Monday, June 22, 2009
The End - o Fim
Ora ora...
Já à alguns anos que tenho sido o último veencido, o resistente. Ocupava um espaço que sendo meu, não era exclusivo. Desde um passado não muito recente que ponderava terminar a minha tarefa numa casa que não era só minha.
Até o nome no plural me constrangia. Eu fora o primeiro, mas também o último.
Conservador e católico, mudo para uma casa nova. Só minha. Com mais vida e com um passado menos pesado do que esta, porque não o tem.
A razão que motivou o blogue à muito que se perdeu. As amizades mantiveram-se, mas única e exclusivamente no sofá. Longe do ecrã dos computadores.
Outro amigos vieram até/por aqui.
Espero que tanto os antigos como os novos me acompanhem até à nova morada. Uma vida nova, para este último vencido da vida.
Visitem-me, se assim o desejarem, no
Já à alguns anos que tenho sido o último veencido, o resistente. Ocupava um espaço que sendo meu, não era exclusivo. Desde um passado não muito recente que ponderava terminar a minha tarefa numa casa que não era só minha.
Até o nome no plural me constrangia. Eu fora o primeiro, mas também o último.
Conservador e católico, mudo para uma casa nova. Só minha. Com mais vida e com um passado menos pesado do que esta, porque não o tem.
A razão que motivou o blogue à muito que se perdeu. As amizades mantiveram-se, mas única e exclusivamente no sofá. Longe do ecrã dos computadores.
Outro amigos vieram até/por aqui.
Espero que tanto os antigos como os novos me acompanhem até à nova morada. Uma vida nova, para este último vencido da vida.
Visitem-me, se assim o desejarem, no
D. Dichote
Friday, June 19, 2009
Thursday, June 18, 2009
Resultado
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
I woke up in a Soho doorway
A policeman knew my name
He said "You can go sleep at home tonight
If you can get up and walk away"
I staggered back to the underground
And the breeze blew back my hair
I remember throwin' punches around
And preachin' from my chair
chorus:
Well, who are you? (Who are you? Who, who, who, who?)
I really wanna know (Who are you? Who, who, who, who?)
Tell me, who are you? (Who are you? Who, who, who, who?)
'Cause I really wanna know (Who are you? Who, who, who, who?)
I took the tube back out of town
Back to the Rollin' Pin
I felt a little like a dying clown
With a streak of Rin Tin Tin
I stretched back and I hiccupped
And looked back on my busy day
Eleven hours in the Tin Pan
God, there's got to be another way
Who are you?
Ooh wa ooh wa ooh wa ooh wa ...
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
Who are you?
Who, who, who, who?
(chorus)
I know there's a place you walked
Where love falls from the trees
My heart is like a broken cup
I only feel right on my knees
I spit out like a sewer hole
Yet still recieve your kiss
How can I measure up to anyone now
After such a love as this?
Wednesday, June 17, 2009
Introspectivo
I'm here in the fields
I fight for my meals
I get my back into my living.
I don't need to fight
To prove I'm right
I don't need to be forgiven.
yeah,yeah,yeah,yeah,yeah
Don't cry
Don't raise your eye
It's only teenage wasteland
Sally, take my hand
We'll travel south cross land
Put out the fire
And don't look past my shoulder.
The exodus is here
The happy ones are near
Let's get together
Before we get much older.
Teenage wasteland
It's only teenage wasteland.
Teenage wasteland
Oh, yeah
Teenage wasteland
They're all wasted!
Tuesday, June 16, 2009
Parece que estou a melhorar da depressão...
Somewhere beyond the sea
Somewhere waitin' for me
My lover stands on golden sand
And watches the ships that go sailin'
Somewhere beyond the sea
She's there watchin' for me
If I could fly like birds on high
Then straight to her arms I'd go sailin'
It's far beyond the star
It's near beyond the moon
I know beyond a doubt
My heart will lead me there soon
We'll meet beyond the shore
We'll kiss just as before
Happy we'll be, beyond the sea
And never again I'll go sailin'
No more sailin'
Frase do Dia
«Sobre a direita ideológica paira, a sombra da correcção política anti-salazarista. Porque a II República, foi nacionalista e conservadora e "católica", os valores nacionais e conservadores continuaram arredados das agendas políticas, acabando por ser apenas, agitados por todos, em tempos de aposta eleitoral.»Jaime Nogueira Pinto
Monday, June 15, 2009
Me, Myself and I
How long will I keep this candid camera smile?
