Papers by Cassio Novo
Cita recomendada: Carballo, C. T., Flores, F. C. (Comp.) (2019). Geografías de lo sagrado en la c... more Cita recomendada: Carballo, C. T., Flores, F. C. (Comp.) (2019). Geografías de lo sagrado en la contemporaneidad. Bernal : Universidad Nacional de Quilmes, Departamento de Ciencias Sociales, Unidad de Publicaciones para la Comunicación Social de la Ciencia. Disponible en RIDAA-UNQ Repositorio Institucional Digital de Acceso Abierto de la Universidad Nacional de Quilmes http://ridaa.unq.edu.ar/handle/20.500.11807/1401
Espaço e Cultura, 2021
Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Revista ... more Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Revista Espaço e Cultura. Farei isso a partir de minhas vivências no âmbito do NEPEC, grupo de pesquisa no qual a Revista nasce, é nutrida, se fortalece, amadurece, ganha o Brasil, o mundo e o coração e as mentes de integrantes do próprio NEPEC, retroalimentando-se em um ciclo incessante de descobertas, experiências e escritas geográficas. Enquanto escrevo realizo a recorrência desta resposta positiva nos últimos anos desta minha trajetória acadêmica. Dediquei-me a aceitar os vários convites, formais e informais, expressos e insinuados, que o NEPEC, a Revista, e os seus idealizadores, assim como os integrantes da comunidade nepeciana, me fizeram.
Arquivos do CMD, 2021
O presente artigo investe nas possíveis aproximações entre práticas e estudos relacionados com ge... more O presente artigo investe nas possíveis aproximações entre práticas e estudos relacionados com geografia, turismo e modos de viver e festejar música eletrônica contemporaneamente de maneira a apresentar desafios e possibilidades de se entender clubes, eventos e festivais de música eletrônica como campos de possibilidades para estudos e dinâmicas atinentes à atividade turística. Reunindo produções bibliográficas e informações colhidas em trabalhos de campo no âmbito de abordagens humanistas culturais do espaço geográfico rumos possíveis são destacados para articular geografia e turismo no contexto da Era da Experiência em sociedades de fim de semana.
Festa e memória: perspectivas étnico-raciais, 2020
Organizador: Júlio César Valente Ferreira Esta obra mostra que a festa responde às mais profundas... more Organizador: Júlio César Valente Ferreira Esta obra mostra que a festa responde às mais profundas e permanentes necessidades das sociedades. Nas festas encontramos poderosos momentos de construção de identidades e transcendência, os quais transformam a vida social em vida pública. Editora: Pimenta Cultural (2020) ISBN: 978-65-86371-01-7 (eBook) 978-65-86371-00-0 (brochura) DOI: 10.31560/pimentacultural/2020.1017
Editora Repira+Ação, 2021
Como é possível o Rio de Janeiro, um município repleto de tensões,
contradições, violências e re... more Como é possível o Rio de Janeiro, um município repleto de tensões,
contradições, violências e repressões ser internacionalmente reconhecido como a Cidade Maravilhosa, a Metrópole Carnavalesca e a Cidade da Festa?
Este ensaio não procura responder a provocação acima. Mas assumi-la como caminho para atravessar a geografia e a história de uma cidade que só vem sendo possível, no decorrer do tempo, porque concebida, gestada, parida, alimentada, cuidada e protegida por muitas mulheres. A cidade do Rio, ela própria, é uma manifestação feminina por natureza e por excelência!
Pensando bem…
A cidade do Rio só é possível porque sua essência feminina, presente em suas memórias, localidades e mulheres, no passado e no presente, se mostra em momentos agudos de crises e revoluções. E, ao se revelar, modifica a realidade.
Para existirem, as mulheres e entidades femininas dessa cidade se obrigaram a batalhar nos espaços públicos e privados por uma cidade possível a um espectro mais amplo de pessoas. Somos, todos e todas, filhos e filhas de uma cidade que nos pariu, nos envolve e nos protege, sejam quais forem os caminhos percorridos ou a percorrer.
