva de não conseguir acompanhar o crescimento do orbe tendo que, naturalmente, trocar de escola. Levados de forma inesperada às estações de isolamento e repouso, permanecemos ali, constrangidos pelo medo do futuro desconhecido que nos aguardava na saída do planeta e por sensações que eram reflexo do grau de perturbação que criamos, entregues às reflexões perante as oportunidades perdidas, dando início ao despertar espiritual.

    A partir dali, não poderíamos mais reencontrar os corações que nos amavam com dedicação e carinho e a convivência com esses amores, aos quais não soubemos retribuir, só se daria efetivamente quando mudássemos nosso comportamento e sentimento perante a Inteligência Divina. Por um tempo, que se perderia na voragem dos séculos, aguardaríamos o mérito de voltar ao seu convívio, conquistado pelas lutas de reeducação e renovação moral de nossos espíritos.

    Os Espíritos Coordenadores que nos dirigiriam os passos dali para frente eram espíritos de natureza mais elevada, muitos deles já em condições de poder transitar livres no Universo, atuando nos planos espirituais dos dois planetas envolvidos no exílio, operando de forma espontânea, como o fazem os espíritos no plano maior no auxílio aos encarnados e desencarnados, pelo sentimento de compaixão e para vê-los crescer. Apresentavam-nos os quadros de crescimento aos quais o nosso planeta estava se ajustando, tornando evidente a queda de um verdadeiro paraíso perdido em decorrência da nossa sistemática movimentação nas paixões desordenadas e impulsivas, mostrando o quanto estávamos perdendo por resistir às mudanças que nos foram propostas, porém, ignoradas.

    Lágrimas de arrependimento tardio desciam constantemente por nossos rostos. Nós, espíritos em condição de receber orientações, fomos levados a reuniões de esclarecimentos, realizadas próximo de Capela, para termos ciência do que nos aguardava e para nos prepararmos para estar diante daquele que seria, para nós, um novo guia espiritual, que nos acolheria com os braços abertos, proporcionando experiências à redenção de nossos espíritos.

    Muitas vezes, nos eram mostradas em telões as perspectivas futuras de Capela e o que os espíritos que ficassem iriam sentir e usufruir, como forma de reflexão sobre o desperdício das oportunidades recebidas. Ver a leveza e a felicidade deles em nossa casa sideral fazia com que o pesar de não ter atendido os chamados de retificação de conduta fosse amplamente sentido, pois sempre abrimos mão das ocasiões redentoras para atender nosso interesse pessoal, criando agora as cargas de remorso e culpa que seriam as emoções de fundo do nosso vazio existencial naqueles momentos de indefinição e mudanças.

    Nesse estado íntimo, percebemos que fomos os únicos responsáveis pela noite quase infindável de dor e sofrimento que se abateu sobre aquele planeta, e que terminava agora, em plena madrugada evolutiva, na qual ocorria a nossa retirada para que um amanhecer glorioso pudesse surgir.

    Os espíritos obstinados no mal seriam levados adormecidos e despertos na Terra, outros, porém, mais recalcitrantes, conforme a dureza de seus corações, só seriam despertos em tempo distante para favorecer uma adaptação ao processo de influência que iriam criar para os humanos da Terra, que precisariam de certo desenvolvimento psíquico para possibilitar suas reencarnações futuras e para terem condições de perceber o que construíram para si mesmos pelos desmandos contra as Leis Divinas, diretoras da harmonia universal, que nos levam à perfeição contra a qual lutamos. Muitos de nossos líderes eram classificados como verdadeiros dragões do mal e seriam os principais responsáveis por influenciar as mentes que sintonizavam com seus interesses e buscas no novo orbe.

    Já na preparação para sermos levados às naves transportadoras que efetivariam as viagens, fomos organizados em grupos, de acordo com as tendências que nos uniam, para enxergar no outro nossas próprias deficiências e identificar o que era necessário mudar, começando a refletir, embora tardiamente, no que fazer para sair daquelas condições.

    Os espíritos amigos, que nos orientavam nesta transição, tentavam esclarecer quanto aos objetivos que nos aguardavam no futuro de nossas vidas, mas nem sempre alcançávamos seus ensinamentos em função do nosso despreparo íntimo.

    Agora, era imprescindível fazer tudo o que fosse possível para aproveitar a oportunidade que estas experiências abririam para nosso soerguimento espiritual e promoção do nosso regresso ao mundo renovado que acabamos de perder, a fim de aproveitar suas experiências elevadas quando o exílio milenar terminasse.

    Começava um futuro incerto, obscurecido pela apreensão e pelo medo, sem a clareza do que nos aguardava. Com essas angústias e sentimentos desconexos, continuamos nossa peregrinação, em pleno espaço sideral, aguardando dos organizadores de nossos destinos os planos de trabalhos que nos reconduziriam à harmonia e à paz que desprezamos e que agora passavam a ser objetos de nossas preocupações.

    O sofrimento amargo, o profundo desalento, a desorientação completa, a imensa sensação de perda, a perplexidade paralisante e até mesmo uma revolta surda oprimiam a todos nós. Eis aí o que ocorre com as consciências distraídas que se entregam às ilusões e que pensam que nada irá acontecer a elas diante da busca desenfreada de poder, riquezas, prazeres e torpezas, frutos do proceder tresloucado.

    "Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido,

    com que há de salgar? Para nada mais presta senão

    para se lançar fora, e ser pisado pelos homens."

    Mateus, 5:13

    Fomos direcionados a grandes centros de estudos que ficavam nas naves de

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