EducAÇÃO: Princípios ativos da arte de educar

Giani Peres Pirozzi

EducAÇÃO

Princípios Ativos da Arte de Educar

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Coordenação Editorial: Kátia Ayache

Revisão: Nara Dias

Capa: Matheus de Alexandro

Diagramação: Matheus de Alexandro

Edição em Versão Impressa: 2013

Edição em Versão Digital: 2014

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Conselho Editorial

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Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)

Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)

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Dedicatória

Aos meus pais...

a eterna gratidão,

por terem me inserido no maravilhoso

mundo dos livros.

Agradecimentos

Primeiramente a Deus, pela energia e dinâmica que me concede todos os dias.

Aos meus familiares, principalmente ao meu marido, pela paciência nos momentos de ausência e dedicação a essa proposta literária.

Ao escritor Marciano Vasques, pelo olhar crítico e poético e pelas considerações feitas com muito carinho.

À equipe da Secretaria da Educação da Prefeitura Municipal de Salto, pelo acolhimento, pela credibilidade em meu trabalho e por apoiar a proposta de formação de professores e a concretização desse livro.

Aos meus queridos alunos... fonte de inspiração para este trabalho.

A você, leitor ou leitora, agradeço por dedicar parte do seu tão precioso tempo à leitura desta obra.

Arriscar

Há pessoas que nunca se interrogam sobre o que se avista do alto de uma montanha

ou sobre se é possível lançar o disco a 100 metros de distância.Essas pessoas nunca arriscam…

Há pessoas que nunca perguntam qual é a causa da pobreza

ou por que é que outras pessoas parecem infelizes.Essas pessoas nunca arriscam…

Há pessoas que nunca tentam modificar o que está mal

ou modificar-se a si próprias.

Essas pessoas nunca arriscam…

Há pessoas que nunca sonham com um mundo mais justo nem com a liberdade e a paz.Essas pessoas nunca arriscam…

Felizmente que algumas pessoas são capazes de arriscar.

Leif Kristianson (1982)

Sumário

Folha de Rosto

Créditos da Obra

Dedicatória

Agradecimentos

Apresentação

Com a palavra a autora

Criar leitores - Estratégias que podem ser usadas para favorecer a expressão da criança

A leitura na Educação Infantil

Sugestões de Atividades

Saco Mágico

Corrente de Palavras

Roda de Leitura

Sugestões de Leituras

Referências Bibliográficas

Contar histórias - Professor-contador contribui para a aprendizagem dos alunos

Dez dicas para incrementar a contação de histórias em sala de aula

Referências Bibliográficas

Alfabetizar - Gêneros textuais facilitam a aprendizagem da leitura e escrita

Receita Saborosa da Alfabetização

Dicas e sugestões para se alfabetizar com os gêneros textuais

Exemplo de um semanário

Referências Bibliográficas

Sequência didática - O trabalho criativo com gêneros textuais

A Sequência Didática na Prática

Considerações Finais

Referências Bibligráficas

Tecnologia ou Metodologia? O grande desafio para o século XXI

Diferentes recursos tecnológicos a serviço do professor

A didática como grande aliada ao processo educacional

Referências Bibliográficas

A importância do lúdico e da atividade recreativa na educação de crianças

O brincar na Educação Infantil

Referências Bibliográficas

AvaliAÇÃO - Essência do processo educativo

Referências Bibliográficas

Didática - Da arte de ensinar tudo a todos à reflexão sobre a prática educativa

Resgatando a historicidade do conceito de Didática

Os procedimentos metodológicos: ações necessárias à prática educativa

Aspectos essenciais ao trabalho docente nos dias de hoje

Sugestão de filmes para educadores

À guisa de uma conclusão

Referências Bibliográficas

A pesquisa como elemento central no processo educativo

O início de tudo...

O projeto de pesquisa ou o pré-projeto: itens necessários para uma ação investigatória de qualidade

A pesquisa à luz das novas Tecnologias da Informação e Comunicação

A pesquisa nos anos iniciais de escolaridade

Formas de trabalho

De modo a concluir...

Referências Bibliográficas

Educação e corrupção - O debate entre o Ser na cultura do Ter

Educação

Corrupção

O poder e a corrupção

O debate do Ser na cultura do Ter

Conclusão

Referências Bibliográficas

Reflexões Finais

As implicações da Educação Física no âmbito escolar

Referências Bibliográficas

Giani Peres Pirozzi

Paco Editorial

Apresentação

Ao ler este livro, nas primeiras páginas me dei conta de que estava diante de uma obra de jornada. Não se trata de escritos nascidos do mero teorizar, porém inteiramente amparados pela trajetória de uma vivência e ações no trabalho educativo. O qual a autora abraçou com alma, e nos seus anos de educadora direcionou naturalmente a sua vida para o esmero de Ser, pois é disso que trata esse trabalho: Ser. Esse eixo essencial nos conduz. A cada capítulo reencontrei a sua norteadora intenção.

