Papers by Fernando Almeida
Toponímia do Litoral Alentejano
Apontamentos sobre Toponímia do sudoeste 1 Resumo Este texto tem como principal objetivo contribu... more Apontamentos sobre Toponímia do sudoeste 1 Resumo Este texto tem como principal objetivo contribuir para criar uma nova forma de olhar a toponímia, não baseada naquilo que as palavras possam parecer significar nos nossos dias, mas antes naquilo que elas significaram no passado. A compreensão do significado dos nomes dos sítios é assim resultado antes do mais do conhecimento da língua falada pelo povo que os criou. E foi essa língua, aparentada com as antigas línguas do Mediterrâneo Oriental como o ugarítico, o hebraico antigo, o assírio ou o acádio, que evoluindo ao longo do tempo foi usada para batizar os diversos elementos do espaço rural.
O conhecimento da língua antiga falada pelo povo do ocidente peninsular, que contaminada tardiame... more O conhecimento da língua antiga falada pelo povo do ocidente peninsular, que contaminada tardiamente e por via erudita pelo latim, veio a dar origem ao português moderno, permite apontar possibilidades de interpretação de alguns termos que surgem nos textos latinos antigos. É o caso das designações de “Lusitano” e de “Montes Hermínios”. Nestas linhas tenta-se explicar a possível origem e o significado desses termos. Assim, admite-se a possibilidade de “lusitano” se referir apenas aos habitantes das serras de xisto a norte do Tejo, e “Montes Hermínios” significar na língua local “fazer quartel nas montanhas”.
Sobre a origem da língua portuguesa: o erro original Sobre a Origem da Língua Portuguesa: O Erro Original, 2021
Resumo
Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas matern... more Resumo
Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas maternas e passado a falar latim. Dessa suposta mudança teria nascido o "latim popular", e a partir dele teriam evoluído as diversas línguas atuais. Procura-se neste texto, relembrando o trabalho de D. Francisco de S. Luiz Saraiva, mostrar que essa possibilidade não é realista, e mostrar também que todos os elementos disponíveis apontam em sentido contrário: ao tempo da queda do Império Romano do Ocidente os povos rurais (portanto a maioria de população) continuariam a falar a sua língua materna, e apenas nas cidades e aquartelamentos se falaria latim mais ou menos distante do latim clássico.
Abstract
It is traditionally believed that the inhabitants of the Iberian Peninsula forgot their mother tongue and started speaking Latin. From this supposed change was born "popular Latin", and from this "popular Latin" the various current languages would have evolved. In this text, it is intended, with the support of the works of D. Francisco de S. Luiz Saraiva, to show that this possibility is not realistic, and to show that all the available elements point in the opposite direction: at the time of the fall of the Western Roman Empire, rural dwellers (therefore the majority of the population) would continue to speak their mother tongue, and it was only in the towns and barracks that Latin would be spoken.
Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas maternas e pas... more Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas maternas e passado a falar latim. Dessa suposta mudança teria nascido o "latim popular", e a partir dele teriam evoluído as diversas línguas atuais. Procura-se neste texto, relembrando o trabalho de D. Francisco de S. Luiz Saraiva, mostrar que essa possibilidade não é realista, e mostrar também que todos os elementos disponíveis apontam em sentido contrário: ao tempo da queda do Império Romano do Ocidente os povos rurais (portanto a maioria de população) continuariam a falar a sua língua materna, e apenas nas cidades e aquartelamentos se falaria latim mais ou menos distante do latim clássico.
Toponímia portuguesa, 2020
Resumo Os topónimos portugueses nasceram da língua falada pelo povo rural, e só a partir dessa lí... more Resumo Os topónimos portugueses nasceram da língua falada pelo povo rural, e só a partir dessa língua, que era próxima das línguas antigas do mediterrâneo Oriental, se conseguem compreender e explicar. Este trabalho, longe de pretender ser exaustivo, indica apenas o caminho para que se possa compreender a toponímia rural portuguesa.
Endovélico, S. Miguel da Mota e Lucefece , 2019
Os mais recentes estudos da língua falada pelos nossos antepassados, língua essa próxima do ugarí... more Os mais recentes estudos da língua falada pelos nossos antepassados, língua essa próxima do ugarítico, do acádio, do assírio e do hebraico antigo, permitem-nos chegar a conhecimentos que até aqui nos estavam vedados. Assim, tanto a toponímia em torno do antigo santuário do deus Endovélico no concelho do Alandroal, como o significado do nome do próprio deus, como ainda as inscrições achadas no local e a suposta imperfeição de algumas peças da estatuária aí encontrada, apontam para um culto relacionado com a saúde e em particular com os problemas esqueléticos.