Nesses primeiros passos uma ideia se apresenta para ser examinada: e se a própria cidade do Rio nos surge como uma entidade? Uma entidade feminina por excelência, uma cuja essência esteja vinculada aos modos de provocar e proteger a vida como um instinto primordial.
Revista Espaço e Cultura, 2021
Sim!
Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Re... more Sim!
Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Revista Espaço e Cultura. Farei isso a partir de minhas vivências no âmbito do NEPEC, grupo de pesquisa no qual a Revista nasce, é nutrida, se fortalece, amadurece, ganha o Brasil, o mundo e o coração e as mentes de integrantes do próprio NEPEC, retroalimentando-se em um ciclo incessante de descobertas, experiências e escritas geográficas.
Como integrante do núcleo, habilitei-me a cerzir e alinhavar pensamentos
capazes de enredar ideias e tecer tramas de interpretações geográficas do que estudava.
Participar do NEPEC consiste no privilégio de (re)aprender a ser, na prática, pesquisador capaz de ver e sentir com o corpo inteiro aquilo que nos desperta curiosidade. Interesse. E aquilo que, tantas vezes, nos interroga também. Passando em Revista as páginas (na história e na geografia) da Espaço e Cultura percebo nelas o meu contínuo encantamento e a fixação do meu olhar (geográfico). Nelas semeei um dos meus maiores desejos: um texto com minha assinatura no periódico que me tornou quem sou. Hoje realizo a colheita ciente de ser um sujeito munido das necessárias habilidades de
comungar com a geograficidade do existir no encontro com os outros (pensamentos,
sujeitos, geógrafos) que no NEPEC encontram o seu lugar.
O NOSSO LUGAR!
Dossiê Turismo: entrecruzamentos de cultura, memória e desenvolvimento (Arquivos do CMD - UNB), 2020
o presente ensaio, derivado de pesquisas empreendidas sobre os modos de festejar música eletrônic... more o presente ensaio, derivado de pesquisas empreendidas sobre os modos de festejar música eletrônica na contemporaneidade, investe em possíveis aproximações entre atividades, fluxos e estudos relacionando a ciência geográfica, o turismo e modos de viver e festejar música eletrônica na contemporaneidade. Procuramos identificar desafios e possibilidades de articulação entre os campos acima indicados a partir das dinâmicas espaciais ocorrentes em clubes, eventos e festivais de música eletrônica em lugares específicos. As ideias, reflexões e sugestões de caminhos aqui expressos se fundamentam em pesquisa bibliográfica no campo da geografia humanista cultural, da antropologia cultural e do turismo. E almejam articular diálogos e promover confluências entre os campos da geografia e do turismo no contexto da Era da Experiência e com maior atenção aos modos como integrantes de sociedades de fim de semana escolhem se deslocar pelo espaço geográfico e significar suas mobilidades.
Palavras-chave: Turismo. Era da Experiência. Festivais de Música Eletrônica. Turismo Experiencial. Sociedades de Fim de Semana
Novos Olhares Sociais, 2020
RESUMO
O dia 24 de maio é celebrado como Dia Nacional do Cigano. Para devotos, também é
considera... more RESUMO
O dia 24 de maio é celebrado como Dia Nacional do Cigano. Para devotos, também é
considerado e vivido como tempo de maior sacralidade em função do culto a Santa Sara
Kali. A cigana Mirian Stanescon, militante política, líder religiosa, cartomante,
advogada e escritora possui papel destacado na incorporação da simbólica data no
calendário oficial da cidade e nas estratégias de atualização de devoção à Rainha do
Mar. Nesses Tempos de Pandemia a tradicional festa Ritual e Benção a Santa Sara Kali
não pôde ser realizada no Parque Garota de Ipanema, território político e lugar de fé
para Mirian e seu grupo. A manutenção do Ritual, transmitido por uma live pela própria
cigana, oportuniza a investigação geográfica aqui apresentada. Investimos em
etnogeografia cibernética no âmbito dos estudos culturais do espaço geográfico e de
emergências do fenômeno religioso em territórios urbanos para interpretar algumas das
ações e estratégias veiculadas pela transmissão, contextualizando-as com as
lugarizações e multiterritorialidades do grupo. Nossas considerações apontam para a
importância da transmissão online para resgatar elementos do passado atualizados no
presente de modo a serem vividos como premissas para construção de um futuro
coletivo para o grupo dos ciganos e não-ciganos envolvidos com a família Stanescon. A
manutenção do evento na simbólica data, ainda que no modo não-presencial, integra
complexo e renovável conjunto de estratégias pelo controle de narrativas sobre o espaço
e a comunidade. E, ainda, destacam a centralidade e protagonismo de Mirian como
agente modeladora do espaço geográfico, iluminando sua atuação enquanto repositora,
articuladora e dinamizadora de ideias e territorialidades do seu grupo.
