Papers by Vicente Franz Cecim
Ensaio de Maria Cantinho sobre a recepção da obra literária do escritor brasileiro Vicente Franz ... more Ensaio de Maria Cantinho sobre a recepção da obra literária do escritor brasileiro Vicente Franz Cecim em Portugal: 'Uma voz misteriosa sempre me escoltou, desde que li pela primeira vez Vicente Franz Cecim. Andara nunca sai de nós, as suas sombras, a sua música e as suas imagens, que nos assaltam e sequestram, na sua beleza e força poéticas. Foi pela mão do poeta português António Cabrita, que editou em Portugal Ó Serdespanto pela editora Íman,em 2001. Em 2006 foi também publicado K O Escuro da Semente, pela editora Ver-o-Verso. A recepção de Ó Serdespanto em Portugal valeu-lhe a atenção da crítica portuguesa e foi considerado um dos melhores livros do ano, nas listas publicitadas em vários jornais e revistas literárias. Eduardo Prado Coelho referiu-se ao livro, no Jornal Público, como “Uma revelação extraordinária!”. Nesse texto o crítico confessa o seu deslumbramento, referindo-se aos “momentos de arrebatamento que nos podem vir destes textos inclassificáveis”. A minha reacção, nessa época, foi exactamente a mesma e o autor mais «próximo» que eu conhecia na literatura portuguesa contemporânea era Maria Gabriela Llansol, tanto quanto à originalidade da escrita como na fusão e hibridismo dos géneros.'
O que se chama de prosa se dispõe a contar, a poesia se dispõe a cantar. Cantar e contar sempre a... more O que se chama de prosa se dispõe a contar, a poesia se dispõe a cantar. Cantar e contar sempre andaram juntos, por exemplo, na obra de Homero, ‘Odisséia’, ‘Ilíada’, que são tão antigas quanto a Bíblia. Essa divisão é recente, não é natural e deve ser dissolvida. Faço a minha parte: desfaço essa fronteira. Para mim tudo se dá numa dimensão só, que passei a chamar de Escritura. A Palavra solta sobre a página em branco, em plena liberdade, avançando para o vazio da página ainda em branco – por vir. Andara nasceu da palavra andar, e foi se transformando em andasse, andaria. Escrevo no que chamo Tempo da Hipótese. A Palavra - ela canta e ela conta. A divisão entre prosa e poesia foi uma convenção gradualmente imposta. Sem se ouvir a música do Mistério não pode se fazer Literatura. E por que? Porque a Vida é isso que se é, mas não se sabe o que é. E a Literatura só pode saber se lhe for revelado.
Trump: na noite em que o melhor da humanidade amanheceu nas mãos do pior no homem, nasceu este co... more Trump: na noite em que o melhor da humanidade amanheceu nas mãos do pior no homem, nasceu este conto. Mas em Andara a noite é Outra/vFc
Fragmento da abertura da edição brasileira (Letra Selvagem, São Paulo) do livro K O escuro da se... more Fragmento da abertura da edição brasileira (Letra Selvagem, São Paulo) do livro K O escuro da semente - livro invisível de Viagem a Andara oO livro invisível, de Vicente Franz Cecim
Aqui, na Amazônia, e bem exatamente em Santa Maria de Belém do Grão Pará, imersos em naturalismos... more Aqui, na Amazônia, e bem exatamente em Santa Maria de Belém do Grão Pará, imersos em naturalismos imitativos dos costumes e miméticas da natureza da região, nasci em uma geração em que alguns de nós – mas não muitos – se sentiam sufocados, olhando a literatura no mundo se reinventando em todos os lugares
O escritor Vicente Franz Cecim, da Amazônia brasileira, autor de Viagem a Andara oO livro invisív... more O escritor Vicente Franz Cecim, da Amazônia brasileira, autor de Viagem a Andara oO livro invisível, fala de Vida & Literatura em ENTREVISTA a escritora portuguesa Maria Cantinho.