Obra voltada ao professor, que por sua própria essência deverá ser um educador consciente das vicissitudes humanas e das intempéries da ação educativa em todo o seu rigor de exigência de desprendimento e altivez, sem jamais se descuidar da visão do Ser holístico. Educador voltado para a escrita e para a leitura. Essa última, o leite da alma em sua intrínseca natureza social. Instrumento na busca desse ser coletivo, porém plenamente edificado na valorização de si, como indivíduo, pleno e ético, nos pilares morais que uma sociedade clama para SER.

O chamamento presente na obra é justamente esse educador, que transcende os próprios limites regados pela conformidade de uma sociedade padronizada no suposto imobilismo para perpetuar formas de impedir o alcance do aperfeiçoamento humano, certamente em benefício de alguns, validados pela fonte de todas as fontes da força, da corrupção e das mazelas da alma, que é o poder, assim sugere e aponta. Sociedade reproduzida no retângulo formado por ouvintes e receptáculos do saber ejetado pelo mestre. Entretanto, alunos na força do espírito contemporâneo regidos pelo desbravamento da tecnologia, que simbolizaria os modernos navegantes. Já não mais passivos no paralelepípedo do prédio escolar, cuja atenção, já não bate continência. Atenção desatenta que, tal como Platão, inventou o diálogo para combater a mudez. No caso, a mudez da passividade, e tal diálogo forçará o professor a se reinventar.

Esse professor inventor de si num novo universo que explode num súbito desabrochar na sala de aula, onde os alunos participam da inauguração de um novo pensar, ainda confuso, que se multiplica, tal como os olhos da mosca, em estilhaços na capacidade de se fazer e pensar em várias coisas ao mesmo tempo, desprezando o monotrilho do professor no tablado que vomita informações, saberes para sedimentar um vaso: essa condição de pensar e realizar cognitivamente várias coisas ao mesmo é fruto do universo de links, de páginas infinitas com os quais eles vivem cotidianamente, numa realidade imagética na qual o privilégio e o domínio das imagens contracenam com verbetes virtuais e cultura, ou seja, conhecimento de fácil acesso.

Alunos que representam o desafio para o educador, que deverá assumir o inadiável questionamento: estará ele preparado para lidar com a nova geração que abraçou de forma brusca e até inconsciente a infinita biblioteca sonhada por Jorge Luiz Borges? Esse lapidar do educador permeia esta obra, que resulta num chamamento. A autora torna-se exemplo em seus escritos. O que prega como ação básica do educador, o grande mediador e também incentivador da pesquisa, aquilo que sugere que se faça com as crianças, ela aqui faz: estimula, incentiva e abre o leque para que o professor pesquise a amplitude de seu próprio universo.

Giani Peres aponta caminhos, delineando campos e parâmetros para que o professor possa alargar a sua ação, tornando-se referência de seu próprio Ser, mergulhando nas pesquisas, na leitura, e retornando com seu olhar convertido, o olhar da descoberta, irmanando-se na redescoberta do outro em si, aprofundando a compreensão de que não é mais o único transmissor do conhecimento. Não está mais solitário. Foi transmutado em grande mediador dos saberes que desembocam de forma desenfreada e confusa na sala de aula, solicitando o olhar generoso daquele que descerá do tablado simbólico e na Pedagogia do estar junto caminhará.

Deixará de ser Ele apenas, feito de gizes e de quadro negro. Tornar-se-á uma tela que se abre num caleidoscópio, que será o seu olhar, renovado. Olhar que a autora, amparada no rigor de sua prática, mesclada com suas leituras de grandes teóricos e filósofos da Educação, almeja não apenas fazer emergir, mas revestir de supremacia na ação educativa. O gesto da doçura que será simbolizado pelo educador do novo século. O Olhar de Ver de Tatiana Belinky na ressonância da busca do coração da Educação.

No transcurso da leitura me deparei com esse professor mediador: aquele que fará florescer o espírito investigativo e aventureiro, pois é justamente disso que precisamos: da aventura do saber, que deve começar de dentro pra fora, isto é, do professor interiorizado para o ser amplamente social. Referência primordial na edificação da consciência educanda.

Não se esquecendo de que o óbvio precisa ser dito, Giani nos aponta que o exercício do professor é Ser, numa mediação que leva à autonomia, e também nos pincela que pesquisar é o elemento central do universo escolar. Sempre é bom saber que uma abelha é muito mais do que nos ensinam. Assim nos disse um poema do poeta moçambicano Mutimati Barnabé João.

