Papers by telê ancona lopez
Literatura e Sociedade, 2009
Escrito no feitio conciso de uma crônica, o texto destaca o caráter de "conversação" que preside ... more Escrito no feitio conciso de uma crônica, o texto destaca o caráter de "conversação" que preside os ensaios em Vários escritos de Antonio Candido. O objetivo é mostrar que essa coletânea ilumina descobertas e cogitações relativas a autores, obras, história, criação literária, conceitos, sempre enfeixando relações entre homem e sociedade.
Pro-Posições, 2008
guarda, entre os cardápios que o escritor preservou, este, de um jantar oferecido por René Thioll... more guarda, entre os cardápios que o escritor preservou, este, de um jantar oferecido por René Thiollier a Olívia Guedes Penteado, em 1925, 7 de maio. Perdão! Trata-se do menu do diner, que distingue a homenageada como "Madame" e designa em francês todas as iguarias de salsopa, peixe, massa leve recheada (vol au vent) com recheio de fígado de gansos desafortunados, peru à brasileira, presunto de York, salada-; as sobremesasbolo batizado com o nome do amigo distante, o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, salada de frutas e sorvete. As bebidas são champanhe e licores, estes, assim como o café, para fechar o ágape que confraterniza os modernistas de São Paulo e seus mecenas, no ano da publicação de Pau Brasil, de Oswald de Andrade. O nome "Mario de Andrade", a tinta preta, no alto, indica a organização dos convivas à mesa; o apuro gráfico do cardápio; a mansão da avenida Paulista que tem por nome "Villa Fortunata" e se mostra em fotografia trabalhada pelo estúdio Stern, de Paris, testemunham o vínculo de certos representantes da elite social e econômica com a renovação das artes e das letras. Os três mecenas do modernismo paulistano estão presentes: o anfitrião, dona Olívia Guedes Penteado e Paulo Prado. Thiollier, contista de O senhor dom Torres (1921), e o editor da Revista do Brasil haviam se empenhado para a realização da Semana de Arte Moderna, em 1922, e Dona Olívia, em seu salão nos Campos Elíseos, destacava-se como a Senhora das Artes, segundo a historiadora Denise Mattar. Os três assinam o verso do cartão, assim como Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade (como "Pau Brasil"), Guilherme de Almeida e outros presentes. Mário de Andrade constrói seu souvenir, desperto para o relato da História nos documentos do cotidiano. Em abril do ano anterior, na viagem a Minas Gerais, que empreendera com D. Olívia, Tarsila, Oswald e o filho dele, Nonê, Paulo Prado, René Thiollier, Gofredo da Silva Telles e Blaise Cendrars, viagem na qual nascera a estética Pau Brasil, Mário de Andrade copiara, para seu arquivo, os dados pessoais deixados
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