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Sunday, April 12, 2009

A Juventude

Escreveu um dia Paul Claudel:

“a juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”


É uma frase extraordinária!
Mas pergunto-me se haverá maior prazer que o desafio?

Sunday, October 05, 2008

Estrangeirismos e Europeísmos


Há um complexo de inferioridade em Portugal que nos é característico, e que só não está presente quando falamos de futebol - como escrevia o João Pereira Coutinho, mesmo antes de qualquer competiçãos começar, já somos campeões.
Mas fora disso, temos uma incapacidade de acreditar em nós.
E pergunta-me o leitor porque digo isto?
Ora, ainda na semana passada assistia ao Prós e Contras (sobre a Lei do Divórcio) quando ouço alguém sentado na plateia dizer, para reforçar a sua argumentação, que "na Alemanha já se faz assim..." e que "em França já assim se faz...", etc. Isto tornou-se habitual nos debates em Portugal. Já assim foi com o Aborto e com outros tantos.
Pensei então para mim "como poderá Portugal tornar-se um país/mercado concorrencial, que dê luta em aos grandes países e potências mundiais?"
É e será impossível, salvo algumas excepções, pois para os Portugueses viver à portuguesa não existe. E se existe não tem valor. Há um fantasma no ar que nos leva a querer viver como todos os outros. E por isso ouvimos o que ouvimos em debates e discursos. Não acho mal olharmos para os outros países. Há certamente coisas boas que podemos e devemos aproveitar. Mas cada vez mais se fazem coisas por se fazer - faz-se cá porque lá fora também se faz.
Ando há dias a ler Giussani, que num dos seus livros, nos fala de Obediência. E nesse capítulo distingue a obediência cega (ou seja, o seguir em carneirada) e a obediência saudável, aquela que tem por base a razão. E é isso que nos falta: a razoabilidade.
Esta falta gera um desejo de querer ser igual aos outros e revela-nos um sentimento de inferioridade que nos tem caracterizado nas últimas décadas. E esta igualdade tem pretensões da abarcar todas as áreas da vida, passando esse objectivo, claro está, pelo domínio da criação legislativa, que cada vez mais é a mesma, ou quase a mesma em todos os países. Historicamente, notamos que este desejo a que a classe politica portuguesa não vira as costas, e antes estende a mão, acentua-se mais num passado muito recente. Mas, arrisco-me a dizê-lo, parece-me que "o ser português à portuguesa" está muito ligado, ou pelos menos as pessoas muito o associam, ao antigo regime, e que pela história - ou melhor, por quem a faz e escreve - não o saber, nem querer, julgá-lo correctamente, este abraçar de tudo o que é estrangeiro se torna cada vez maior.
Consequências?
Vejo muitas: mas a maior de todas talvez seja o fim do Estado pelo fim da nossa cultura. Assim se constroi o país Europa!
Pergunto-me porque não podemos ser diferentes? Qual é o mal que isso tem?

Saturday, March 24, 2007

Uma Exigência de Beleza (e o que faltou a Sartre)

O meu tempo tem passado e eu por me concentrar de mais em outros temas talvez até mais polémicos, tenho deixado no esquecimento um tema bastante importante.

No passado domingo, o Evangelho do dia era o do Filho Pródigo.
Não deixa de ser um Evangelho dos mais conhecidos. Todos em pequenos, na catequese ou na escola, o ouvimos ou ouvimos falar dele.
Mas para além da história que relata, eu vou-me concentrar numa pequena coisa que lhe vem subjacente e que a mim reflecte um pouco o mundo em que vivemos.
No final da parábola, quando o filho mais velho chega a casa e percebe a causa da festa, há o seguinte diálogo:

“Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito sequer para fazer uma festa com os meus amigos, e agora chega esse teu filho, que gastou o teu dinheiro com mulheres de má vida, e tu matas o novilho mais gordo.
Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrou-se.”

