No ano de 2019, em um mundo distante, anterior à pandemia de covid-19, acompanhei uma auditoria em uma empresa de táxi-aéreo de médio para grande porte, que operava, então, uma frota de aproximadamente 20 aviões de diversos tipos e modelos (convencionais e a reação) e um helicóptero. O resultado demonstrou que 34% de seus custos eram com o pagamento de combustível, 30% com pessoal (salários, substituições, indenizações, treinamentos etc.) e 12% com taxas e tarifas aeronáuticas/aeroportuárias, mais emolumentos com o setor de fiscalização/regulação.
Já para a aviação regular, o Anuário de Transporte Aéreo da Anac de 2022 indicou que, do total das despesas anotadas nas linhas aéreas nacionais, o combustível representava 41% do total, com os demais gastos correspondendo a 11% com seguro e arrendamento das aeronaves, 12% com pessoal, 11% com despesas operacionais, sobrando 25% para as demais despesas, que compreendem impostos, investimentos e assim por diante.
Em comum, tem-se que três ou quatro itens nas pautas de gastos dessas empresas comprometem cerca de 75% de suas receitas, liberando por volta de 25% para arcar com manutenção, impostos, investimentos e um incrível passivo judicial. O alto preço dos combustíveis é um tema amplamente debatido desde a época da Subcomissão de Aviação Civil da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal (2012), que escancarou as condições da precificação dos combustíveis para a aviação no Brasil imposta pela Petrobras –