Improvisos fragmentados entalhos de dissertação fisiolosofia em construção Carol Barreiro 1 1.1 Q... more Improvisos fragmentados entalhos de dissertação fisiolosofia em construção Carol Barreiro 1 1.1 Que toda pesquisa tem início em um determinado momento da sua vida é fato. É o feito. Mas nunca saberemos se o que descobrimos é o inicio de uma pesquisa, ou apenas um olhar de pesquisador para o que a própria vida já faz. Pois então haveria de fato fórmula precisa para falar sobre o que ela já é, traçando uma impessoalidade distanciada que obtém como objeto de pesquisa a própria vida? Sujeito e objeto, para o artista, no caso a bailarina, já sabemos, não partem de locais separados, e sim compactuam-se nesse novo desejo de se fazer escrito, reformulado, arquitetado na criação do encontro entre fala, pensamento e arte. O que começamos de fato talvez seja o simples exercício de usar o conceito na dança do pensamento, pois nos debruçamos diariamente sobre os gestos, nos movimentos, na ação silenciosa em improvisação constante, abertamente dirigidos ao fora na expressão que adentra a sensação, na sociabilização de uma comunicação dançante. Vislumbramos o conceito muitas vezes como um horizonte distante a ser conquistado, mas nunca experimentado. E quantas foram as paralisias em que um imperativo do pensamento parecia se contorcer nos abismos da teoria, supostamente nos distanciando da prática que a vida é, fazendo o corpo parar frente ao livro e deixar a dança de lado, nos exigindo a abordagem histórica e o repertório monumental daqueles tantos escritos que não conhecíamos. Quantas foram as paragens que quase nos confundiram nas múltiplas direções que o pensamento poderia oferecer. Mas eis que nos voltamos acesos à palavra, sabendo que ela é, também, gesto, inquietos em reverberar as questões colocadas, as teorias envolvidas, nos dissolvendo entre os léxicos verbais e as situações conceituais. Aprendemos também a dançar mesmo na paragem que supõe a postura e a leitura de um livro, exigindo da palavra também seu movimento, sua ação. E desses muitos e inusitados encontros entre a dança e filosofia, surgiram pensadores que carregam na sua escrita uma abertura 1 Carol Barreiro dança, improvisa e faz contato com pesquisa acadêmica.
Improvisos fragmentados entalhos de dissertação fisiolosofia em construção Carol Barreiro 1 1.1 Q... more Improvisos fragmentados entalhos de dissertação fisiolosofia em construção Carol Barreiro 1 1.1 Que toda pesquisa tem início em um determinado momento da sua vida é fato. É o feito. Mas nunca saberemos se o que descobrimos é o inicio de uma pesquisa, ou apenas um olhar de pesquisador para o que a própria vida já faz. Pois então haveria de fato fórmula precisa para falar sobre o que ela já é, traçando uma impessoalidade distanciada que obtém como objeto de pesquisa a própria vida? Sujeito e objeto, para o artista, no caso a bailarina, já sabemos, não partem de locais separados, e sim compactuam-se nesse novo desejo de se fazer escrito, reformulado, arquitetado na criação do encontro entre fala, pensamento e arte. O que começamos de fato talvez seja o simples exercício de usar o conceito na dança do pensamento, pois nos debruçamos diariamente sobre os gestos, nos movimentos, na ação silenciosa em improvisação constante, abertamente dirigidos ao fora na expressão que adentra a sensação, na sociabilização de uma comunicação dançante. Vislumbramos o conceito muitas vezes como um horizonte distante a ser conquistado, mas nunca experimentado. E quantas foram as paralisias em que um imperativo do pensamento parecia se contorcer nos abismos da teoria, supostamente nos distanciando da prática que a vida é, fazendo o corpo parar frente ao livro e deixar a dança de lado, nos exigindo a abordagem histórica e o repertório monumental daqueles tantos escritos que não conhecíamos. Quantas foram as paragens que quase nos confundiram nas múltiplas direções que o pensamento poderia oferecer. Mas eis que nos voltamos acesos à palavra, sabendo que ela é, também, gesto, inquietos em reverberar as questões colocadas, as teorias envolvidas, nos dissolvendo entre os léxicos verbais e as situações conceituais. Aprendemos também a dançar mesmo na paragem que supõe a postura e a leitura de um livro, exigindo da palavra também seu movimento, sua ação. E desses muitos e inusitados encontros entre a dança e filosofia, surgiram pensadores que carregam na sua escrita uma abertura 1 Carol Barreiro dança, improvisa e faz contato com pesquisa acadêmica.
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