Papers by Alinnie Silvestre
Dissertação de Mestrado:
"Africano livre", "liberto africano", "negro de prêmio" ou "emancipado".... more Dissertação de Mestrado:
"Africano livre", "liberto africano", "negro de prêmio" ou "emancipado". Estas expressões designavam, no século XIX, o estatuto jurídico de todos os africanos escravizados ilegalmente após a proibição do tráfico atlântico de escravos que tivessem sido resgatados por autoridades em navios negreiros. Uma vez capturados por um governo como o Imperial brasileiro, eles deveriam ser postos ao trabalho na condição de "aprendizes". A obrigação do Estado Imperial, assumida em acordos com a Coroa inglesa, era manter estes africanos em tutela por 14 anos e então emancipá-los. A regra não foi cumprida, e os africanos livres na maioria vezes serviram a este Estado ou arrematante particular por toda a vida ou por um período muito maior do que aquele determinado. Eram portadores de uma condição sócio-jurídica ambígua: eram africanos livres numa sociedade em que africanos eram, em sua maior parte, escravos; além disso sua liberdade vigorava sob uma tutela cercada por indefinições. O alto grau de particularidade de sua condição forçou o surgimento de um leque de fatos e circunstâncias específicos, principalmente da parte do Estado, para dar conta de administrá-los, conduzi-los e controlá-los. A documentação deixada no rastro destas práticas específicas revela certas brechas de significado no complexo mundo do trabalho do século XIX. Por isso, consideramos os africanos livres como uma importante chave de acesso para um entendimento mais detalhado das transformações das relações de trabalho naquela época. Este estudo focaliza a experiência dos africanos livres na fábrica de pólvora do Império entre os anos de 1830 e 1864, onde tiveram estreito contato com outros grupos sociais, como escravos da nação, trabalhadores livres e soldados artífices
Abstract: "Liberated african", "freed african", "prize negroes" and "emancipado". These expressions, in the nineteenth century, indicated the juridical status of every ilegally enslaved africans rescued by government authorities in slave trade ships after the slave trade prohibition. Once captured by a government, like Brazil?s Empire, they should be put to work as "apprentices". It was the Empire´s responsibility to keep liberated africans under guardianship for 14 years, and then release them, according to an agreement between Brazil and the British Crown. His was not accomplished by Brazil´s Empire, and so most liberated africans served either the state or private hirers their entire lives. Liberated africans? social and juridical condition was two-fold: they were in a society in which africans were mostly slaves and still their freedom was hardly prevented by a guardianship surrounded by uncertainty. Their high level of peculiarity has shaped series of specific facts and circumstances, most of them in state?s environment, to manage and control them. The documentation this specific administration left behind can reveal new meanings for the complex nineteenth century?s labor world. That is why liberated africans are a key to understand more about labor relation changes at that time. This paper focuses liberated africans? experience in a powder factory owned by the Empire between 1830 and 1864, where they happened to be in touch with different social groups, like government slaves, free workers and military craft workers
"Identidade e cidadania a partir da história do funk carioca: leituras contemporâneas juvenis em ... more "Identidade e cidadania a partir da história do funk carioca: leituras contemporâneas juvenis em uma escola da rede municipal do Rio de Janeiro."
Este projeto integra uma das ações planejadas do subprojeto PIBID de História da UERJ- Maracanã, coordenado pela Profa. Dra. Carina Martins, especialmente no eixo sobre leituras do contemporâneo. Temos como objetivos desenvolver olhares e a compreensão dos discentes sobre a sua consciência histórica, valores e pertencimento no mundo, através da análise da juventude de periferia, principalmente a partir de expressões da cultura funk carioca, historicizando as experiências. Os encontros foram extracurriculares e visaram envolver os bolsistas PIBID e alunos das séries finais da educação básica, da Escola Municipal Soares Pereira, para discutir as temáticas de identidade, memória, história a partir deste recorte da cultura considerada periférica.
Organizado em módulos por décadas, os alunos discutiram os gêneros que deram origem ao funk carioca, além das questões conjunturais e culturais entre as décadas de 1960 até os dias atuais. A partir de vídeos e textos selecionados, bolsistas PIBID e os alunos de ensino básico discutiram os conceitos de memória, história, juventude periférica, violência, cultura popular e erudita. A apreensão destes se deu através de leituras de situações de seus cotidianos, quebrando possíveis barreiras entre a cultura escolar e a popular, no interior da escola.
