Uma Resposta Completa
Perguntaram-me algumas vezes qual a razão por que ainda não falei aqui do Portugal Pró-Vida. A resposta é simples e recorrente aqui no blogue. Por acreditar que só uma resposta completa pode ter algum efeito razoável na sociedade actual. É claro que louvo um partido que se apoia na Doutrina Social Cristã, que defende o carácter Natural da Vida (o seu carácter de criatura), que defende que as instituições civis não podem senão ser explicações civis e prudentes de realidades que em tudo transcendem a política e que a esta não compete subverter.
Todos esses combates são fundamentais, assim como proceder a uma recolha do Estado às suas funções naturais, a destruição da política da inveja, a construção de alternativas da sociedade ao monopólio estatal. Mas tanto estas medidas liberais como as medidas da DSI não podem frutificar sem uma Fonte. E enquanto a fonte estiver oculta, enquanto esta não for considerada como elemento essencial, todo o tipo de interpretações são possíveis. Imagine-se que se tornaria possível um reconhecimento constitucional da Vida Humana da concepção até ao seu termo. De que serviria isso quando o Tribunal Constitucional decidisse (como o fez) interpretar, sem qualquer fundamentação que não uma pseudo-interpretação materialista, esse valor como algo que varia de valor consoante a fase em que encontra? A verdade é que sem essa Fonte, a interpretação de um Valor é absolutamente arbitrária. E sem referência à perspectiva Cristã, quando falamos em Vida podemos estar a referir-nos a um mero processo físico e à sua manutenção, a consciência ou a uma mera convenção sobre o que é ser humano. Sem essa Fonte todas as interpretações são lícitas e de igual valia.
As respostas parciais são, tanto a liberal como essa construção Cristã onde se esconde um direito subjectivo à Vida, insuficientes, por esconderem que a questão central de uma sociedade justa se prende com a constitucionalização do Justo. Algo que é absolutamente incompatível com alterações a uma Constituição desenhada para o materalismo e a arbitrariedade mais desbragada.