PALAVRAS-CHAVE: Santa Sara Kali. Parque Garota de Ipanema. Lugar de Fé.
Multiterritorialidade. Lugarização. Cultura Cigana
O Transe do Pajé: visualidade, geossímbolo e território cultural do Festival Folclórico de Parintins, 2020
Este artigo busca ampliar o conhecimento e alimentar o diálogo acadêmico sobre a exibição do “rit... more Este artigo busca ampliar o conhecimento e alimentar o diálogo acadêmico sobre a exibição do “ritual”, um dos momentos apresentados pelos bois Caprichoso e Garantido durante o Festival Folclórico de Parintins. Este evento geográfico festivo ocorre, anualmente, na insular cidade localizada no estado do Amazonas, região Norte do Brasil. O item “ritual” é uma expressão dramatizada de ritos e lendas ameríndias, constituído pela encenação de aspectos e essências de religiosidades e misticismo dos grupos sociais ali reunidos, amplificados no tempo e no lugar festivos, e potencializados pela disputa pelo título. A luta do Bem (representado pela figura do Pajé) contra o Mal (representado por espíritos malignos que ameaçam as populações indígenas e o meio ambiente) é reproduzida, cenicamente, no Bumbódromo. A abordagem elencada envolve a conjugação de teorias e metodologias de caráter interdisciplinar, privilegiando – sem se limitar – as atinentes à geografia cultural, sobretudo aquelas vinculadas ao estudo da religião em sua espacialidade e as abordagens visuais do espaço. A primeira nos oferece a possibilidade de enfocar o fenômeno considerando o Bumbódromo um território-terreiro, acionando os conceitos de território cultural e geossímbolo para entender as dinâmicas sociais e (quase) religiosas que dele partem, por ele circulam e a ele chegam no tempo da festa. Da segunda incorporamos reflexões acerca de regimes de visibilidade, ponto de vista e visualidade para compreender alguns dos vínculos e simbolismos presentes na articulação entre religiosidades com o território durante a apresentação de 2017. A investigação efetiva-se por meio da análise de vídeos disponibilizados em redes sociais. E almeja compreender de que maneira esses elementos – visualidade, geossímbolo e território - se integram na composição da cena do “ritual”, um dos itens julgados durante a apresentação dos bois Garantido e Caprichoso.
Geografías de lo sagrado en la contemporaneidaddad, 2019
O estudo busca iluminar as interações de corpos festeiros com lugares (quase) sagrados. Inicialme... more O estudo busca iluminar as interações de corpos festeiros com lugares (quase) sagrados. Inicialmente, expõe brevemente o tema festas em alinhamento com a Geografia. A seguir, apresenta como eventos geográficos festivos acontecem em lugar e tempo específicos e especialmente qualificados. Adiante, procura contribuir com abordagens e procedimentos metodológicos nos estudos de festas antes de propor reflexões acerca da dimensão temporal e das múltiplas territorialidades essenciais para o acontecer festivo. Por fim, oferece alguns resultados de investigações em curso sobre as seguintes festividades: uma festa religiosa, em homenagem a Santa Sara, em Ipanema; e o festival de música eletrônica Euphoria, destacando algumas de suas edições especiais de aniversário. O festejo religioso apresenta considerações acerca do entrelaçamento de corpos com o tempo e lugar sagrados. Com isso, estabeleço as bases teóricas sobre as quais empenho mais vigor para apresentar a importância desses encontros em festas cívicas em lugares quase sagrados. Ao término, teço algumas considerações sobre questões metodológicas e teóricas desenvolvidas ao longo desta investigação.
