O crescimento dos blogues gays por volta de 2006 e 2009 foi muito importante para o movimento LGBT+.
O surgimento das gírias e de uma linguagem própria e despudorada - o que contribuiu para a geração da “lacração” - até políticas afirmativas e de aceitação que também apareceram nessa época. Como o gênero neutro para amig@s ou amigues, tod*s, todxs, etc…
E autocrítica. Quando eu leio o que eu escrevia em 2008, apesar de toda essa iniciativa de que nós próprios, o povo LGBT+, deixássemos de ter preconceitos, meu pai… Como eu era machista e transfóbico, entre outras coisas! Acontece que o processo é assim. A gente vai aprendendo e evoluindo.
A Maya Angelou falava isso, “perdoe-se por não saber o que você não sabia antes de aprender.”
E era muito bacana a ideia de uma comunidade virtual fora de uma rede social. Cada um tinha seu blog, cada blog tinha um visual diferente, havia personalidade. Soa nostálgico, eu sei. Mas acontece que é quase impossível não ser nostálgico. A gente sente saudades daquilo que nos ajudou a nos tornar melhores. E nós aprendemos e evoluímos com os blogues gays!
Apesar que a nostalgia é escapismo da dura realidade: ainda temos muito, mas muito mesmo, o que melhorar no Brasil, um lugar ainda bruto em muitos sentidos.
Um exemplo, foi no blogue do Tony Goes que eu li pela primeira vez que direitos LGBT+ eram simplesmente direitos humanos! Tão básico e tão simples e a gente ainda não havia se tocado disso… Se pessoas LGBT+ pagam seus impostos do mesmo modo que os héteros, mas não podem se casar ou adotar crianças, então eles não têm direitos igualitários. Também a cartilha com os direitos e deveres dos LGBT+, entre outras ações.
Mas a era dos blogs, do início dos anos 2000 ate 2010 sofreu um baque muito grande: a chegada dos smartphones…