Resumo
A espécie a que hoje vulgarmente chamamos " lince " , foi conhecida por vários outros nom... more Resumo
A espécie a que hoje vulgarmente chamamos " lince " , foi conhecida por vários outros nomes ao longo dos séculos e em diversas regiões do país e da Europa (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.), e esses nomes têm na sua origem palavras das antigas línguas do Mediterrâneo Oriental que correspondem a características da espécie. Procura-se mostrar nestas páginas como alguns radicais fenícios (por exemplo " labu " , " lix " e outros), por diferentes percursos acabaram por chegar aos nossos dias nas formas que conhecemos para designar este predador.
Abstract
The species we generally call Iberian lynx has been called by other names throughout the centuries and in different regions of our country (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.). The roots of these names can be found in the ancient Eastern Mediterranean languages. With this essay, I will try to demonstrate how some Phoenician root words (such as " labu' and " lix " , among others) have come to us in the shape we know to characterize this predator.
A língua do povo que viveu no oeste da Península Ibérica antes da conquista romana deste territór... more A língua do povo que viveu no oeste da Península Ibérica antes da conquista romana deste território foi muito próxima das antigas línguas semitas do Próximo Oriente, como o ugarítico, o acádio, o assírio ou o hebraico antigo (línguas a que por comodidade chamarei " fenício"), e a latinização dessa antiga língua foi um processo gradual e lento, imposto ao longo de muitos séculos pelas elites pós-coloniais latinizadas às classes populares dominadas. Neste pequeno trabalho procura-se determinar a origem de alguns dos nomes usados em Portugal para as aves de rapina, nomes esses que nasceram do latim falado pelas elites e do fenício falado pelo povo.
Resumo O conhecimento de que a língua falada no território que hoje é Portugal antes das invasões... more Resumo O conhecimento de que a língua falada no território que hoje é Portugal antes das invasões romanas era uma língua muito próxima das línguas antigas do Próximo Oriente, como o ugarítico, o acádio, o assírio ou o hebraico antigo, vem permitir uma nova e revolucionária abordagem da toponímia. Neste pequeno estudo relacionam-se alguns topónimos comuns em Portugal com assentamentos de pastores de outros tempos e tenta-se aflorar a questão da cronologia de cada um deles.
Résumé
La connaissance que la langue parlée dans le territoire qui correspond actuellement au Portugal avant les invasions romaines était une langue très proche des anciennes langues du Proche-Orient ancien, comme l'ugaritic, l'akkadien, l'assyrien ou l'hébraïque ancien, permet une nouvelle et révolutionnaire abordage de la toponymie. Dans cette étude, on met en rapport quelques toponymes ordinaires/vulgaires au Portugal avec létablissement des pasteurs de jadis et on essaie d'effleurer le sujet de la chronologie de chacun.
Abstract
The knowledge that the language spoken before the Roman invasions in the territory currently known as Portugal was very close to the ancient Middle Eastern languages, such as Ugarithic, Acadian, Assyrian or old Hebrew, has allowed a new and revolutionary approach to toponymy. In this short study, some toponyms, which are common in Portugal, will be related to old shepherds' testimony. Also, we will try (even if superficially) to talk about the cronology of that testimony.
Explica-se qual a origem do topónimo "Godel".
Neste trabalho são referidos alguns dos topónimos portugueses que se relacionam com antigas comun... more Neste trabalho são referidos alguns dos topónimos portugueses que se relacionam com antigas comunidades de pastores. Procura-se também relacionar esses topómimos a época em que os assentamentos humanos foram criados, o que nos remete em alguns casos para o Neolítico.
Explica-se uma evolução incomum de palavras do português. Como de "krpt", termo fenício que signi... more Explica-se uma evolução incomum de palavras do português. Como de "krpt", termo fenício que significa curral e está na base dos nossos topónimos "Carrapeto" se chegou ao "carrapito", penteado tradicional feminino em Portugal
Breve apontamento sobre a origem do nome que damos aos dias da semana em português, que, como é b... more Breve apontamento sobre a origem do nome que damos aos dias da semana em português, que, como é bom de ver, é bem diversa da da maioria das línguas da Europa ocidental. Explica-se como a ideia de denominar os dias com base na sua ordenação semanal encontra paralelo no hebraico antigo, e propõe-se que os nomes que usamos sejam fundamentalmente a aplicação dessa matriz à língua latina.
