Escrever uma Síntese da História da Litera t ura Portuguesa, por ser síntese e por ser tal, const... more Escrever uma Síntese da História da Litera t ura Portuguesa, por ser síntese e por ser tal, constituiu para nós, obviamente, um desafio e alguma perplexidade: uma Literatura que quisemos perseguir desde o momento em que, assumindo-se, se definiu no contexto do mundo moderno ocidental-lá pelo século XII-até às décadas pós-pessoanas. Com o síntese, não quisemos fazer um elenco de personalidades e nomes, como não quisemos também ap resentar um fenómeno que, sendo humano, se deve aos homens e com eles, se dotar a si mesmo de rostos e de perfis. Como fenómeno e facto humanos, insere-se em contextos espácio-temporais que se definem segundo ép ocas, períodos ou, simples mente, secções cronológicas que impõem uma certa visão diacrónica. Tentámos, pois, uma conciliação difícil e com ela es tabelecer, sobre tudo, quer linhas de força quer simplesmente desvios tendenciais quer, em suma, excentricidades ou concentricidades: Literatura europeia mas também extra-europeia, fenomenologia de identidades ou de pesquisas. Quisemos trazê-la para aquém do padl'ão cronológico pessoano: fizemo-lo, com a consciência de um certo risco, já que a contemporanei dade absoluta escapa, muitas vezes (quase sempre), ao domínio da objec tividade. Mas pensámos-pensamos-que, sobretudo na década de 80, se verificou e se está ainda verificando uma exaltação criadora que não deveríamos arredar desta síntese. Dentro dos anos necessários para que essa contemporaneidade já não o seja, é possível que as op ções necessárias que hoje fizemos se revelem equívocas. O texto de hoje, porém, será então depoimento e testemunho da sua contemporaneidade. Assim, desde as primeiras manifestações do fenómeno literário da Idade Média até ao «inclassificável» contemporâneo, foi nosso propósito identificar as formas do lapidar e os percursos de múltipla e todavia una identidade, de que toda a Literatura é simultaneamente motor e motivo.
Escrever uma Síntese da História da Litera t ura Portuguesa, por ser síntese e por ser tal, const... more Escrever uma Síntese da História da Litera t ura Portuguesa, por ser síntese e por ser tal, constituiu para nós, obviamente, um desafio e alguma perplexidade: uma Literatura que quisemos perseguir desde o momento em que, assumindo-se, se definiu no contexto do mundo moderno ocidental-lá pelo século XII-até às décadas pós-pessoanas. Com o síntese, não quisemos fazer um elenco de personalidades e nomes, como não quisemos também ap resentar um fenómeno que, sendo humano, se deve aos homens e com eles, se dotar a si mesmo de rostos e de perfis. Como fenómeno e facto humanos, insere-se em contextos espácio-temporais que se definem segundo ép ocas, períodos ou, simples mente, secções cronológicas que impõem uma certa visão diacrónica. Tentámos, pois, uma conciliação difícil e com ela es tabelecer, sobre tudo, quer linhas de força quer simplesmente desvios tendenciais quer, em suma, excentricidades ou concentricidades: Literatura europeia mas também extra-europeia, fenomenologia de identidades ou de pesquisas. Quisemos trazê-la para aquém do padl'ão cronológico pessoano: fizemo-lo, com a consciência de um certo risco, já que a contemporanei dade absoluta escapa, muitas vezes (quase sempre), ao domínio da objec tividade. Mas pensámos-pensamos-que, sobretudo na década de 80, se verificou e se está ainda verificando uma exaltação criadora que não deveríamos arredar desta síntese. Dentro dos anos necessários para que essa contemporaneidade já não o seja, é possível que as op ções necessárias que hoje fizemos se revelem equívocas. O texto de hoje, porém, será então depoimento e testemunho da sua contemporaneidade. Assim, desde as primeiras manifestações do fenómeno literário da Idade Média até ao «inclassificável» contemporâneo, foi nosso propósito identificar as formas do lapidar e os percursos de múltipla e todavia una identidade, de que toda a Literatura é simultaneamente motor e motivo.
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