Papers by Yeda Pessoa de Castro
África
Desde os primeiros estudos sobre os candomblés da Bahia, estudos que praticamente datam de 1933, ... more Desde os primeiros estudos sobre os candomblés da Bahia, estudos que praticamente datam de 1933, quando da primeira edição de Os Africanos no Brasil de Nina Rodrigues , tem-se observado dois fatos que estruturalmente diferenciam os candomblés uns dos outros: primeiros, a divisão dos candomblés em "nações" que se denominam JEJE, NAGÔ, QUETO, IJEXÀ, CONGO ou ANGOLA, seugno a "língua" usada durante as suas práticas e cerimônias ritualísticas que varia de uma "nação" para outra.
Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território / Eletronic Magazine: Time - Technique - Territory, Jul 29, 2016
Este obra está licenciado com uma Licença Crea tive Commons Atribuição-NãoComer cial 4.0 Inter na... more Este obra está licenciado com uma Licença Crea tive Commons Atribuição-NãoComer cial 4.0 Inter nacional.
Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território / Eletronic Magazine: Time - Technique - Territory, 2012
Este obra está licenciado com uma Licença Crea tive Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Inter nac... more Este obra está licenciado com uma Licença Crea tive Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Inter nacional.
O termo africania designa o legado linguistico-cultural negroafricano nas Americas que se convert... more O termo africania designa o legado linguistico-cultural negroafricano nas Americas que se converteu em matrizes participes da construcao de um novo sistema cultural e linguistico que, no Brasil, nos identifica como brasileiros. Esse legado estende-se a outras Nacoes Americanas e ao Caribe, e deve-se, sobretudo, ao falante banto de linguas angolanas pela sua prevalencia no tempo, maior densidade populacional e larga distribuicao humana naqueles territorios americanos sob dominio colonial e escravocrata. A consequencia mais direta desse contato multicultural e linguistico foi a alteracao da lingua portuguesa na antiga colonia sulamericana, o que deu ao Portugues do Brasil um carater proprio, diferenciado do Portugues de Portugal, e proporcionou a emergencia das linguas crioulas na esfera afroeuropeia do Caribe e no dialeto Gullah dos Estados Unidos. Nesse processo, merece destaque a atuacao da mulher negra na casa senhorial e a insercao dos aportes lexicais negroafricanos no portugue...
Afro-Ásia, 1976
Se o maior ponto de resistência oferecido às culturas européias pelas culturas africanas transpla... more Se o maior ponto de resistência oferecido às culturas européias pelas culturas africanas transplantadas para o Novo Mundo se acha na religião, por ser ela o "focal point" dessas últimas culturascomo salientou Herskovits (1)-, nas sobrevivências e orientações religiosas preservadas pelos negros nas Am&ricas, observa-se a persistência de um "corpus" lingüistico de origem africana como meio de transmissão simbólica dos seus valores religiosos. O chamado culto afro-brasileiro, a exemplo dos de Cuba e do IIaiti, figura como a mais notável derivação de tal contato multicultural. Cada qual 6 um tipo de organização sócio-religiosa, baseada em padrões comuns de tradições africanas, em crenças, adoração e lingualingua aqui entendida como desempenho, na accepção de Chomsky, mais do que como competência lingüística; ou, na designação de Malinowski, como um modo de ação mais que de reflexão (2)de tal maneira estruturalmente associados que, na Bahia, um dos cridrios marcantes na divisão dos candomblés em "nações" que se denominam de jeje, ou de nagó, queto, ijexú, ou de congo, angola, está nas diferenças de procedência meramente formais, fon ou jeje, iorubd ou nagóquetoijexd, banto ou congoangola, representadas por um repertório lingüístico específico das cerimônias ritualisticas dos cultos em geral. Observa-se, por exemplo, que as divindades são nomeadas genericamente por vodum, de &imo fon, entre as "nações" jeje; por orixú, de étimo iorubá, entre as "nações" nagô-queto-ijexá; e por inquice, de étimo quicongo e quimbundo entre as "nações" congo-angola (3). (Nota da Redação)-O trabalho acima foi apresentado na X Reuniilo Brasileira de Antropologia-Salvador, 22 a 25 de fevereiro de 1976. (1) M. Herskovits, "The Process o£ Cultural Change", pb. in Ralph Linion (ed.), The Science of Man in the World Crisis (N.Y., pig. 143-170. 19451, pág. 168. (2) B. Malinowski, 'The Problem of Meaning in Primitive Language", in C. ZC. Ogden and I.A. Richards, T h e Meaning of Meaning (N.Y., 9.a ed., 1953). phg. 296-336. (3) A propósito do conceito de "nação" nos candomblks da hhi, com esse mesmo titulo. veja-se a comunica@o de Vivaldo da Costa Lima ao Coidquio Negritude e
Afro-Ásia, 1968
do atatm {Paris, 19066)ne Coie&o B m d f h , s&e 5.9 .-mi. 9, cbnr rmisüo e pefdcio üe H o m m Pi... more do atatm {Paris, 19066)ne Coie&o B m d f h , s&e 5.9 .-mi. 9, cbnr rmisüo e pefdcio üe H o m m Pites, Oc Weanoa no B Mde N i m Rodn'guc~, tomou-se' l h a de cowulbò-dmgaMria " p i & slmamtos e t~f i c o s qtld fomuce. Os p i o r A &mcerena
Afro-Ásia, 1967