Entremos no Labiantro, onde Vicente Franz Cecim demonstra que a arte poética vive de seu próprio ... more Entremos no Labiantro, onde Vicente Franz Cecim demonstra que a arte poética vive de seu próprio mistério. Na penumbra de Andara em busca do hgomem (completo) o símbolo se oferece em silêncio para ser visto por quem tenha abertos os olhos do coração. Senão, para que o poeta estaria pregando " quando fala na língua que o outro não entende? " Não seria razoável o
Fragmento do livro A ASA E A SERPENTE de Vicente Franz Cecim/Amazônia, Brasil
Tao: Diálogo com homens-livros O homem sábio conhece o mundo sem sair de casa TAO TE KING/Lao Tzu... more Tao: Diálogo com homens-livros O homem sábio conhece o mundo sem sair de casa TAO TE KING/Lao Tzu Esta Sim aponta em várias direções e, sem sair desta página, se lança através delas para o mundo. E convida você a vir nessa viagem. Aceita o convite? Não basta comprar um livro e escrever nele o seu nome, decretando assim sua propriedade, para que ele se torne seu. Além disso, lendo, ao longo da minha vida, fui fazendo uma descoberta que foi para mim uma Alegria, esta:-Um livro não é meramente o objetivo livro que é – ele é, sobretudo, e ainda, mesmo séculos depois, a pessoa que o escreveu – pessoa que está menos presente nele quando se trata de um ensaio analítico sobre alguma coisa, mais presente quando se trata de uma ficção, em princípio mais ainda quando se trata de filosofia e muito mais quando se trará de poesia-ou ficções de autores como Kafka, Beckett. Havendo feito esta descoberta, passei a dialogar com os autores de livros que leio como com as pessoas com quem convivo. Eles me falam das suas páginas impressas e eu falo a eles nas coisas que escrevo nas margens das suas páginas que vou lendo. E hoje em dia escrevo não tanto mas quase tanto nas páginas dos livros que leio quanto nas páginas em branco dos livros visíveis que eu mesmo escrevo – só dos visíveis, porque não escrevo uma palavra do livro que é não-livro, porque não o escrevo, e é puramente imaginário e de escrito só existe o seu título: Viagem a Andara oO livro invisível. Muitas vezes, em vez de convidar amigos, como se diz: de carne e osso, para passear por aí e conversarmos, vou até minhas estantes e convido:-Vamos conversar? Tu, Plotino, e tu, Emile Dickinson, e tu Amos Tutuola, e tu, Shakespeare, não queres também ir? E assim formamos um grupo animado e vamos para algum lugar – bem discretamente, para não sermos incomodados, e espalhados em uma mesa, embaixo de uma árvore, onde, não importa-e iniciamos os nossos diálogos. E é assim que, tempos depois, reabrindo um desses amigos-impressos, reencontro com eles-recordo nossas conversas, o dia e o lugar onde aconteceram. E, também, me reencontro comigo nessas anotações e nas coisas que então disse a eles. Assim se dando mais uma vez agora, quando reencontrei Os Mestres do Tao, de Henry Normand, com as anotações que fiz nas suas páginas e a conversa que tive algum dia com três antigos companheiros de diálogos – sob a forma de homens-livros, e bem vivos: Lao Tzu, autor do Tao Te King, Chuang Tzu, cujo livro leva seu próprio nome, o Chuang Tzu, e Lié Tzu, cujas obras são também chamadas Lié Tzu livro I, livro II, livro III e outros mais. Claro que eles falavam comigo em chinês, linguagem de imagens que adivinho mas não falo, e você deve se perguntar como eu podia saber o que diziam? Bem, para alguma coisa devem servir os tradutores. Mas ainda ficará uma dúvida – pois se eu conversei com eles, evidentemente em
O que acontece quando um crítico literário, em vez de usar seu rigoroso direito auto-atribuído de... more O que acontece quando um crítico literário, em vez de usar seu rigoroso direito auto-atribuído de julgar a obra de um autor, manifesta emocionado a esse autor sua gratidão pela beleza e originalidade de sua literatura? Raro acontecimento, que merece ser celebrado. Foi o que fez Susan Sontag, na carta que escreveu a Jorge Luis Borges, o Vidente Construtor de Labirintos que inaugurou uma nova dimensão na Literatura e através dela nos transporta para dimensões antes dele nunca antes navegadas.
Amamos mesmo nossos animais de estimação? Ou essa é uma via de mão única, em que apenas somos am... more Amamos mesmo nossos animais de estimação? Ou essa é uma via de mão única, em que apenas somos amados por eles?
Eis que achamos um livro perdido em uma rua deserta. E a rua desaparece dentro desse Livro, se o ... more Eis que achamos um livro perdido em uma rua deserta. E a rua desaparece dentro desse Livro, se o abrimos e começamos a ler. O livro = o Portal por onde penetramos em outra dimensão. Que Encantamento é esse capaz de nos extrair de uma cotidiana rua deserta e nos transportar para a dimensão da Fulgurância?