Penso que serão mais ou menos estas as palavras de ambos.
Mas o que pretendo referir é uma exigência de beleza que tanto falta nos nossos dias.
É igual dizer “esse teu filho, que gastou o teu dinheiro com mulheres de má vida” ou “este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrou-se”. No entanto a segunda forma contém uma beleza muito superior. Deixa-me fascinado esta dicotomia. O primeiro reconhece e procura enaltecer os disparates e erros do passado. O segundo também, mas percebe que o que importa, que o que realmente se joga não o passado mas o presente, que o importante é o facto de ter voltado. Que há mais alguma coisa para além de tudo isto. Que aqui é sempre tempo de recomeçar.

Aqui deixo um exemplo (de beleza):

Sunday, January 07, 2007

Olhando para o Céu!

Gostava que me perdoasses, sabes?
Eu nem sempre sou razoável,
Nem sempre uso a razão.
E tu sabes que não é por mal!

Eu sei que por vezes sou injusto
Sei que por vezes exijo o que não devia
Sei que quero mais do que posso
Mas o onde está escrito que eu não posso ser assim?
Ou melhor, como é que eu faço para não ser assim?

Sou humano lembras-te?
Sou ainda homem.
E não posso esquecer-me disso.
Se me esqueço caio e... magoou-me!
Magoou-me ou magoou simplesmente?
Nunca soube bem essa resposta....

Desculpa lá todas essas coisas.
Não o fiz por mal.
E se algum dia o fiz...
Hoje também me arrependo disso.

Ultimamente outra vez...

Ao passar por um blog dos deste condominio,(este, este e este)lembrei-me de coisas que à muito não me passavam pela cabeça. Fez-me de novo lembrar este texto que escrevo de novo, e que continuo a adorar. Acho que me consegui defenir nele com uma certa ordem que raras vezes encontro.

"Ultimamente tenho pensado e reparado no meu mundo. É bem verdade que ando feliz. Vivo uma felicidade só minha e que só me é possível através do contacto com outras coisas. Coisas que me são dadas. Coisas que por vezes além de objectos, são rostos e nomes. Não nego que por vezes fico triste. Mas ultimamente estou feliz.
Sempre vi na verdade a fonte de tudo o que hoje existe. Mas as pessoas tem o dom de aldrabar significados, e hoje eu já não sei o que devo pensar que é a verdade. Já cai neste planeta da incerteza, onde tudo é abstracto e nada é certo. Onde tudo é incerto, onde cada um tem o seu significado, cada um tem a sua interpretação, a sua verdade. Uma verdade que sempre foi muito simples e fácil de encontrar. Pelo menos é o que me parece, através da minha experiência. Olho à minha volta e vejo a verdade que há em mim. E existe tanta. Mas será esta verdade diferente da que te rodeia? Não sei.... Mas tu chamas-lhe outra coisa, e por vezes até chegas a querer apagar a minha. Vou-te contar Luís a minha história.
Eu sempre fui um homem de fé. Sempre tive amigos. Mas ultimamente tenho reparado que algo mudou. Nunca te escondi o que penso sobre muitos assuntos, e até hoje as coisas foram normais. Hoje reparei no que ultimamente se tem passado. Desde que manifestei a minha opinião sobre um tema que em nós existe em comum, a tua reacção, e também o teu comportamento se alteraram, mas nunca percebi porque. É verdade que posso ter ofendido os teu princípios e a tua experiência, e que também me rejeitei a seguir, aquele que Deus pôs na minha frente na vida, para seguir aqueles que me deram vida, mas sempre pensei que isso me ajudasse a ser mais teu amigo, e nunca um chato ou mesquinho homem, que apesar de, em tempos ter sido o teu melhor amigo, agora é um mero conhecido que tens(apesar de gostar de ti tanto como gostava, mas as circunstancias não permitem mostra-lo), e com o qual preferes manter distancia. É como a minha história com a Ana. Preferiu aquele que lhe mentia e a fazia sonhar, do que a mim, que apenas dizia a verdade. Mas também confesso que não é o único. Bem sei que todos aqueles que conheces (e que tem a mesma experiência que nós,)e me conhecem, dizem o mesmo. E para vocês eu sou apenas uma besta. Talvez fui em tempos um daqueles que poderia fazer numero e pertencer a uma mera elite de um grupo de pessoas que procura encontrar a verdade, e que agora, apenas porque discorda com alguma coisa, e um mero elemento que obstrui o caminho. Mas eu estou cansado de seguir a vossa verdade. Vou seguir aquela que me foi dada. A que me foi introduzida por aqueles que escolheram para me acompanhar e ensinar a viver. Porque essa é a verdade que eu conheço, e essa tem razões. Não se limita a um ceder à obediência. Alias obediência essa que é muito importante, mas controlada. Porque obediência sem limites é loucura. Não vou espalhar a razão como método de alcançar a verdade, e depois cair no inconsciente, na acção por mera ordem superior, que nem se percebe qual é razão. Nem obedecer por uma razão simples e de ultima hora, que no fundo não seja mais que uma desculpa. Porque isso é muito triste.
E bem sei que agora para vocês já não sou o mesmo. Agora sou talvez um revoltado. Uma besta qualquer. Sim uma besta qualquer, porque agora eu já não estou no mesmo circulo que vocês. Já não sirvo para fazer o que fazia antes, só porque contei a verdade.
Que triste!
Mas mesmo esta tristeza agora não interessa, porque eu estou feliz. Feliz pela companhia de coisas, pelo conhecer pessoas; pela verdade. Uma verdade que reconheço em cada coisa que me é dada e me dá alegria. Uma verdade que está aqui, e que só ultimamente descobri.