A cidade do Salvador, Capital do Estado da Bahia (661.026km' e 7.000.000 de habitantes), o maior ... more A cidade do Salvador, Capital do Estado da Bahia (661.026km' e 7.000.000 de habitantes), o maior Estado das regiões Leste-Nordeste do Brasil (8.511.965 kmt e mais de 80.000.000 de habitantes), tornou-se durante quatro sCculos de trAfico (séculos XVI .a XIX) o mais importante centro comercial brasileiro de escravos de Africa. Calcula-se em cinco mil por ano o número de importação, cifra esta aproximada desde quando não existem dados precisos pela falta absoluta de documentos oficiais sobre o tráfico que. por razões econômico-financeiras, logo decretada a abolição da escravatura no Brasil (13 de maio de 1888). foram totalmente queimados por Decreto de 14 de dezembro de 1890 do Ministro da Fazenda, acaso ;m baiano, Ruy Barbosa. Hoje, a cidade da ~ã h i a , como Salvador já C tradicionalmente conhecida, é a maior cidade de população negra do Brasil, e dos seus oitocentos mil habitantes mais da metade C crioula ou mestiça de português e negro. Tal contato de culturas resultaria num processo natural-de interpretração lingüística, um dos mais notáveis aspectos de aculturação no Brasil, através do qual o Português, favorecido francamente por razões histórico-econdmicas, s6 teve a lucrar, pois longe de deixar de ser padráo de ideal lingiiístico, ganhou centenas de palavras de origem africana-os "africanismos"-que, acrescidos aos "tupinismos"vocábulos da língua tupi-guarani dos aborígenas brasileirosvieram aumentar considerhvelmente o niimero dos chamados "brasileirismos" da língua, cuja contribuição para o enriquecimento do léxico do Português em geral e do Português do Brasil em particular é inestimivel. Há uma grande quantidade de "africanismos" correntes em certas regiões do País ainda não dicionarizados. São os regionalismos dos chamados falares brasileiros, as virias modalidades de linguagem regional do Português do Brasil, De "The surviral of the African bnguages in Brazil: their influente upon the everyday speeche of Bahia". ComunicaqZo ao 11 Congrcho Internacional de Afticanistas. Dacar, .dezembro de 1968.
Afro-Ásia, 1965
Em 1962, na cidade de Lagos, Capital da Nigéria, juntamente com o Prof. Guilherme de Souza Castro... more Em 1962, na cidade de Lagos, Capital da Nigéria, juntamente com o Prof. Guilherme de Souza Castro, então Leitor de Língua Portuguêsa e Literatura Brasileira na Universidade de Ifé (1) , conhecemos os membros da aBrazilian Community», assim denominada por ser constituída em sua quase totalidade por descendentes de brasileiros, restando ainda agora um pouco mais de meia dúzia de brasileiros natos que retornaram à Nigéria aios fins do século passado (2) .
Afro-Ásia, 1980
O presente artigo é, praticamente, ipsis litteris, uma comunica ção apresentada pelos autores no ... more O presente artigo é, praticamente, ipsis litteris, uma comunica ção apresentada pelos autores no colóquio "Civilização Negra e Educação" do I1 Festival Mundial de Artes e Cultura Negras e Africanas, realizado entre 11 e 24 de janeiro de 1977 em Lagos, Nigéria. (1) M. Herskovits., "The Process of Cultural Change" pbg. in Ralph Linton (ed.1, The Science of Man in the World Crisis (N. Y.
(BA) e Dra. em Saúde e em literaturas Africanas. Notas e referências bibliográficas 1) Cf. o pont... more (BA) e Dra. em Saúde e em literaturas Africanas. Notas e referências bibliográficas 1) Cf. o ponto de vista de Gilberto Freyre na sua obra magistral Casa Grande & Senzala. 2) Cf. CASTRO, Yeda Pessoa de. No canto do acalanto. Salvador: CEAO/ UFBA., 1990 (Ensaio)Pesquisa, n. 10). Observar que dengo e caçula são termos de origem africana, e esse último substitui no Brasil a palavra benjamim, seu equivalente em português que, aqui, tomou outro significado, ou seja, o de conector de eletricidade. 3) Salvador, 1988, em co-autoria com Cléo Martins.
ppgcsoc.ufma.br
A mais notável conseqüência do confronto das práticas religiosas negro-africanas com o cristianis... more A mais notável conseqüência do confronto das práticas religiosas negro-africanas com o cristianismo no Brasil foi a emergência das religiões afro-brasileiras nascidas na escravidão. Entre elas, a encantaria de Barba Soeira, na cidade maranhense de Codó onde se preserva o culto ao vodum Legba trazido pelo povo ewe-fon do Togo e do Benim. Invocado como Légua, recebe ainda a apelação de Légua Boji com suas variantes locais, que, a exemplo da denominação Barba Soeira, não passam de invocações que denunciam a sua mítica origem da cidade daomeana de Covetó, respeitada como o maior centro da encantaria na África Ocidental, da maneira como Codó é considerada no Maranhão.
Revista Nueva Antropología
O que temos para contar esta fundamentado em resultados de pesquisas que, ha cerca de dez anos, d... more O que temos para contar esta fundamentado em resultados de pesquisas que, ha cerca de dez anos, desenvolvemos no Brasil e em Africa. Esses resultados permitiram fazer uma reavaliacao no que diz respeito a presenca negro-africana no Brasil e ja divulgados, de uma maneira mais ou menos completa, em diferentes oportunidades. Diante disso, a nossa historia de hoje podera ser chamada de "Africa descoberta: uma historia recontada" . para tambem nao fugir a semântica do titulo proposto para esta mesa-redonda .
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