Explica-se como se podem ler as inscrições da chamada "escrita do sudoeste" em particular por se ... more Explica-se como se podem ler as inscrições da chamada "escrita do sudoeste" em particular por se tratar de textos em que não existem palavras individualizadas. Sem compreender este e outros assuntos aqui abordados nunca será possível avançar significativamente no conhecimento deste período da nossa história.
O texto que se apresenta corresponde a uma fração do primeiro capítulo do meu trabalho “A Origem ... more O texto que se apresenta corresponde a uma fração do primeiro capítulo do meu trabalho “A Origem da Língua Portuguesa”, publicado em livro pela “Chiado Editora” em Outubro de 2013. Tanto este fragmento, como o restante trabalho (que na prática é um dicionário etimológico das palavras do português que têm origem nas línguas antigas do Próximo Oriente) ajudam a compreender a verdadeira origem da nossa língua. A leitura deste texto ajudará assim a perceber quem somos e como nasceu a língua que falamos.
O significado que se atribui geralmente aos nomes dos sítios deve ser repensado, compreendendo q... more O significado que se atribui geralmente aos nomes dos sítios deve ser repensado, compreendendo que na maior parte dos casos esses nomes são de grande antiguidade e as palavras que lhes deram origem já se não usam nos nossos dias. Neste brevíssimo apontamento referem-se alguns exemplos desta situação.
Aborda-se de forma muito sumária a origem e significado dos topónimos portugueses que incluem o r... more Aborda-se de forma muito sumária a origem e significado dos topónimos portugueses que incluem o radicar "mira". Desde logo, "Mira", mas também "Odemira", "Miranda", etc.
Ao contrário daquilo que quase universalmente se afirma, a verdade é que os baixos salários promo... more Ao contrário daquilo que quase universalmente se afirma, a verdade é que os baixos salários promovem a continuidade da baixa produtividade...
Dado que o falar do povo no tempo do nosso primeiro rei era mais próximo do fenício que do latim ... more Dado que o falar do povo no tempo do nosso primeiro rei era mais próximo do fenício que do latim (a latinização da nossa língua é um fenómeno progressivo que se acentuou fortemente nos últimos séculos) é necessário rever o pouco que de objetivo se sabe sobre esta batalha...
Na sequência da publicação de "A Origem da Língua Portuguesa", dou a conhecer agora um largo núme... more Na sequência da publicação de "A Origem da Língua Portuguesa", dou a conhecer agora um largo número de palavras portuguesas de origem "fenícia", no caso iniciadas pela letra "a". Será por certo o bastante para demonstrar a relação evidente entre as antigas línguas do Próximo Oriente e as línguas ocidentais como o português.
Uploads
Papers by Fernando Almeida
Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas maternas e passado a falar latim. Dessa suposta mudança teria nascido o "latim popular", e a partir dele teriam evoluído as diversas línguas atuais. Procura-se neste texto, relembrando o trabalho de D. Francisco de S. Luiz Saraiva, mostrar que essa possibilidade não é realista, e mostrar também que todos os elementos disponíveis apontam em sentido contrário: ao tempo da queda do Império Romano do Ocidente os povos rurais (portanto a maioria de população) continuariam a falar a sua língua materna, e apenas nas cidades e aquartelamentos se falaria latim mais ou menos distante do latim clássico.
Abstract
It is traditionally believed that the inhabitants of the Iberian Peninsula forgot their mother tongue and started speaking Latin. From this supposed change was born "popular Latin", and from this "popular Latin" the various current languages would have evolved. In this text, it is intended, with the support of the works of D. Francisco de S. Luiz Saraiva, to show that this possibility is not realistic, and to show that all the available elements point in the opposite direction: at the time of the fall of the Western Roman Empire, rural dwellers (therefore the majority of the population) would continue to speak their mother tongue, and it was only in the towns and barracks that Latin would be spoken.
A espécie a que hoje vulgarmente chamamos " lince " , foi conhecida por vários outros nomes ao longo dos séculos e em diversas regiões do país e da Europa (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.), e esses nomes têm na sua origem palavras das antigas línguas do Mediterrâneo Oriental que correspondem a características da espécie. Procura-se mostrar nestas páginas como alguns radicais fenícios (por exemplo " labu " , " lix " e outros), por diferentes percursos acabaram por chegar aos nossos dias nas formas que conhecemos para designar este predador.