Estas ações também integram aspectos do Projeto Político Pedagógico da escola, em reelaboração pela comunidade escolar neste ano de 2014, e que privilegia identidade e memória na construção de cidadania dos nossos educandos. "
Palavras-chave: ensino de História; cidadania; culturas populares (ou funk?)
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Papers by Alinnie Silvestre
"Africano livre", "liberto africano", "negro de prêmio" ou "emancipado". Estas expressões designavam, no século XIX, o estatuto jurídico de todos os africanos escravizados ilegalmente após a proibição do tráfico atlântico de escravos que tivessem sido resgatados por autoridades em navios negreiros. Uma vez capturados por um governo como o Imperial brasileiro, eles deveriam ser postos ao trabalho na condição de "aprendizes". A obrigação do Estado Imperial, assumida em acordos com a Coroa inglesa, era manter estes africanos em tutela por 14 anos e então emancipá-los. A regra não foi cumprida, e os africanos livres na maioria vezes serviram a este Estado ou arrematante particular por toda a vida ou por um período muito maior do que aquele determinado. Eram portadores de uma condição sócio-jurídica ambígua: eram africanos livres numa sociedade em que africanos eram, em sua maior parte, escravos; além disso sua liberdade vigorava sob uma tutela cercada por indefinições. O alto grau de particularidade de sua condição forçou o surgimento de um leque de fatos e circunstâncias específicos, principalmente da parte do Estado, para dar conta de administrá-los, conduzi-los e controlá-los. A documentação deixada no rastro destas práticas específicas revela certas brechas de significado no complexo mundo do trabalho do século XIX. Por isso, consideramos os africanos livres como uma importante chave de acesso para um entendimento mais detalhado das transformações das relações de trabalho naquela época. Este estudo focaliza a experiência dos africanos livres na fábrica de pólvora do Império entre os anos de 1830 e 1864, onde tiveram estreito contato com outros grupos sociais, como escravos da nação, trabalhadores livres e soldados artífices
Abstract: "Liberated african", "freed african", "prize negroes" and "emancipado". These expressions, in the nineteenth century, indicated the juridical status of every ilegally enslaved africans rescued by government authorities in slave trade ships after the slave trade prohibition. Once captured by a government, like Brazil?s Empire, they should be put to work as "apprentices". It was the Empire´s responsibility to keep liberated africans under guardianship for 14 years, and then release them, according to an agreement between Brazil and the British Crown. His was not accomplished by Brazil´s Empire, and so most liberated africans served either the state or private hirers their entire lives. Liberated africans? social and juridical condition was two-fold: they were in a society in which africans were mostly slaves and still their freedom was hardly prevented by a guardianship surrounded by uncertainty. Their high level of peculiarity has shaped series of specific facts and circumstances, most of them in state?s environment, to manage and control them. The documentation this specific administration left behind can reveal new meanings for the complex nineteenth century?s labor world. That is why liberated africans are a key to understand more about labor relation changes at that time. This paper focuses liberated africans? experience in a powder factory owned by the Empire between 1830 and 1864, where they happened to be in touch with different social groups, like government slaves, free workers and military craft workers
Este projeto integra uma das ações planejadas do subprojeto PIBID de História da UERJ- Maracanã, coordenado pela Profa. Dra. Carina Martins, especialmente no eixo sobre leituras do contemporâneo. Temos como objetivos desenvolver olhares e a compreensão dos discentes sobre a sua consciência histórica, valores e pertencimento no mundo, através da análise da juventude de periferia, principalmente a partir de expressões da cultura funk carioca, historicizando as experiências. Os encontros foram extracurriculares e visaram envolver os bolsistas PIBID e alunos das séries finais da educação básica, da Escola Municipal Soares Pereira, para discutir as temáticas de identidade, memória, história a partir deste recorte da cultura considerada periférica.
Organizado em módulos por décadas, os alunos discutiram os gêneros que deram origem ao funk carioca, além das questões conjunturais e culturais entre as décadas de 1960 até os dias atuais. A partir de vídeos e textos selecionados, bolsistas PIBID e os alunos de ensino básico discutiram os conceitos de memória, história, juventude periférica, violência, cultura popular e erudita. A apreensão destes se deu através de leituras de situações de seus cotidianos, quebrando possíveis barreiras entre a cultura escolar e a popular, no interior da escola.