Resumo O ano de 2015 ficará marcado como aquele em que a Terra do Amanhã chegou ao Brasil. O regi... more Resumo O ano de 2015 ficará marcado como aquele em que a Terra do Amanhã chegou ao Brasil. O registro foi feito nas páginas de um misterioso livro que se abriu, através da magia (tecnológica), em um monumental palco construído no Parque Maeda, na cidade de Itu, São Paulo. Naquele momento, o maior festival de música eletrônica do mundo chegava ao Brasil. Tomorrowland Brasil é um festival de música eletrônica singular. Oficialmente, sua proposta é a de oferecer aos participantes possibilidades de intensas experiências de imersão no tempo e no espaço festivo. Em 2015, dez anos após a sua primeira edição ocorrida em sua cidade natal, Boom, na Bélgica, convida os brasileiros a festejar em seu próprio país. Um dos conceitos do festival, parte integrante de sua identidade, é apresentar, a cada edição, um tema. Este tema é desenvolvido durante os meses que antecedem a realização do evento e dele resultam a cenografia, a decoração, as performances dos artistas, entre outras escolhas e ações promovidas pela organização. Em 2015, o tema O Livro da Felicidade foi escolhido para a primeira edição da história do festival no hemisfério sul. Em 2016, a opção foi pelo tema A Chave da Felicidade. A escolha dos temas vincula-se às estratégias do festival para se possa tornar viável e rentável. Este trabalho, entretanto, apesar de não desconsiderar os aspectos econômicos indispensáveis para a realização de um mega evento deste porte, privilegia os aspectos subjetivos, os sentimentos e significados construídos e potencializados a partir da experiência dos participantes com o lugar e com as paisagens no tempo e no espaço da festa. Este lugar e estas paisagens para os indivíduos que ali COM-partilham a efervescência destes congraçamentos sob o impacto de estímulos variados aos seus sentidos podem ajudar a compreender como ocorrem as profundas e complexas relações dos indivíduos quando desejam festejar em coletividade contemporaneamente. Essas reuniões convivais, ao ocorrerem em determinado espaço e tempo, podem acionar gatilhos capazes de disparar memórias ancestrais e coletivas. Imagens, sons, sabores e odores podem favorecer ou potencializar esses deslocamentos espaço-temporais e as paisagens de simulação Eixo temático: 4. Abordagens culturais e o horizonte humanista na produção e na representação do espaço geográfico em festas e festivais. Vivências, práticas, Geograficidade e experiências individuais-coletivas nos espaços e lugares festivos. Representações do espaço na produção musical e literária. O papel da arte na experiência espacial e nos lugares de pertencimento.
O objetivo do trabalho é apresentar pontos de convergência – ou aproximações – entre o ato de des... more O objetivo do trabalho é apresentar pontos de convergência – ou aproximações – entre o ato de desfilar de foliões de um bloco carnavalesco com a peregrinação de adeptos da religião católica. A apropriação - física e simbólica - dos espaços urbanos de uso público pode ser vista através das multifacetadas lentes da geografia cultural pós-moderna. Desse modo, espaços e lugares quase sagrados refletem, possibilitam e condicionam a identidade de muitos blocos de carnaval. Assim como, há séculos, ocorre com os peregrinos. Enfoca-se, no entanto, um bloco em especial da zona sul do Rio de Janeiro: Vagalume O Verde o qual, entre muitas de suas territorialidades executa, com os instrumentos de sua bateria, a Ave-Maria em determinado momento do desfile. Por outro lado, atualmente percebemos um movimento de Renovação Carismática Católica o qual almeja alcançar um novo tipo de vivência entre os peregrinos para, com isso, resgatar elementos usualmente tidos como tradicionais da Igreja Católica. Discute-se, portanto, a prática de caminhar pelo espaço sagrado e quase sagrado e suas múltiplas possibilidades de, foliões e/ou peregrinos, experienciar as dimensões materiais e imateriais ao longo de suas trajetórias.