My muscles hurt, I better rest for a while
Breathing is the only thing that keeps alive
All this oxygen, crushes me, leaves me so tight
Let me out...
My pain is leading, I got no control from now
Don't try to help me, I don't want to put you down
All my reasons will be misunderstood,
I wish you well, in here there's nothing good
My heart is rotten with all the worst kind of disease
It tries to be better but all it can do is bleed
I'm so tried of myself
Oh God please take me away and bring someone else
One of my friends believes in what she reads
And she's always talking about the end of the century
But listen, have you ever stopped to realise
That if it happened there would be no one to feel alone?
No pain at all...
I should be going, so much damage I've done
So many tears and still a lot more to come
Excuse, don't push my wheel chair
I don't want to go anywhere
My heart is rotten with all the worst kind of disease
It tries to be better but all it can do is bleed
I'm so tried of myself
Oh God please take me away and bring someone else
Alone, I don't care
And now all I remember is the smell of your hair
Um misto de saudosismo e tristeza invadem-me...
Saturday, June 13, 2009
Ainda as Europeias: A fantasia acabou
Na política como no sexo, a psicologia é importante. No passado domingo, a vitória do PSD nas Europeias foi sobretudo uma vitória psicológica: os portugueses perceberam que a invencibilidade do engº Sócrates era um mito urbano sem justificação racional.
Claro que as presidenciais já tinham ilustrado a fraqueza do personagem; mas a velhice de Soares e a inusitada candidatura de Alegre iludiram a realidade. Agora, não há ilusões: eleito em 2005 em circunstâncias bizarras e irrepetíveis, Sócrates é, afinal, um arrivista autoritário e vulgar, que o jornalismo de serviço e a astrologia das sondagens têm levado ao colo com particular desvergonha. Por isso a derrota não é apenas dele; mas de todos os pequenos cúmplices que, desde 2005, persistem na construção de uma fantasia. Foi essa fantasia que o país real destroçou.
João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã, de 12 de Junho de 2009.
Ainda as Europeias
A não perder, a análise do nosso caríssimo amigo Mário.
«Sociologicamente, Portugal é um País que vota tradicionalmente à Esquerda. A mesma Esquerda controla todos os sectores da cultura e da comunicação social. Partidos de Direita, como o CDS e o PNR, têm as maiores dificuldades em fazer passar as Mensagens. Também o “politicamente correcto”, “visto de Esquerda”, é uma forma de Ditadura contra a Direita em Portugal.»
«Sociologicamente, Portugal é um País que vota tradicionalmente à Esquerda. A mesma Esquerda controla todos os sectores da cultura e da comunicação social. Partidos de Direita, como o CDS e o PNR, têm as maiores dificuldades em fazer passar as Mensagens. Também o “politicamente correcto”, “visto de Esquerda”, é uma forma de Ditadura contra a Direita em Portugal.»
Tuesday, June 09, 2009
Ressaca das Eleições
Acho que o que há a dizer são coisas muito simples:
- as pessoas não gostam dos políticos;
- as pessoas não gostam das europeias;
- a abstenção ganhou com maioria absoluta, o que lhe permitia eleger um número maior de euro deputados do que os demais partidos concorrentes;
- não ganhou o PSD;
- não perdeu o PS;
- pela primeira vez não ganhou a "roubalheira";
- o Moreira é Letal e não Vital;
- o Almeida Santos está mesmo pílulas;
- ganhou o Bloco de Esquerda;
- os novos partidos são inúteis;
- a JSD é uma cambada de zucas especialista a gritar lemas copiados de outros partidos;
- o Paulo Rangel aos saltos é uma imagem pavorosa e para esquecer;
- o Nuno Melo vai fazer falta ao PP;
- o Paulo Portas não pode ser actor, porque não consegue chorar;
- Portugal é o único país da Europa onde predomina a esquerda, e não ouvi ninguém reclamar ou apelar para se seguir a orientação que predomina na Europa (tal como acontece no que toca ao aborto e outra polítcas chamadas fracturantes)
Para o Futuro:
- NAS PRÓXIMAS EUROPEIAS A DIREITA DEVE TENTAR TER O RESULTADO, não do PSD, não do PS, mas o DO BLOCO DE ESQUERDA.
- Que o Cabelo de Vital Moreira seja um exemplo para a Europa, e um dos produtos a serem exportados;
Outas notas:
- A palavra Esperança deve ser utilizada para identificar aquilo que a define. Ora, que esperança há Dr. Rangel, num resultado eleitoral onde votaram 40% das pessoas? É que o PSD só é alternativa para a maioria... de 40% da população.
