Como definir limites com os nossos filhos / Ways to define limits with your children
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Definir limites enquanto mãe, pai ou cuidador não é fácil. Pode parecer-nos que somos demasiado rígidos ou demasiado permissivos. Quando pensamos em limites, a ideia de uma imposição que gera discussões, gritos e ânimos exaltados entre pais e filhos, é muitas vezes a primeira que nos vem à cabeça. Mas não tem e não deve ser assim.
Os limites são necessários e devem ser definidos com amor e conexão com os nossos filhos. Vale a pena pensarmos primeiro sobre quais as necessidades a que os limites dão resposta:
- Bem-estar Emocional: As crianças sentem-se protegidas e seguras quando os seus pais assumem a responsabilidade de cuidar, nomeadamente ao fazerem escolhas e definindo limites que respeitam a sua integridade psicológica e emocional;
- Bem-estar Físico: Os limites associados à saúde e integridade física são normalmente compreendidos de maneira mais fácil pelos nossos filhos, pois estão associados a situações concretas como não tocar no forno porque está quente e podem queimar-se; não mexer em facas, pois podem ferir-se, etc.;
- Capacidade de Organização e Tomada de Decisões: Quando definimos limites para estabelecer prioridades entre o que os nossos filhos têm de fazer (ex: sair de casa para ir para a escola) e o que querem fazer (ex: ficar a brincar), estamos a ajudá-los a desenvolverem a sua capacidade de tomar decisões e de organização de tarefas;
- Oportunidade para expressar as Emoções: Quando os nossos filhos encontram um limite que contraria os seus desejos, manifestam a sua frustração e as suas emoções, muitas vezes através de uma "birra". Aqui, é importante distinguirmos um desejo (ex: querer um chocolate) de uma necessidade (ex: ter fome e ter de se alimentar). Expressar emoções ajuda as crianças a reconhecê-las, a poder falar sobre elas e a encontrar uma forma de se libertarem dessas mesmas emoções.
Formas de definir limites com os nossos filhos
Estabelecer uma conexão
É muito importante estabelecer uma conexão com os nossos filhos, quando queremos definir um limite. Por exemplo, em vez de dizermos de um dos cantos da sala, "Não saltes em cima do sofá", devemos respirar fundo e ir até junto do nosso filho. Devemos olhá-lo nos olhos e colocarmos as nossas mãos sobre os ombros, se possível. Estamos a expressar amor, respeito e compreensão através do nosso olhar e do nosso toque. Nos momentos em que não nos sentirmos tranquilos o suficiente para esta abordagem (o que é perfeitamente normal no dia-a-dia), podemos recorrer à alternativa de chamar o nosso(a) marido (mulher)/ companheiro(a) para intervir.
Definir o limite com calma e gentileza
Quando estamos junto dos nossos filhos, devemos expressar o limite da forma mais serena e compassiva possível, reconhecendo os seus sentimentos e ideias. Assim, a criança vai sentir-se ouvida e compreendida, tornando-se mais aberta ao limite definido. Pegando no exemplo anterior, podemos dizer algo como "Eu sei que saltar no sofá é muito divertido, mas não o podes fazer porque podes magoar-te". Definir o limite de uma forma mais brincalhona, seja a cantar ou a usar uma voz de robot, pode também tornar os nossos filhos mais receptivos.
Manter o limite ou encontrar uma alternativa melhor
Os nossos filhos vão resistir ao limite que estamos a definir, em muitas situações. Devemos manter o limite e explicar-lhes porquê. Retomando o nosso exemplo dos saltos no sofá, podemos dizer "Podes cair e magoares-te a sério. Eu não quero que te aconteça nada de mal."
Por vezes, quando estamos a conversar com eles, pode surgir uma alternativa ou uma solução melhor do que limite que tínhamos definido. Neste caso, podemos sempre mudar de ideias, sem esquecer de explicar porquê, e envolvermos os nossos filhos na solução.
Setting limits, as parents/caregivers, is something always challenging. We may think we are too strict or too tolerant. Normally, when we think about limits, there's the idea of a boiling argument between parents and their children, that envolves a certain amount of yelling at each other. But it shouldn't be that way and it doesn't have to.
Limits are essential and they must be defined through love and connection with our children. Let's take a moment to identify what needs are met when we set limits:
- Emotional Wellbeing and Safety: Children feel safe and cared for when their parents take responsabilities and make choices that respect their psycological and emotional integrity;
- Physical Wellbeing and Safety: Health and physical safety limits are easily understood by our children. They can identify cause and consequence (ex: "Do not touch the oven, for it's hot and you may get burnt"; "Don't touch the knife, for you may get hurt");
- Task Organization and Decision Making: When we set limits to prioritize what our children have to do (ex: going to school) and what they want to do (ex: keep on playing), we are helping them to organize their tasks and developing their decision making.
- Opportunities to express their feelings: When a limit doesn´t meet our children's expectations, they get frustrated and express themselves often through outbursts or tantrums. As the young ones express their feelings in those moments, they get to release, recognize and talk about them. After that, they get freer to connect.
Ways to define limits with our children
Approach and connect
It's very important to connect with our children when we are setting a limit. For instance, instead of yelling from one corner of the room "Don't jump on the sofa", take a breath and go to your child. Look into your child's eyes and put your hands gently on her shoulders, if possible. By taking these actions, you are sending a message of love, understanding and connection. If you don't feel calm enough to do this, which is perfectly normal in our day to day life, ask your co-parent or partner to stand in.
Set the limit gently and kindly
When you are physically close to your child, you should set the limit in the most gentle and compassionate way, validating her thoughts and feelings. By doing that, she will feel heard and understood, becoming more open to the limit you've just set. Taking our previous example (jumping on the sofá), you can say something like "I know that jumping on the sofa is funny, but you might get hurt.". Setting the limit playfully, like using a singing voice or a robot voice, can make your children more responsive.
Keeping the limit or changing your mind
Our children will resist to limits most of the time. We should keep to the limit we've set and explain them why. In the sofa example, you may say to your child "You may fall and get seriously injured. I love you and I'm looking after you."
If an alternative or a better solution comes up, as we are talking to our children, we may change our minds, explaining why. We can reach common ground, envolving our children in this process.
Até já! / See you soon!
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