Dissertação de Mestrado by Cassio Novo
Thesis Chapters by Cassio Novo
Tese de Doutorado Cássio Novo, 2019
Esta investigação aninha-se na interface entre geografia humanista cultural e a denominada nova g... more Esta investigação aninha-se na interface entre geografia humanista cultural e a denominada nova geografia cultural pós-80 pesquisando o festival Tomorrowland a partir dos sentimentos e sensações imaginados, criados, vividos e compartilhados pelos sujeitos participantes em suas complexas interações no lugar. Fundamenta-se, teoricamente, em filosofias existencialistas e dos significados, na hermenêutica e, no campo, em metodologias qualitativas de investigação sobre o festejar a partir de aproximações fenomenológicas e empíricas, investindo na busca interpretativa referente aos possíveis sentidos e significados presentes, e em constante (re)construção, partícipes e influenciadores de relações de conexão destes indivíduos com o lugar nas múltiplas temporalidades associadas ao festejar. O festival, entendido no contexto do consumo de luxo na Era das Experiências, é interpretado como mundo imaginado, (re)conhecido corporalmente e vivido como acontecimento pelos festivaleiros. A aproximação fenomenológica possibilita conjugar o olhar geográfico aos modos de ver e sentir o festival de maneira que seja possível presentificarmo-nos um para o outro. As considerações do estudo apontam para as encruzilhadas e pluralidade dos modos de ser(festivo)-no-mundo, destacando a participação de imaginações geográficas na construção dos roteiros e trajetórias espaciais dos corpos festivos no lugar, assim como influenciando experiências (d)e transcendências no lugar festivo vividas pelo Povo do Amanhã.
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Papers by Cassio Novo
contradições, violências e repressões ser internacionalmente reconhecido como a Cidade Maravilhosa, a Metrópole Carnavalesca e a Cidade da Festa?
Este ensaio não procura responder a provocação acima. Mas assumi-la como caminho para atravessar a geografia e a história de uma cidade que só vem sendo possível, no decorrer do tempo, porque concebida, gestada, parida, alimentada, cuidada e protegida por muitas mulheres. A cidade do Rio, ela própria, é uma manifestação feminina por natureza e por excelência!
Pensando bem…
A cidade do Rio só é possível porque sua essência feminina, presente em suas memórias, localidades e mulheres, no passado e no presente, se mostra em momentos agudos de crises e revoluções. E, ao se revelar, modifica a realidade.
Para existirem, as mulheres e entidades femininas dessa cidade se obrigaram a batalhar nos espaços públicos e privados por uma cidade possível a um espectro mais amplo de pessoas. Somos, todos e todas, filhos e filhas de uma cidade que nos pariu, nos envolve e nos protege, sejam quais forem os caminhos percorridos ou a percorrer.
Nesses primeiros passos uma ideia se apresenta para ser examinada: e se a própria cidade do Rio nos surge como uma entidade? Uma entidade feminina por excelência, uma cuja essência esteja vinculada aos modos de provocar e proteger a vida como um instinto primordial.
Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Revista Espaço e Cultura. Farei isso a partir de minhas vivências no âmbito do NEPEC, grupo de pesquisa no qual a Revista nasce, é nutrida, se fortalece, amadurece, ganha o Brasil, o mundo e o coração e as mentes de integrantes do próprio NEPEC, retroalimentando-se em um ciclo incessante de descobertas, experiências e escritas geográficas.