(A Imagem vem daqui)
- as pessoas não gostam dos políticos;
- as pessoas não gostam das europeias;
- a abstenção ganhou com maioria absoluta, o que lhe permitia eleger um número maior de euro deputados do que os demais partidos concorrentes;
- não ganhou o PSD;
- não perdeu o PS;
- pela primeira vez não ganhou a "roubalheira";
- o Moreira é Letal e não Vital;
- o Almeida Santos está mesmo pílulas;
- ganhou o Bloco de Esquerda;
- os novos partidos são inúteis;
- a JSD é uma cambada de zucas especialista a gritar lemas copiados de outros partidos;
- o Paulo Rangel aos saltos é uma imagem pavorosa e para esquecer;
- o Nuno Melo vai fazer falta ao PP;
- o Paulo Portas não pode ser actor, porque não consegue chorar;
- Portugal é o único país da Europa onde predomina a esquerda, e não ouvi ninguém reclamar ou apelar para se seguir a orientação que predomina na Europa (tal como acontece no que toca ao aborto e outra polítcas chamadas fracturantes)
Para o Futuro:
- NAS PRÓXIMAS EUROPEIAS A DIREITA DEVE TENTAR TER O RESULTADO, não do PSD, não do PS, mas o DO BLOCO DE ESQUERDA.
- Que o Cabelo de Vital Moreira seja um exemplo para a Europa, e um dos produtos a serem exportados;
Outas notas:
- A palavra Esperança deve ser utilizada para identificar aquilo que a define. Ora, que esperança há Dr. Rangel, num resultado eleitoral onde votaram 40% das pessoas? É que o PSD só é alternativa para a maioria... de 40% da população.
(A Imagem vem daqui)
Saturday, June 06, 2009
Europeias IV: Favor não incomodar
LISBOA- Falo ao telefone com uma amiga e jornalista brasileira que confessa a sua ignorância sobre as "eleições europeias". O assunto, pelos vistos, não entusiasma os brasileiros. Mas ela, por dever profissional, terá que escrever matéria a respeito. Por onde começar, pergunta-me, em tom de evidente desespero?
Fácil: escrevendo simplesmente que as eleições europeias interessam tanto aos brasileiros como aos próprios europeus. Ela ri e julga que faço piada. Eu não rio e ela percebe que não faço piada. A União Europeia gastou 20 milhões de euros em propaganda forte para levar os europeus às urnas. A partir de quinta-feira, quando ingleses e holandeses inaugurarem a maratona eleitoral, é provável - corrijo: é inevitável que 60%-70% dos europeus simplesmente não votem. Um drama?
Nem por isso. O Parlamento, criado em 1958, nunca se distinguiu por sua vocação democrática. Só em 1979, por exemplo, a elite burocrática de Bruxelas entendeu que talvez não fosse má idéia umas eleições democráticas para o seu parlamento largamente inútil e ineficaz.
As eleições realizaram-se a partir de então. E o primeiro paradoxo do "projeto europeu" está precisamente aqui: o Parlamento Europeu foi crescendo em importância na maquinaria política da União; mas os eleitores foram abandonando, também crescentemente, qualquer interesse pela maquinaria política da União.
Mas os paradoxos não acabam aqui. Existe um segundo paradoxo: os europeus não se interessam pela Europa; mas, às vezes, existe uma súbita paixão pelos assuntos europeus e o povo resolve pronunciar-se. Aconteceu quando franceses ou holandeses recusaram a "constituição" européia. E qual foi a atitude dos burocratas europeus perante a recusa da "constituição"?
Se a União Européia fosse um organismo verdadeiramente democrático, as decisões dos europeus seriam respeitadas. Não foram. A "constituição", recusada por franceses e holandeses, apareceu com novo nome e novas vestes sob o título simpático de Tratado de Lisboa. Muitos dos governos europeus, temendo nova reação democrática (que horror!), apressaram-se a ratificar o tratado em seus parlamentos, sem qualquer consulta popular. Mas aparece sempre alguém para estragar a festa.
Foi a Irlanda. Levados às urnas, os irlandeses recusavam o Tratado de Lisboa. Teoricamente, e uma vez mais, a recusa dos irlandeses deveria enterrar a "constituição", perdão, o Tratado de Lisboa. Mas a União Européia não existe para respeitar as decisões democráticas dos europeus. Ainda este ano, os irlandeses serão novamente convidados a votar o Tratado de Lisboa. Se não responderem de forma "apropriada", eu nem quero imaginar o que vai suceder aos pobres irlandeses.