Estas ações também integram aspectos do Projeto Político Pedagógico da escola, em reelaboração pela comunidade escolar neste ano de 2014, e que privilegia identidade e memória na construção de cidadania dos nossos educandos. "
Palavras-chave: ensino de História; cidadania; culturas populares (ou funk?)
"Africano livre", "liberto africano", "negro de prêmio" ou "emancipado". Estas expressões designavam, no século XIX, o estatuto jurídico de todos os africanos escravizados ilegalmente após a proibição do tráfico atlântico de escravos que tivessem sido resgatados por autoridades em navios negreiros. Uma vez capturados por um governo como o Imperial brasileiro, eles deveriam ser postos ao trabalho na condição de "aprendizes". A obrigação do Estado Imperial, assumida em acordos com a Coroa inglesa, era manter estes africanos em tutela por 14 anos e então emancipá-los. A regra não foi cumprida, e os africanos livres na maioria vezes serviram a este Estado ou arrematante particular por toda a vida ou por um período muito maior do que aquele determinado. Eram portadores de uma condição sócio-jurídica ambígua: eram africanos livres numa sociedade em que africanos eram, em sua maior parte, escravos; além disso sua liberdade vigorava sob uma tutela cercada por indefinições. O alto grau de particularidade de sua condição forçou o surgimento de um leque de fatos e circunstâncias específicos, principalmente da parte do Estado, para dar conta de administrá-los, conduzi-los e controlá-los. A documentação deixada no rastro destas práticas específicas revela certas brechas de significado no complexo mundo do trabalho do século XIX. Por isso, consideramos os africanos livres como uma importante chave de acesso para um entendimento mais detalhado das transformações das relações de trabalho naquela época. Este estudo focaliza a experiência dos africanos livres na fábrica de pólvora do Império entre os anos de 1830 e 1864, onde tiveram estreito contato com outros grupos sociais, como escravos da nação, trabalhadores livres e soldados artífices
Abstract: "Liberated african", "freed african", "prize negroes" and "emancipado". These expressions, in the nineteenth century, indicated the juridical status of every ilegally enslaved africans rescued by government authorities in slave trade ships after the slave trade prohibition. Once captured by a government, like Brazil?s Empire, they should be put to work as "apprentices". It was the Empire´s responsibility to keep liberated africans under guardianship for 14 years, and then release them, according to an agreement between Brazil and the British Crown. His was not accomplished by Brazil´s Empire, and so most liberated africans served either the state or private hirers their entire lives. Liberated africans? social and juridical condition was two-fold: they were in a society in which africans were mostly slaves and still their freedom was hardly prevented by a guardianship surrounded by uncertainty. Their high level of peculiarity has shaped series of specific facts and circumstances, most of them in state?s environment, to manage and control them. The documentation this specific administration left behind can reveal new meanings for the complex nineteenth century?s labor world. That is why liberated africans are a key to understand more about labor relation changes at that time. This paper focuses liberated africans? experience in a powder factory owned by the Empire between 1830 and 1864, where they happened to be in touch with different social groups, like government slaves, free workers and military craft workers
Este projeto integra uma das ações planejadas do subprojeto PIBID de História da UERJ- Maracanã, coordenado pela Profa. Dra. Carina Martins, especialmente no eixo sobre leituras do contemporâneo. Temos como objetivos desenvolver olhares e a compreensão dos discentes sobre a sua consciência histórica, valores e pertencimento no mundo, através da análise da juventude de periferia, principalmente a partir de expressões da cultura funk carioca, historicizando as experiências. Os encontros foram extracurriculares e visaram envolver os bolsistas PIBID e alunos das séries finais da educação básica, da Escola Municipal Soares Pereira, para discutir as temáticas de identidade, memória, história a partir deste recorte da cultura considerada periférica.
Organizado em módulos por décadas, os alunos discutiram os gêneros que deram origem ao funk carioca, além das questões conjunturais e culturais entre as décadas de 1960 até os dias atuais. A partir de vídeos e textos selecionados, bolsistas PIBID e os alunos de ensino básico discutiram os conceitos de memória, história, juventude periférica, violência, cultura popular e erudita. A apreensão destes se deu através de leituras de situações de seus cotidianos, quebrando possíveis barreiras entre a cultura escolar e a popular, no interior da escola.
Estas ações também integram aspectos do Projeto Político Pedagógico da escola, em reelaboração pela comunidade escolar neste ano de 2014, e que privilegia identidade e memória na construção de cidadania dos nossos educandos. "
Palavras-chave: ensino de História; cidadania; culturas populares (ou funk?)