Como integrante do núcleo, habilitei-me a cerzir e alinhavar pensamentos
capazes de enredar ideias e tecer tramas de interpretações geográficas do que estudava.
Participar do NEPEC consiste no privilégio de (re)aprender a ser, na prática, pesquisador capaz de ver e sentir com o corpo inteiro aquilo que nos desperta curiosidade. Interesse. E aquilo que, tantas vezes, nos interroga também. Passando em Revista as páginas (na história e na geografia) da Espaço e Cultura percebo nelas o meu contínuo encantamento e a fixação do meu olhar (geográfico). Nelas semeei um dos meus maiores desejos: um texto com minha assinatura no periódico que me tornou quem sou. Hoje realizo a colheita ciente de ser um sujeito munido das necessárias habilidades de
comungar com a geograficidade do existir no encontro com os outros (pensamentos,
sujeitos, geógrafos) que no NEPEC encontram o seu lugar.
O NOSSO LUGAR!
Palavras-chave: Turismo. Era da Experiência. Festivais de Música Eletrônica. Turismo Experiencial. Sociedades de Fim de Semana
O dia 24 de maio é celebrado como Dia Nacional do Cigano. Para devotos, também é
considerado e vivido como tempo de maior sacralidade em função do culto a Santa Sara
Kali. A cigana Mirian Stanescon, militante política, líder religiosa, cartomante,
advogada e escritora possui papel destacado na incorporação da simbólica data no
calendário oficial da cidade e nas estratégias de atualização de devoção à Rainha do
Mar. Nesses Tempos de Pandemia a tradicional festa Ritual e Benção a Santa Sara Kali
não pôde ser realizada no Parque Garota de Ipanema, território político e lugar de fé
para Mirian e seu grupo. A manutenção do Ritual, transmitido por uma live pela própria
cigana, oportuniza a investigação geográfica aqui apresentada. Investimos em
etnogeografia cibernética no âmbito dos estudos culturais do espaço geográfico e de
emergências do fenômeno religioso em territórios urbanos para interpretar algumas das
ações e estratégias veiculadas pela transmissão, contextualizando-as com as
lugarizações e multiterritorialidades do grupo. Nossas considerações apontam para a
importância da transmissão online para resgatar elementos do passado atualizados no
presente de modo a serem vividos como premissas para construção de um futuro
coletivo para o grupo dos ciganos e não-ciganos envolvidos com a família Stanescon. A
manutenção do evento na simbólica data, ainda que no modo não-presencial, integra
complexo e renovável conjunto de estratégias pelo controle de narrativas sobre o espaço
e a comunidade. E, ainda, destacam a centralidade e protagonismo de Mirian como
agente modeladora do espaço geográfico, iluminando sua atuação enquanto repositora,
articuladora e dinamizadora de ideias e territorialidades do seu grupo.
PALAVRAS-CHAVE: Santa Sara Kali. Parque Garota de Ipanema. Lugar de Fé.
Multiterritorialidade. Lugarização. Cultura Cigana
Dissertação de Mestrado by Cassio Novo
Thesis Chapters by Cassio Novo
contradições, violências e repressões ser internacionalmente reconhecido como a Cidade Maravilhosa, a Metrópole Carnavalesca e a Cidade da Festa?
Este ensaio não procura responder a provocação acima. Mas assumi-la como caminho para atravessar a geografia e a história de uma cidade que só vem sendo possível, no decorrer do tempo, porque concebida, gestada, parida, alimentada, cuidada e protegida por muitas mulheres. A cidade do Rio, ela própria, é uma manifestação feminina por natureza e por excelência!
Pensando bem…
A cidade do Rio só é possível porque sua essência feminina, presente em suas memórias, localidades e mulheres, no passado e no presente, se mostra em momentos agudos de crises e revoluções. E, ao se revelar, modifica a realidade.