Foi assim que chegámos a 2009 e às eleições que começam quinta-feira. E é assim que chegamos à pergunta inevitável: se a Europa não respeita os europeus, por que motivo os europeus devem respeitar a Europa?
Felizmente, a maioria não respeita. Falando apenas de Portugal, a abstenção estará de acordo com a média geral. Os políticos lusos fazem apelos lancinantes à participação do povo. Alguns falam mesmo na necessidade de adotar o "voto obrigatório", o que seria a suprema consumação da farsa. Os portugueses, povo abençoado, nem os ouvem. No domingo, quando chegar a nossa vez, estaremos todos, ou quase todos, na praia, no campo, no bar ou no cinema.
E os que votam? Os que votam estarão interessados, não em eleger os "deputados" europeus - mas em premiar, ou castigar, os partidos nacionais. No papel, as eleições elegem um novo Parlamento Europeu. Na prática, toda a gente sabe, a começar pelos partidos, que as eleições são uma espécie de mega-enquete para avaliar a popularidade dos governos. E, no caso especificamente português, uma espécie de primeiro turno das eleições legislativas que teremos no final do ano.
Moral da história? O fosso cresce entre uma estrutura política que cada vez mais governa a vida dos europeus; e os próprios europeus, que não se reconhecem nessa estrutura política e que simplesmente a desprezam ou ignoram. Não sei até quando vai durar este espetáculo. Mas, enquanto o espetáculo rola, os europeus já aprenderam a pendurar na porta o clássico "Favor não incomodar".
João Pereira Coutinho, in Folha de São Paulo de 1 de Junho de 2009
Friday, June 05, 2009
Europeias III: Defender a liberdade, apoiar a responsabilidade
Na Europa não está em jogo, apenas a definição de algumas regras de mercado para ultrapassar a crise económica, mas a própria possibilidade de uma experiência humana feita de liberdade e de criatividade pessoal e colectiva. Uma larga percentagem das leis portuguesas representam a aplicação de directivas da União Europeia, que têm vindo a caracterizar-se pelo crescente risco de uma excessiva regulamentaçãoda vida dos cidadãos limitando a expressividade das pessoas e dos corpos sociais.
A Europa só se poderá afirmar, reconhecendo a pessoa na sua unidade irrepetível e na sua liberdade, capaz de gerar criatividade e caridade, confiança e trabalho.
Seguindo o princípio da subsidiariedade, a União Europeia deve apoiar a criação das condições necessárias para que as pessoas possam expressar o seu desejo de verdade, de justiça e de beleza, valorizando as próprias tradições históricas, religiosas e culturais. Quanto mais os cidadãos contribuírem a tornar a realidade social, uma morada humana, mais a Europa se tornará um espaço de liberdade criativa, capaz de estabelecer um diálogo fecundo de paz e de desenvolvimento com todos os outros povos.
A tendência de uma progressiva limitação da liberdade toca também uma das realidades, que com a sua presença é factor de esperança para tantos: a Igreja. Por isso, defender na Europa a Libertas Ecclesiae é defender a liberdade e o futuro de todos.
- A educação é a prioridade fundamental e pede portanto um maior empenho no sentido de dar de forma efectiva, liberdade e responsabilidade às famílias, contribuindo para o crescimento dos jovens, na certeza de que deles depende o futuro da sociedade.
- A tutela da vida desde o seu início ao fim natural e a defesa da família são princípios não negociáveis.
- Poucas mas eficazes leis, para regular um mercado que não seja presa de especulação financeira, uma colaboração internacional que não caia na armadilha do proteccionismo, um sistema bancário que tenha como objectivo o apoio às famílias e às empresas: as instituições políticas europeias são chamadas a favorecer estes objectivos para uma recuperação da economia segundo o princípio da subsidiariedade.
Diante dos desafios dramáticos da vida, milhares de pessoas testemunham cada dia, através do próprio empenho, sofrimento e trabalho, uma esperança que consente enfrentar grandes dificuldades sem mortificar o desejo de felicidade. O relativismo (em que tudo é igual) e o niilismo (em que nada vale) pelo contrário, desvalorizam a responsabilidade perante o destino do homem, acinzentando a nossa sociedade.
Por isso apoiamos quem na Europa coloque a política ao serviço da pessoa livre, responsável e solidária, particularmente em quem possa testemunhar uma diversidade em acto dentro do parlamento europeu, tendo como ponto de força, não a defesa teórica de valores, mas a atenção às pessoas no concreto da sua humanidade e das suas obras.