E a vida continua eu continuo a gostar dela. Maria! Maria! espera por mim..."

Wednesday, January 03, 2007

Segundo!



Mais uma interrogação.

Mas afinal de que é feito um coração?

Friday, December 01, 2006

Carta à Persistência

Querida Persistência,

Não quero desperdiçar mais o meu dia.
Não quero perder mais tempo de vida.

Quero amar o meu Deus,
A realidade, tu e
A minha família.

Conseguirá o Homem viver sem Deus?
Não
Conseguirei eu viver sem ti?
Não!
Serás tu o meu Deus?
Talvez...
Ou pelo menos eu vejo-O em ti.

Ou podes ser um sinal?
Quem sabe um rosto?
Não queres ficar comigo para sempre?

É porque é um desperdício
Perder tempo com quem não nos ama.
Ou pelo menos quem não quer o nosso amor...

Ah! Faz um esforço! já estou farto!
Já não quero voltar a sair
Sem saber o que fazer,
E não viver
Intensamente o real.

Não me quero dispersar
Com o que não interessa,
Nem desperdiçar
A vida que me resta.

Salva-me!

Vá lá!
Só tu podes faze-lo!
"Fazes?"

Thursday, November 30, 2006

A Longa Espera.....

Persistência - s.f., qualidade do que é persistente; acto de persistir; constância; perseverança.

Persistir - do Lat. persistire v. int., continuar a existir; ser constante; perseverar; permanecer; durar longo tempo; insistir; perdurar; teimar.

Há sempre alguém desencontrado.
Há sempre alguém atrasado
Num encontro,
Mesmo quando se trata
De um grande Amor.

Há sempre alguém que falta à hora combinada.
Que deixa outra desesperada
Numa espera,
(Sobretudo) por um grande amor.

E eu não sei se é o destino
Que nos separa aos dois,
Se tenho medo, se não tenho tempo
Ou se guardo tudo para depois;
Apenas sei que na minha vida
Ainda não nos encontramos os dois.

E tenho pena sabes?
Ainda me recordo quando sorria
Enquanto olhava aquela tua fotografia
E o meu coração dizia para mim:
Maria! Maria!

Ainda me lembrava daquela ansiedade
Daquela vaidade,
Daquelas noites em que não dormia,
E recordava, Maria,
Aquele dia em que nos conhecemos!

Foram tantos sonhos – Tolices!
Tantos desejos – Parvoíces!
Obsessão romântica que fazia
Ouvir na telefonia
Em cada música um nome: Maria.