Cecim autografa Fonte dos que dormem, Breve é a febre da terra e oÓ: Desnutrir a pedra, na Feira ... more Cecim autografa Fonte dos que dormem, Breve é a febre da terra e oÓ: Desnutrir a pedra, na Feira Pan-Amazônica do Livro.
Ser sem Medo
para ser Criativo
vFc
Em algumas destas páginas Sim passadas falamos de coisas a q... more Ser sem Medo
para ser Criativo
vFc
Em algumas destas páginas Sim passadas falamos de coisas a que retornamos nesta.
E por que esse retorno?
Porque, naquelas, não relacionamos as questões abordadas a Literatura – que, pela minha convivência com ela – poderia, sim, nos ajudar a vê-las com mais clareza, e também expressá-los com a potência obscura e por isso mais abrangente da Poética das Palavras sonhadas.
Nestes dias em que a cidade se move em direção aos livros, concentrando eles em uma feira pública – parece oportuno fazer essa relação. Lembremos aqui algumas das coisas de que falamos antes.
E arrematemos tudo com uma fábula.
Universidade Federal do Pará (Ufpa):
Literatura da Amazônia: a poesia de Vicente Franz Cecim vinc... more Universidade Federal do Pará (Ufpa):
Literatura da Amazônia: a poesia de Vicente Franz Cecim vinculado ao Projeto de Pesquisa Literatura Comparada e Estudos Culturais II: perspectivas teóricas para ler literatura, arte, cultura, sociedades e processos globalizantes na Amazônia, Brasil e América Latina.
Fonte dos que dormem POEMAS Vicente Franz Cecim in Euromia
Seleção de Poemas dos livros visíveis de Viagem a Andara oO livro invisível, de Vicente Franz Cec... more Seleção de Poemas dos livros visíveis de Viagem a Andara oO livro invisível, de Vicente Franz Cecim. Amazônia, Belém, Brasil
Me lancei bem no centro do conflito entre o que se chama Tradição & Modernidade e escrevi o prime... more Me lancei bem no centro do conflito entre o que se chama Tradição & Modernidade e escrevi o primeiro livro visível de Viagem a Andara oO livro invisível, não por acaso chamado A asa e a serpente. E depois de mais dois – Os animais da terra e Os jardins e a noite – sob a rigorosa via que me impus para uma mais ampla possível e impossível Libertação existencial e literária, transformei esses primeiros passos na reflexão critica e autocrítica lançada no primeiro congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Sbpc, realizado aqui em Belém: Flagrados em delito contra a noite/Manifesto Curau.
Na via que escolhi estava escrito - Atravessar o que nos nega.
SIM
VICENTE CECIM
Deleuze e a Arte (II)
Vibrar a sensação - abrir
ou fender, esvaziar a sensaçã... more SIM
VICENTE CECIM
Deleuze e a Arte (II)
Vibrar a sensação - abrir
ou fender, esvaziar a sensação
GILLES DELEUZE
Esta segunda Sim dá sequência ao diálogo:com iniciado na semana passada sobre Arte e Criação, com o pensador francês Gilles Deleuze.
Na abertura da série Deleuze começou nos dizendo: - Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos com sensações. Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos sensações.
E terminou afirmando uma diferença básica, no sujeito da ação, entre os processos da Arte e os da Ciência: - Por mais fortemente que um artista se interesse pela ciência, jamais um composto de sensações se confundira com as "misturas" do material que a ciência determina em estados de coisas, como mostra eminentemente a "mistura óptica" dos impressionistas. O objetivo da arte, com os meios do material, e arrancar o percepto das percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente, arrancar o afecto das afecções, como passagem de um estado a outro. Extrair um bloco de sensações, um puro ser de sensações. Para isso, e preciso um método que varie com cada autor e que faca parte da obra: basta comparar Proust e Pessoa, nos quais a pesquisa da sensação, como ser, inventa procedimentos diferentes.
Após essa afirmação, surgiu a questão da materialidade do meio com que lidam os artistas, e suas variedades. Um pintor estaria mais próximo, por exemplo, de um
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Papers by Vicente Franz Cecim
para ser Criativo
vFc
Em algumas destas páginas Sim passadas falamos de coisas a que retornamos nesta.
E por que esse retorno?