Para existirem, as mulheres e entidades femininas dessa cidade se obrigaram a batalhar nos espaços públicos e privados por uma cidade possível a um espectro mais amplo de pessoas. Somos, todos e todas, filhos e filhas de uma cidade que nos pariu, nos envolve e nos protege, sejam quais forem os caminhos percorridos ou a percorrer.
Nesses primeiros passos uma ideia se apresenta para ser examinada: e se a própria cidade do Rio nos surge como uma entidade? Uma entidade feminina por excelência, uma cuja essência esteja vinculada aos modos de provocar e proteger a vida como um instinto primordial.
Esse foi o impulso-resposta ao convite recebido para compartilhar meu depoimento sobre a Revista Espaço e Cultura. Farei isso a partir de minhas vivências no âmbito do NEPEC, grupo de pesquisa no qual a Revista nasce, é nutrida, se fortalece, amadurece, ganha o Brasil, o mundo e o coração e as mentes de integrantes do próprio NEPEC, retroalimentando-se em um ciclo incessante de descobertas, experiências e escritas geográficas.
Como integrante do núcleo, habilitei-me a cerzir e alinhavar pensamentos
capazes de enredar ideias e tecer tramas de interpretações geográficas do que estudava.
Participar do NEPEC consiste no privilégio de (re)aprender a ser, na prática, pesquisador capaz de ver e sentir com o corpo inteiro aquilo que nos desperta curiosidade. Interesse. E aquilo que, tantas vezes, nos interroga também. Passando em Revista as páginas (na história e na geografia) da Espaço e Cultura percebo nelas o meu contínuo encantamento e a fixação do meu olhar (geográfico). Nelas semeei um dos meus maiores desejos: um texto com minha assinatura no periódico que me tornou quem sou. Hoje realizo a colheita ciente de ser um sujeito munido das necessárias habilidades de
comungar com a geograficidade do existir no encontro com os outros (pensamentos,
sujeitos, geógrafos) que no NEPEC encontram o seu lugar.
O NOSSO LUGAR!
Palavras-chave: Turismo. Era da Experiência. Festivais de Música Eletrônica. Turismo Experiencial. Sociedades de Fim de Semana
O dia 24 de maio é celebrado como Dia Nacional do Cigano. Para devotos, também é
considerado e vivido como tempo de maior sacralidade em função do culto a Santa Sara
Kali. A cigana Mirian Stanescon, militante política, líder religiosa, cartomante,
advogada e escritora possui papel destacado na incorporação da simbólica data no
calendário oficial da cidade e nas estratégias de atualização de devoção à Rainha do
Mar. Nesses Tempos de Pandemia a tradicional festa Ritual e Benção a Santa Sara Kali
não pôde ser realizada no Parque Garota de Ipanema, território político e lugar de fé
para Mirian e seu grupo. A manutenção do Ritual, transmitido por uma live pela própria
cigana, oportuniza a investigação geográfica aqui apresentada. Investimos em
etnogeografia cibernética no âmbito dos estudos culturais do espaço geográfico e de
emergências do fenômeno religioso em territórios urbanos para interpretar algumas das
ações e estratégias veiculadas pela transmissão, contextualizando-as com as
lugarizações e multiterritorialidades do grupo. Nossas considerações apontam para a
importância da transmissão online para resgatar elementos do passado atualizados no
presente de modo a serem vividos como premissas para construção de um futuro
coletivo para o grupo dos ciganos e não-ciganos envolvidos com a família Stanescon. A
manutenção do evento na simbólica data, ainda que no modo não-presencial, integra
complexo e renovável conjunto de estratégias pelo controle de narrativas sobre o espaço
e a comunidade. E, ainda, destacam a centralidade e protagonismo de Mirian como
agente modeladora do espaço geográfico, iluminando sua atuação enquanto repositora,
articuladora e dinamizadora de ideias e territorialidades do seu grupo.
PALAVRAS-CHAVE: Santa Sara Kali. Parque Garota de Ipanema. Lugar de Fé.
Multiterritorialidade. Lugarização. Cultura Cigana