Mas talvez tenha que ser assim!
Talvez sejas mais feliz sem mim!
E agora satisfeito com a decisão,
Posso anunciar a resolução do coração:
Fim!

P.S.:
Cá te espero.
Talvez um dia procures por mim.
Eu estarei aqui a esperar por ti.
Revela-te!


Tuesday, October 24, 2006

Onde há Guerra, Há Paz!


Líbano

Porque a realidade também é positiva!
Pena é que estas imagens nunca apareçam nas primeiras paginas dos motores de buscas

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Imagem de http://noticias.sapo.pt/foto.html?id=46

A Superioridade do Indivíduo



Por vezes gostava de ser superior!
Não me preocupar com politicas, nem discussões de ética ou de moral.
Gostava de me poder sentar aqui e falar do que me apetece, do que realmente importa.
Escrever sobre as coisas que nos acontecem e nos aquecem a alma.
Os nossos tempos bem passados.
A nossa Razão.
A nossa chama.
Mas depois de alguns minutos de ilusão, eu caio em mim.
Lembro-me que toda a politica é muito importante e que não é apenas a "coscuvilhice" que as pessoas fazem dela.
Que a vida é resultado de onde voto.
É resultado da minha escolha.
E que os problemas como o aborto, a eutanásia, etc. não são apenas problemas de "não ter dinheiro" ou "condições", mas sim de vida ou de morte.

Sunday, September 17, 2006

But I Still Haven't Found What I'm Looking For



Morais, 16 de Setembro de 2006

Caro Senhor Bono,

há muitos anos que oiço a sua música e que sou um dos seus maiores fãs. Mas deixe-me apresentar-me: Sou de Portugal, da região de Trás-os-Montes, de uma pequena vila chamada Morais e por aqui todos me tratam por Baptista. Escrevo-lhe em busca de algumas respostas, que eu creio, só o senhor me pode responder.

Sabe, eu já corri o mundo. Bem, eu não corri bem o mundo: voei por ele, mas não de avião, que isso é muito caro. O meu veículo é o que aqui se chama de Sonho. Conhece?

Nesta viagem conheci milhões de pessoas. Todas elas diferentes entre si e diferentes das que conheço aqui. Não sei bem como definir.
Sai de Portugal e corri toda a Europa; e depois a Índia, a América e só depois África. No entanto devo confessar-lhe que me sinto um pouco desiludido.

Parti de Portugal com a intenção de descobrir alguém que me correspondesse (e não apenas aquele "alguém" que desejo ter comigo para o resto da vida - porque para mim (é como dizia a, minha mãezinha) o casamento é para a vida!), alguém que me definisse e que me soubesse dizer quem sou. Aqui sinto-me (e sou!) apenas um estranho. Não me encaixo em lado nenhum. Ainda hoje não sei de onde venho e ao que venho. Nos meus amigos apenas vejo pessoas com quem falo e partilho as aventuras e desventuras da vida. Não há ninguém que, de facto, me pertença e não pertenço a ninguém. Ainda hoje estou perdido. Ainda sou apenas um estrangeiro. Nada me faz e em nada me revejo. Nada me prende.

Mas acredita Sr. Bono, que em lugar nenhum do mundo eu encontrei um lugar onde eu dissesse eu verdadeiramente? Onde eu fosse verdadeiramente eu?
Confesso que tudo isto me atormenta mais que o frio que faz aqui nas montanhas, e me tira mais o sono que o café que a minha querida mãe faz.

É por tudo isto que lhe escrevo.
É porque continuo sem encontrar aquilo que procuro.
É por isto que acho que talvez o Sr. me possa ajudar.
O senhor encontrou aquilo que procurava?
Pode indicar-me um caminho?
Peço-lhe que me ajude, como uma criança inocente e perdida pede à sua mãe quando está presa e anseia liberdade.

Com os melhores cumprimentos e um grande abraço cheio de admiração e respeito

Batista.