Porque, naquelas, não relacionamos as questões abordadas a Literatura – que, pela minha convivência com ela – poderia, sim, nos ajudar a vê-las com mais clareza, e também expressá-los com a potência obscura e por isso mais abrangente da Poética das Palavras sonhadas.
Nestes dias em que a cidade se move em direção aos livros, concentrando eles em uma feira pública – parece oportuno fazer essa relação. Lembremos aqui algumas das coisas de que falamos antes.
E arrematemos tudo com uma fábula.
Literatura da Amazônia: a poesia de Vicente Franz Cecim vinculado ao Projeto de Pesquisa Literatura Comparada e Estudos Culturais II: perspectivas teóricas para ler literatura, arte, cultura, sociedades e processos globalizantes na Amazônia, Brasil e América Latina.
Na via que escolhi estava escrito - Atravessar o que nos nega.
VICENTE CECIM
Deleuze e a Arte (II)
Vibrar a sensação - abrir
ou fender, esvaziar a sensação
GILLES DELEUZE
Esta segunda Sim dá sequência ao diálogo:com iniciado na semana passada sobre Arte e Criação, com o pensador francês Gilles Deleuze.
Na abertura da série Deleuze começou nos dizendo: - Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos com sensações. Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos sensações.
E terminou afirmando uma diferença básica, no sujeito da ação, entre os processos da Arte e os da Ciência: - Por mais fortemente que um artista se interesse pela ciência, jamais um composto de sensações se confundira com as "misturas" do material que a ciência determina em estados de coisas, como mostra eminentemente a "mistura óptica" dos impressionistas. O objetivo da arte, com os meios do material, e arrancar o percepto das percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente, arrancar o afecto das afecções, como passagem de um estado a outro. Extrair um bloco de sensações, um puro ser de sensações. Para isso, e preciso um método que varie com cada autor e que faca parte da obra: basta comparar Proust e Pessoa, nos quais a pesquisa da sensação, como ser, inventa procedimentos diferentes.
Após essa afirmação, surgiu a questão da materialidade do meio com que lidam os artistas, e suas variedades. Um pintor estaria mais próximo, por exemplo, de um
para ser Criativo
vFc
Em algumas destas páginas Sim passadas falamos de coisas a que retornamos nesta.
E por que esse retorno?
Porque, naquelas, não relacionamos as questões abordadas a Literatura – que, pela minha convivência com ela – poderia, sim, nos ajudar a vê-las com mais clareza, e também expressá-los com a potência obscura e por isso mais abrangente da Poética das Palavras sonhadas.
Nestes dias em que a cidade se move em direção aos livros, concentrando eles em uma feira pública – parece oportuno fazer essa relação. Lembremos aqui algumas das coisas de que falamos antes.
E arrematemos tudo com uma fábula.
Literatura da Amazônia: a poesia de Vicente Franz Cecim vinculado ao Projeto de Pesquisa Literatura Comparada e Estudos Culturais II: perspectivas teóricas para ler literatura, arte, cultura, sociedades e processos globalizantes na Amazônia, Brasil e América Latina.
Na via que escolhi estava escrito - Atravessar o que nos nega.
VICENTE CECIM
Deleuze e a Arte (II)
Vibrar a sensação - abrir
ou fender, esvaziar a sensação
GILLES DELEUZE
Esta segunda Sim dá sequência ao diálogo:com iniciado na semana passada sobre Arte e Criação, com o pensador francês Gilles Deleuze.
Na abertura da série Deleuze começou nos dizendo: - Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos com sensações. Pintamos, esculpimos, compomos, escrevemos sensações.
E terminou afirmando uma diferença básica, no sujeito da ação, entre os processos da Arte e os da Ciência: - Por mais fortemente que um artista se interesse pela ciência, jamais um composto de sensações se confundira com as "misturas" do material que a ciência determina em estados de coisas, como mostra eminentemente a "mistura óptica" dos impressionistas. O objetivo da arte, com os meios do material, e arrancar o percepto das percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente, arrancar o afecto das afecções, como passagem de um estado a outro. Extrair um bloco de sensações, um puro ser de sensações. Para isso, e preciso um método que varie com cada autor e que faca parte da obra: basta comparar Proust e Pessoa, nos quais a pesquisa da sensação, como ser, inventa procedimentos diferentes.
Após essa afirmação, surgiu a questão da materialidade do meio com que lidam os artistas, e suas variedades. Um pintor estaria mais próximo, por exemplo, de um