A autora toca num embate que movimentou o pensamento filosófico e se estendeu ao século XX, passando por nomes como Erich Fromm, que é a questão da ética e da moral. Diferentes entre si, consensualmente se mesclando ou se confundindo. O educador, esse ser holístico, atiçado, poderá aprofundar a sua pesquisa sobre o tema, tão caro aos humanos, estabelecendo as fronteiras entre o pensamento religioso e o filosófico, adentrando o universo de pensadores desde Santo Agostinho até Espinosa, cujos pensamentos são requisitos para uma aguda compreensão. A educadora, em seu promissor passeio neste mundo dominado pelo antagonismo de concepções, nos brinda com reflexões sobre o poder, entre outras. O leitor poderá usufruir de seu espírito banhado no afã de construir e esmiuçar suas visões sobre a Educação.

Pilar primordial, aprender a ser, resgatar o olhar de descobertas. Reeducar os sentidos e a vida. Educar a ação. Sim, eis o que Giani nos mostra em suas páginas. Esse é o passo primeiro. Para isso, nada parece escapar de sua gentileza: oferta ao leitor ramificações do pensar, solicitando o tempo todo a ousadia de Ser. Apresenta-nos um breve inventário da Educação Física, tudo para desembocar no que mais importa – o professor como modelo: um Ser de Leitura.

Em momentos de rigor banhados por leveza, nos faz pensar em ideias de como a maçã se tornou um símbolo da traição, a partir do texto judaico. E percorrendo até a literatura infantil. Embora também a ela devemos a descoberta da lei da gravidade. É a autora nos instigando.

Aos nos falar de seu educador construtor, nos vai içando a curiosidade, nos tornando ávidos de leitura, nos jogando a responsabilidade de pensar e nos enfatizando que a imaginação e a criatividade se entrelaçam na mesma necessidade: a de alicerçar a alma de um mundo melhor. Lembrando-nos que o Prazer de ler é felicidade. Em um trecho nos adverte que o riso, a alegria, o lúdico, são as fontes motivadoras dessa felicidade, dessa ressignificação do mundo.

O mais interiorizado dos hábitos, o de ler. É nessa ação encontraremos o professor mediador, o contador de histórias. Referencial de trajetórias. Essa é sua cortesia, a sua generosidade. Eis o seu ancestral resgate nas histórias que conta nesse fiar coletivo onde ele se fará companheiro, com seus portadores textuais, sua poética, sua ousadia. Contando a história da humanidade, seguindo a dialética que nos orienta desde a primeira narrativa numa estela sumeriana.

E, por fim, aprimorar os ouvidos, ouvir as vozes da nova geração.

Assim deve agir esse ser ritualístico, enriquecendo o raciocínio moral, ressurgindo a cada dia no enriquecimento de sua própria prática educativa pela inerente necessidade de contar histórias.

A palavra, filha da época, as suas pílulas diárias de leitura, transformado em formiga e cigarra. A primeira pelo seu persistente, incansável e rigoroso labutar. A segunda por levar através de sua ação o canto, e a serenidade do aprendizado poético da vida, em seu trabalho envolvente, no qual se inclui, entre tantas atividades, a escrita de cartas na época do Twitter. A autora também nos amplia o universo semântico da tecnologia ao afirmar que todos os recursos são tecnologia (gizes, lápis...) e que a técnica é o aprendizado da manipulação das manifestações físicas.

O professor que ela nos quer é o que deixa o seu tablado invisível, rejeita a condição de ignorante digital, e se expande na necessidade primordial de aprimoramento. Essa necessidade é a rigor a mais perfeita tradução do amor em sua profissão. Ele jamais deverá ser obsoleto, mas absoluto.

Amparado pelos inevitáveis recursos tecnológicos, ao se tornar parceiro de seus alunos ressurge como protagonista na produção do conhecimento. A tecnologia aliada ao professor, ao contador de histórias, ao mediador, ao ser brincante, colaborando com ele para a formação dos seres essencialmente humanos, alicerçados na Curiosidade do Eu.

Eis, no meu entender, uma obra imprescindível. Livro de estreia da Educadora Giani, a quem agradeço pelo convite para escrever essa breve apresentação.

Marciano Vasques

Formado em Filosofia e em Pedagogia, com pós em Literatura Infantil e as Múltiplas Linguagens pela Universidade Metodista. Poeta e escritor com 32 livros publicados. É autor de O Voo de Pégaso. Também autor teatral.

Com a palavra a autora

Espero que este livro possa