Tuesday, June 06, 2006

Ultimamente

"Ultimamente tenho pensado e reparado no meu mundo. É bem verdade que ando feliz. Vivo uma felicidade só minha e que só me é possível através do contacto com outras coisas. Coisas que me são dadas. Coisas que por vezes além de objectos, são rostos e nomes. Não nego que por vezes fico triste. Mas ultimamente estou feliz.
Sempre vi na verdade a fonte de tudo o que hoje existe. Mas as pessoas tem o dom de aldrabar significados, e hoje eu já não sei o que devo pensar que é a verdade. Já cai neste planeta da incerteza, onde tudo é abstracto e nada é certo. Onde tudo é incerto, onde cada um tem o seu significado, cada um tem a sua interpretação, a sua verdade. Uma verdade que sempre foi muito simples e fácil de encontrar. Pelo menos é o que me parece, através da minha experiência. Olho à minha volta e vejo a verdade que há em mim. E existe tanta. Mas será esta verdade diferente da que te rodeia? Não sei.... Mas tu chamas-lhe outra coisa, e por vezes até chegas a querer apagar a minha. Vou-te contar Luís a minha história.
Eu sempre fui um homem de fé. Sempre tive amigos. Mas ultimamente tenho reparado que algo mudou. Nunca te escondi o que penso sobre muitos assuntos, e até hoje as coisas foram normais. Hoje reparei no que ultimamente se tem passado. Desde que manifestei a minha opinião sobre um tema que em nós existe em comum, a tua reacção, e também o teu comportamento se alteraram, mas nunca percebi porque. É verdade que posso ter ofendido os teu princípios e a tua experiência, e que também me rejeitei a seguir, aquele que Deus pôs na minha frente na vida, para seguir aqueles que me deram vida, mas sempre pensei que isso me ajudasse a ser mais teu amigo, e nunca um chato ou mesquinho homem, que apesar de, em tempos ter sido o teu melhor amigo, agora é um mero conhecido que tens(apesar de gostar de ti tanto como gostava, mas as circunstancias não permitem mostra-lo), e com o qual preferes manter distancia. É como a minha história com a Ana. Preferiu aquele que lhe mentia e a fazia sonhar, do que a mim, que apenas dizia a verdade. Mas também confesso que não é o único. Bem sei que todos aqueles que conheces (e que tem a mesma experiência que nós,)e me conhecem, dizem o mesmo. E para vocês eu sou apenas uma besta. Talvez fui em tempos um daqueles que poderia fazer numero e pertencer a uma mera elite de um grupo de pessoas que procura encontrar a verdade, e que agora, apenas porque discorda com alguma coisa, e um mero elemento que obstrui o caminho. Mas eu estou cansado de seguir a vossa verdade. Vou seguir aquela que me foi dada. A que me foi introduzida por aqueles que escolheram para me acompanhar e ensinar a viver. Porque essa é a verdade que eu conheço, e essa tem razões. Não se limita a um ceder à obediência. Alias obediência essa que é muito importante, mas controlada. Porque obediência sem limites é loucura. Não vou espalhar a razão como método de alcançar a verdade, e depois cair no inconsciente, na acção por mera ordem superior, que nem se percebe qual é razão. Nem obedecer por uma razão simples e de ultima hora, que no fundo não seja mais que uma desculpa. Porque isso é muito triste.
E bem sei que agora para vocês já não sou o mesmo. Agora sou talvez um revoltado. Uma besta qualquer. Sim uma besta qualquer, porque agora eu já não estou no mesmo circulo que vocês. Já não sirvo para fazer o que fazia antes, só porque contei a verdade.
Que triste!
Mas mesmo esta tristeza agora não interessa, porque eu estou feliz. Feliz pela companhia de coisas, pelo conhecer pessoas; pela verdade. Uma verdade que reconheço em cada coisa que me é dada e me dá alegria. Uma verdade que está aqui, e que só ultimamente descobri.

E a vida continua eu continuo a gostar dela. Maria! Maria! espera por mim..."

Vasco Inocêncio Marçal