Abstract
The species we generally call Iberian lynx has been called by other names throughout the centuries and in different regions of our country (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.). The roots of these names can be found in the ancient Eastern Mediterranean languages. With this essay, I will try to demonstrate how some Phoenician root words (such as " labu' and " lix " , among others) have come to us in the shape we know to characterize this predator.
Résumé
La connaissance que la langue parlée dans le territoire qui correspond actuellement au Portugal avant les invasions romaines était une langue très proche des anciennes langues du Proche-Orient ancien, comme l'ugaritic, l'akkadien, l'assyrien ou l'hébraïque ancien, permet une nouvelle et révolutionnaire abordage de la toponymie. Dans cette étude, on met en rapport quelques toponymes ordinaires/vulgaires au Portugal avec létablissement des pasteurs de jadis et on essaie d'effleurer le sujet de la chronologie de chacun.
Abstract
The knowledge that the language spoken before the Roman invasions in the territory currently known as Portugal was very close to the ancient Middle Eastern languages, such as Ugarithic, Acadian, Assyrian or old Hebrew, has allowed a new and revolutionary approach to toponymy. In this short study, some toponyms, which are common in Portugal, will be related to old shepherds' testimony. Also, we will try (even if superficially) to talk about the cronology of that testimony.
Aceita-se tradicionalmente que os povos da Ibéria teriam esquecido as suas línguas maternas e passado a falar latim. Dessa suposta mudança teria nascido o "latim popular", e a partir dele teriam evoluído as diversas línguas atuais. Procura-se neste texto, relembrando o trabalho de D. Francisco de S. Luiz Saraiva, mostrar que essa possibilidade não é realista, e mostrar também que todos os elementos disponíveis apontam em sentido contrário: ao tempo da queda do Império Romano do Ocidente os povos rurais (portanto a maioria de população) continuariam a falar a sua língua materna, e apenas nas cidades e aquartelamentos se falaria latim mais ou menos distante do latim clássico.
Abstract
It is traditionally believed that the inhabitants of the Iberian Peninsula forgot their mother tongue and started speaking Latin. From this supposed change was born "popular Latin", and from this "popular Latin" the various current languages would have evolved. In this text, it is intended, with the support of the works of D. Francisco de S. Luiz Saraiva, to show that this possibility is not realistic, and to show that all the available elements point in the opposite direction: at the time of the fall of the Western Roman Empire, rural dwellers (therefore the majority of the population) would continue to speak their mother tongue, and it was only in the towns and barracks that Latin would be spoken.
A espécie a que hoje vulgarmente chamamos " lince " , foi conhecida por vários outros nomes ao longo dos séculos e em diversas regiões do país e da Europa (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.), e esses nomes têm na sua origem palavras das antigas línguas do Mediterrâneo Oriental que correspondem a características da espécie. Procura-se mostrar nestas páginas como alguns radicais fenícios (por exemplo " labu " , " lix " e outros), por diferentes percursos acabaram por chegar aos nossos dias nas formas que conhecemos para designar este predador.
Abstract
The species we generally call Iberian lynx has been called by other names throughout the centuries and in different regions of our country (" lobo cerval " , " lobo sorvato " , " liberne " , " luberno " , " gato cravo " , etc.). The roots of these names can be found in the ancient Eastern Mediterranean languages. With this essay, I will try to demonstrate how some Phoenician root words (such as " labu' and " lix " , among others) have come to us in the shape we know to characterize this predator.
Résumé
La connaissance que la langue parlée dans le territoire qui correspond actuellement au Portugal avant les invasions romaines était une langue très proche des anciennes langues du Proche-Orient ancien, comme l'ugaritic, l'akkadien, l'assyrien ou l'hébraïque ancien, permet une nouvelle et révolutionnaire abordage de la toponymie. Dans cette étude, on met en rapport quelques toponymes ordinaires/vulgaires au Portugal avec létablissement des pasteurs de jadis et on essaie d'effleurer le sujet de la chronologie de chacun.
Abstract
The knowledge that the language spoken before the Roman invasions in the territory currently known as Portugal was very close to the ancient Middle Eastern languages, such as Ugarithic, Acadian, Assyrian or old Hebrew, has allowed a new and revolutionary approach to toponymy. In this short study, some toponyms, which are common in Portugal, will be related to old shepherds' testimony. Also, we will try (even if superficially) to talk about the cronology of that testimony.