Companhia das Obras
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Thursday, June 04, 2009
Teoria e Prática
Afinal, o PS moderou-se. Distribuição de preservativos nas escolas? Sim, mas cautela: a proposta aprovada na especialidade pelos socialistas não prevê distribuir preservativos como quem atira milho aos pombos.
Tudo depende das necessidades dos pombos: se, por hipótese, o Joãozinho aparece no ‘gabinete de apoio’ e declara, em doloroso pranto, que ele e a Teresinha já não aguentam mais os calores, é função do ‘técnico’ entregar-lhe a borracha e conceder-lhe a sua bênção. Mas o que fazer a todos os outros que, apesar dos calores, não têm forma de lhes dar andamento?
Em nome de uma escola verdadeiramente igualitária, o legislador devia acautelar situações de exclusão e carência, disponibilizando um bordel terapêutico em pleno recinto escolar. De nada servem aulas teóricas se os alunos não têm material para as práticas.
João Pereira Coutinho in Correio da Manhã de 29 de Maio de 2009
Tuesday, June 02, 2009
Europeias II: A Europa de Maria Antonieta
Até por uma questão de decoro, admito que em eleições europeias convém falar da Europa. Mas para dizer o quê? Se é para nos explicarem que o Parlamento Europeu é, afinal, uma coisa muito importante e interessante, desculpem, mas dispenso a conversa. E desconfio que ninguém está aqui com paciência para esse género de pedagogia.
Sim, há neste país um debate por fazer sobre a Europa. É este: como podem os portugueses aproveitar aquele que é o maior espaço de comércio livre do mundo? Em 1986, havia um projecto. Entrámos na CEE para “convergir”, explorando deslocalizações e fundos de coesão. Entretanto, o mundo mudou e a União Europeia também. Hoje, deslocalizações e fundos de coesão beneficiam outros.Há dez anos que divergimos da média europeia.
O velho projecto europeu fracassou, e a nossa classe política não arranjou outro. Em vez disso, resolveu excitar-se com a unidade europeia em si. Primeiro, foi o entusiasmo da “Europa monetária”. Agora, é o da “Europa política”. Na actual situação, é difícil não encarar este europeísmo político como uma forma de evadir as questões fundamentais. Os entusiastas da Europa dos parlamentos e presidentes fazem lembrar Maria Antonieta. É como se nos dissessem: “Estão desempregados? Candidatem-se ao Parlamento Europeu.” Talvez devêssemos recordar-lhes como acabou a rainha de França.
Rui Ramos, in Correio da Manhã, 29 de Maio de 2009
Monday, June 01, 2009
Europeias I: Vital Sassoon
O cabelo de Vital Moreira deixa-me transfixo. A tal ponto que não consigo ouvi-lo quando o vejo ou ler o que escreve se houver um retrato dele lá no meio. O que é que aquele cabelo está a tentar dizer-me? Como foi alcançado? Aquele risco ao lado que levanta voo como uma esquadra de caças F-16 está aberto a qualquer um? Ou é preciso tomar precauções especiais?
Bem sei que é feio julgar as pessoas pela aparência e que eu próprio teria sido condenado à morte se assim não fosse. Mas um cabelo tão imperiosamente modelado é, tal como o bigode, uma escolha consciente. Não se nasce com um cabelo daqueles ou, caso se nasça, o obstetra não sobrevive.
A opção de configurar e trazer assim o cabelo é inteiramente da responsabilidade de Vital Moreira. Tanto Deus como Viriato estão inocentes. Podemos assim julgar o penteado sem ofender a humanidade e gozar com ele sem estarmos a rir do infortúnio alheio. Não sei quanto tempo e quantos produtos - quantas pessoas - são necessários para obter aquela onda compacta e inamovível. Mas uma coisa é certa: emana soberba e autoridade. Olha-se para aquele resplandecente capacete de oiro branco e cisma-se: "Eis o Rubens Barrichello da Anadia."
Veja-se a foto na página 9 do PÚBLICO de ontem. Longo, espesso, repetitivo, vaidoso, impenetrável e sempre a pender para o mesmo lado, o penteado de Vital Moreira é bem o oposto dos seus textos e discursos. Aí residirá a contradição que torna ambos tão irresistíveis.
Miguel Esteves Cardoso, in Público de 28 de Abril de 2009
Europeias
Arrisco-me, nesta última semana de campanha, a ir postando diáriamente algumas questões, ideias, ou textos da imprensa que vou guardando sobre as eleições, sem nenhum objectivo especifico que não seja o informar, fazer pensar, ou rir!
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