Praia Grande, 03/VIII/2006
Acerca do postal inserto na
Nova Frente, intitulado «Sobre o Elogio Mútuo», de Bruno Oliveira Santos, apresenta-se-me o seguinte: já o tinha ouvido, lido, com certa pressa, ao telefone. Outra coisa é tê-lo debaixo dos olhos, em letra de forma, penetrando a estratégia do conteúdo e passando revista à táctica dos parágrafos e períodos da forma. Assim o apreciei e saboreei devidamente, apenas hoje.
Nas Waffen-SS, havia uma palavra e uma expressão que estavam banidas do quotidiano daqueles homens: uma era «obrigado»; a outra «por favor». Ambas tão banalizadas hoje, inflacionadas que estão pelos efeminados que por aí pululam (isto sem ofensa às fêmeas, às verdadeiras, às autênticas, antes pelo contrário...).
Contudo, sempre quero deixar aqui assinalado que é bom e retemperante, no meio «disto tudo», termos uma palavra amiga, sobretudo vinda de quem prezamos e admiramos, que nos alegra o espírito e aquece a alma.
A propósito de cosmopolitismo e provincianismo, recordo-me do que Fernando Pessoa disse uma vez, nos tempos do «Orpheu», a Mário de Sá-Carneiro: «V. é europeu e civilizado, salvo em uma coisa, e nessa V. é vítima da educação portuguesa. V. admira Paris, admira as grandes cidades. Se V. tivesse sido educado no estrangeiro, e sob o influxo de uma grande cultura europeia, como eu, não daria pelas grandes cidades. Estavam todas dentro de si.»
Não se esqueça, o Bruno, de acrescentar no meu texto «O Livro do Bruno», depois das palavras «temível polemista», uma vírgula seguida por «de excelente cepa».
E, parafraseando o nosso Rodrigo, que está no meio de nós: bem haja e até mais ver!